A vinculação da bovinocultura leiteira do município de Major Izidoro, no sertão alagoano, ao programa Agronordeste proporcionou resultados importantes e contribuiu para que os produtores pudessem enfrentar o momento mais crítico da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19. Do final de março ao final de julho, a renda bruta média dos bovinocultores de leite, que era de R$ 5.000 por mês, chegou a sofrer uma queda com o fechamento total do comércio, mas aumentou para quase R$ 7.000. Um crescimento de 40%.
Essa e outras informações sobre os dois primeiros meses de trabalho pelo programa Agronordeste foram divulgadas em relatório assinado pela coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas, Luana Torres, e pelo zootecnista e técnico de campo Filipe Chagas, responsável pelo atendimento aos produtores de leite da região de Major Izidoro.
Técnico de campo Filipe Chagas com produtor rural em Major Izidoro
De acordo com os resultados apresentados, a recomendação do técnico de campo, para que os produtores reduzissem o fornecimento de ração, contribuiu para a diminuição dos custos, preveniu problemas com infecções das glândulas mamárias dos animais, gastos com medicamentos e foi de extrema importância para a estabilidade da renda bruta dos bovinocultores de leite assistidos.
Por conta da pandemia, a produção média de leite na região de Major Izidoro apresentou uma queda considerável no mês de junho, de 4.200 litros para pouco mais de 3.800 litros. A redução está relacionada ao fechamento total do comércio. Com estoques lotados e sem ter para onde escoar a produção, os laticínios que absorvem o leite dos produtores assistidos pararam de comprar o leite da segunda ordenha (período da tarde).
Porém, no mês julho, a abertura parcial dos restaurantes e lanchonetes com a opção de delivery possibilitou o escoamento da produção dos laticínios e viabilizou a compra do leite das duas ordenhas. Com a assistência técnica e gerencial do Senar, por meio do programa Agronordeste, a produção média saltou para 4.300 litros por mês.
Paralelamente, o preço médio pago pelo litro de leite aumentou de R$ 1,18 para R$ 1,32 no período. Este aumento está relacionado à pandemia, como forma de amenizar os prejuízos dos produtores no momento em que só conseguiam comercializar o leite da primeira ordenha.
“Esse aumento no valor pago pelo litro do leite, aliado à redução dos gastos com a ração, foi fundamental para manter os produtores na atividade, pois possibilitou manter a renda bruta estável nos meses em que o comércio permaneceu fechado e aumentá-la com a abertura parcial do comércio”, conclui o relatório produzido no Senar Alagoas.
As informações são do Ascom Senar Alagoas.