Argentina: SanCor fecha acordo com a Venezuela

A cooperativa de lácteos argentina SanCor, segunda companhia do setor do país, fechou um acordo ontem (11) com o Governo da Venezuela, impulsionado pelo Governo argentino, para evitar que a empresa passasse a mãos estrangeiras. Com isso, a SanCor desistiu da oferta do grupo Adecoagro, do húngaro George Soros.

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A cooperativa de lácteos argentina SanCor, segunda companhia do setor do país, fechou um acordo ontem (11) com o Governo da Venezuela, impulsionado pelo Governo argentino, para evitar que a empresa passasse a mãos estrangeiras. Com isso, a SanCor desistiu da oferta do grupo Adecoagro, do húngaro George Soros.

A Venezuela já aprovou o empréstimo de US$ 80 milhões para a empresa que, com este dinheiro, aliviará seus problemas financeiros. Haverá, também, um aporte adicional para capital de trabalho, cujo valor ainda não foi definido.

"Isso possibilita que a SanCor continue funcionando plenamente como instituição cooperativa de primeiro grau", afirmou um comunicado de imprensa enviado pela empresa.

A SanCor pagará a dívida com a Venezuela ampliando suas exportações de leite em pó. "O convênio é por 15 anos. Nos primeiros anos serão enviadas 3.000 toneladas de leite em pó, cujos preços seguirão a cotação internacional. Depois, vai variando a quantidade de toneladas", informou uma fonte da companhia ao jornal argentino La Nación. Não foram fornecidos mais detalhes sobre o acordo ainda.

Segundo a embaixadora argentina na Venezuela, Alicia Castro, a diferença entre os acordos (com a Venezuela e com a Adecoagro) é clara: "Soros se apropriaria de uma parte da SanCor e a Venezuela assiste financeiramente para que a SanCor possa superar seu problema".

O convênio foi firmado pelo presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bandes), Edgard Beherens, e o vice-presidente da SanCor, Ítalo Gastaldi, na sede do Ministério de Finanças da Venezuela.

A dúvida agora está em qual será o valor real que a empresa receberá do Governo de Hugo Chávez. Isso porque a SanCor precisa de mais do que os US$ 80 milhões anunciados, já que tem uma dívida de cerca de US$ 200 milhões, dos quais US$ 170 milhões estão nas mãos de bancos nacionais, estrangeiros e da Corporação Financeira Internacional (CFI), do Banco Mundial.

O grupo Adecoagro forneceria à SanCor US$ 120 milhões, caso fosse fechado um acordo com o grupo de Soros. Este acordo determinaria que Soros ficaria com 62,5% do pacote acionário de uma nova sociedade anônima, que absorveria alguns ativos da cooperativa e, em troca, esta seria acionista desta empresa. Do total, US$ 50 milhões se destinariam a capital de trabalho e US$ 70 milhões ao pagamento da dívida.

Notícia do Estadão/Agronegócios informou que, no total, a SanCor pagará a dívida com 20 mil toneladas de leite em pó para os venezuelanos e know-how para a instalação de uma fábrica de leite em pó naquele país.
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