Argentina: preços continuam em alta

No mês de julho, o valor médio pago pelo leite ficou entre 80 e 90 centavos por litro (R$ 0,4680/l e R$ 0,54/l), dependendo do volume de entrega. Em maio, os valores estavam entre 70 e 75 centavos de peso por litro (R$ 0,42/l a R$ 0,45/l), sendo que em junho aumentou para a faixa de 75 a 85 centavos de peso por litro (R$ 0,45/l a R$ 0,51/l).

"As grandes empresas se lançam no mercado para comprar leite a qualquer preço sem se importar com as consequências que geram", disse uma fonte do setor lácteo da província de Santa Fé ao Infocampo.

Nos últimos meses, os valores do leite registraram uma tendência crescente porque as indústrias devem produzir frente a uma demanda interna e externa muito dinâmica ante um panorama de oferta limitada.

"Os preços vão seguir em alta até o mês de setembro, quando, por um fator estacional, aumenta a produção de leite", comentou um produtor da zona oeste da província de Buenos Aires.

Neste ano, a produção de leite nas principais bacias argentinas registrou uma importante queda devido à pressão agrícola e ao temporal climático ocorrido em março e abril, que afetou seriamente grande parte das pastagens das províncias de Córdoba e Santa Fé.

"A tendência para junho e julho do próximo ano será muito negativa se continuarmos desta forma; temos que encontrar um equilíbrio entre os interesses dos consumidores, produtores, industriais e o Governo nacional", afirmou Roberto Socín, titular da mesa de produtores leiteiros de Santa Fé.

A queda na produção argentina também ocorreu durante o crescimento espetacular do preços internacional de leite em pó. Neste cenário, os preços pagos ao produtor se mantêm firmes, porém com uma grande dispersão, dado que as indústrias estão privilegiando os fornecedores de maior volume.

As informações são de Javier Lanari, do site Infocampo.