Argentina: Indústria pode suspender pagamentos

Se na indústria de lácteos da Argentina o panorama é desanimador há duas semanas, a partir desta semana será ainda mais grave porque está a ponto de quebrar toda a cadeia de pagamentos, de acordo com o Lavoz.com.ar.

"Estamos vendo que o setor está  prestes a  entrar em colapso. Não podemos levar produtos da fábrica ao mercado porque há 15 dias não se coleta", disse uma fonte do setor em Córdoba, que disse que a preocupação se acentuou este fim de semana nas principais indústrias lácteas do país.
 
Os inconvenientes também foram denunciados em Santa Fé, pela Junta Intercooperativa de Produtos de Leite (Jipl), entidade que reconheceu a justiça das reclamações agropecuárias, mas demandou que se aprofunde o diálogo com o Governo. A Jipl disse que esta situação gerará a ruptura do fluxo normal de pagamentos em toda a cadeia: fornecedores de insumos agropecuários e industriais, produtores, empregados, distribuidores e comércios.
 
Ao lidar com margens pequenas em grandes volumes, a indústria de lácteos adverte que não poderá pagar a matéria-prima aos produtores e que também terá dificuldades com os distribuidores, que há 15 dias não recebem.
 
"Isto é algo que não se recompõe de um dia para o outro; o perdido, perdido está", disse o porta-voz que também negou que os caminhões com leite cru estejam circulando livremente, como proclamam os produtores que cortam as rotas.
 
As plantas que processam produtos frescos estão com as câmaras cheias, com alimentos que têm prazo de validade e que não podem ser levados às prateleiras. Desta forma, a maioria interrompeu a recepção de leite cru.
 
As empresas que preparam leite em pó também estão lotadas, com fontes dizendo que a Milkaut teria alugado galpões nas proximidades para poder armazenar o produto.

Além do leite fluido, que tem problemas de abastecimento há mais de dois anos, também faltam leite em caixa, em pó, iogurte e os queijos mais baratos.