Argentina: impostos de exportação podem ser reduzidos

O Ministério da Economia da Argentina teria decidido pela redução dos impostos adicionais que determinou nas exportações de lácteos há um ano. No entanto, as companhias de lácteos pretendem aumentar alguns preços internos.

O Governo argentino elevou os impostos às exportações de queijos (para 10%) e de leite em pó (para 15%) em julho de 2005, após não ter conseguido um acordo de preços. Porém, esta medida tem data de vencimento em 19 de junho, de forma que agora o esquema está sendo revisado. Apesar de o assunto ainda estar sendo discutido, sabe-se que está sendo avaliada a eliminação do imposto adicional aos queijos e uma redução de dois pontos nos impostos de exportação do leite em pó.

A situação neste ano está completamente diferente da do ano passado, quando havia escassez de leite - agora, há uma oferta abundante. A expectativa é de uma produção de 10,5 a 11 bilhões de litros neste ano, contra 9,3 bilhões de litros em 2005. Desta forma, será necessário abrir as portas e facilitar as exportações.

A maior preocupação é com a primavera, quando aumenta a oferta de leite - a produção pode crescer até 20%, segundo analistas, e, se não for exportado, este excedente poderá derrubar os preços.

No entanto, o setor de lácteos da Argentina ainda precisa definir as negociações sobre os preços, monitorados pelo secretário do Comércio, Guillermo Moreno. Graças a novos acordos firmados neste ano, os preços dos produtos lácteos no mercado interno da Argentina registraram aumentos menores do que a inflação desde janeiro, com alguns produtos, como o iogurte, apresentando até uma baixa de 5%.

Como não ocorreu o mesmo com os custos das indústrias, lideradas por SanCor e La Sereníssima, o setor vem pedindo a Moreno autorização para aumentar alguns de seus valores. A negociação ainda não começou, mas os produtores temem que isto prejudique a redução dos impostos de exportação.

A reportagem é do Clarín.