Um mês após o aumento de 5% a 15% nos impostos de exportação de leite em pó e de 5% a 10% nos impostos de exportação de queijos, os produtores de leite da Argentina denunciaram que a medida determinada pelo Governo se traduzirá em uma redução de cerca de 5% no preço pago pela matéria-prima.
Ainda que com variações segundo as regiões de produção, em julho passado, o preço médio pago pelo leite pelas indústrias aos produtores oscilou entre 53 e 54 centavos de pesos (18,22 e 18,56 centavos de dólar) por litro. Segundo os produtores, em agosto os preços serão de até 3 centavos de pesos (1,03 centavos de dólar) a menos.
A produção primária da Argentina tem um valor estimado de 5 bilhões de pesos (US$ 1,71 bilhões). Com 5% a menos de rendimento, o faturamento deste setor poderá cair até cerca de 300 milhões de pesos (US$ 103,16 milhões) em um ano.
Nas últimas semanas, diferentes indústrias de lácteos de Santa Fé e Córdoba - províncias que concentram 70% da produção nacional de leite, que no ano passado foi de 9,3 bilhões de litros - começaram a anunciar aos produtores que, como conseqüência do aumento dos impostos, deveriam reduzir o preço pago pela matéria-prima.
"Estamos lutando para que esta medida não seja implementada. Não teria que haver nenhuma queda", disse o presidente da Mesa de Produtores de Leite de Santa Fé, Roberto Socín. Uma fonte da indústria confirmou que os preços aos produtores serão reduzidos. "Anunciaram baixas da ordem de 5%. Os produtores estão recebendo comunicações com esses valores".
Segundo os produtores de leite da Argentina, a diminuição já anunciada por uma grande quantidade de indústrias não tem fundamento, porque os aumentos registrados no último mês nos preços dos lácteos teriam compensado o aumento nas retenções.
Além disso, segundo os produtores, muitas empresas pagariam menores preços apesar de estarem colocando mais leite no mercado interno que para exportação, de forma que o aumento nos impostos não teria influenciado seus negócios. As vendas externas, que em 2004 chegaram a um recorde em valor de US$ 540 milhões, representam hoje pouco mais de 20% da produção nacional.
"(As indústrias) anunciaram baixas ainda quando os preços nas gôndolas aumentaram e funcionaram como um colchão (frente ao aumento dos impostos)", comentou o presidente da Câmara de Produtores de Leite de Córdoba (Caprolec), Juan Trossero.
Segundo ele, enquanto as indústrias maiores de Córdoba pagariam menos pela matéria-prima entregue em agosto, as que trabalham com um menor volume informaram que manteriam os valores.
"Não há argumentos para que baixe o preço ao produtor", insistiu o produtor do sul de Córdoba, Carlos Uranga, descartando a hipótese de algumas indústrias de que os menores preços seriam devido ao fato da proximidade da primavera, época em que aumenta a produção e o valor do leite costuma declinar um pouco.
Em 06/09/05 - 1 Peso Argentino = US$ 0,34388
2,90800 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
Fonte: La Nación (por Fernando Bertello), adaptado por Equipe MilkPoint
Argentina: preço do leite pode ter redução de 5%
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