Este aumento pode ser explicado pela expansão na produção diária por propriedade leiteira, que mais que compensou a diminuição no número de estabelecimentos. Nos primeiros seis meses de 2006, a quantidade de propriedades leiteiras caiu 3,5% com relação ao ano anterior, em média, enquanto a produção diária por propriedade aumentou em média 11,2% com relação a 2005.
Em junho, e pelo segundo mês consecutivo, a recepção total de leite apresentou um crescimento interanual a taxas de dois dígitos, enquanto a entrega diária por propriedade completou quatro meses de aumentos sucessivos com taxas superiores a 10%.
As indústrias "indicadoras" (cerca de 15 firmas sobre cuja base se estima a tendência de produção primária nacional) receberam cerca de 14,2 milhões de litros diários em junho, provenientes de 6,13 mil produtores, enquanto no ano anterior, a captação média era de 13,1 milhões de litros diários, enviados por aproximadamente 6,365 mil produtores. Os resultados parciais e provisórios de julho sugerem a persistência da evolução favorável antes marcada, dado que se projeta uma alta interanual de cerca de 10%.
Exportações
Com relação às exportações, em um contexto marcado pelo pleno abastecimento do crescente consumo doméstico (aproximadamente +7,5% com relação ao ano anterior), entre janeiro e junho de 2006, foram exportadas cerca de 148 mil toneladas de produtos lácteos por um valor de US$ 337 milhões. Isso significa um aumento de 12% em volume e 17,5% em valor com relação ao ano anterior.
O preço implícito médio dos primeiros seis meses de 2006 foi de cerca de US$ 2.153 por tonelada de produto, o que representa uma alta de 1,6% contra a média do mesmo período do ano anterior. Entre os produtos exportados, destacam-se os aumentos nos queijos macios, duros e semi-duros (+8%/+14%) e em menor medida no leite em pó desnatado (+3,6%), que contrastam com a redução do preços do leite em pó integral (-0,3%).
Assim como aconteceu durante todo o ano de 2005, no primeiro semestre deste ano as vendas de queijos mostraram melhor desempenho que as de leites em pó. Entre janeiro e junho de 2006, os envios de queijos apresentaram uma expansão interanual de cerca de 12% em toneladas e de 21% em valor, com relação ao mesmo período de 2005. Por outro lado, as vendas de leites em pó aumentaram apenas 8,2% em volume e 12,2% em valor. Como resultado disso, a participação - medida em valor - dos leites em pó declinou de 68% nos primeiros seis meses de 2005 para 65% em 2006, e a de queijos passou de 21% para 22% no mesmo período.
Entre o resto dos produtos, houve aumento na participação da manteiga, que passou de 0,3% para 2,8% no valor obtido e, em menor medida, do leite fluido e soro lácteo. No período de janeiro a junho de 2006, os leites em pó geraram US$ 220 milhões, enquanto os queijos geraram quase US$ 74 milhões.
Entre janeiro e junho de 2006, as pequenas e médias empresas exportadoras representaram 52% do total de firmas que exportaram queijos (16 de um total de 31), uma presença muito superior à do mercado de leite em pó, que foi de 30% (com 8 firmas de um total de 27). Em termos de valor, essas empresas concentraram 29% do valor total exportado de queijos, uma contribuição quase seis vezes maior do que à correspondente ao mercado de leite em pó, de 5,2%.
A Argentina exportou produtos lácteos para 105 países nos primeiros seis meses do ano, seis a mais do que em 2005. Entre os compradores, o que mais se destacou foi a recuperação da liderança por parte da Argélia e a subida do Brasil para o segundo lugar do ranking. O país africano mostrou uma alta interanual de 9% em volume e ficou com uma participação de 14,3% em volume, relegando ao terceiro posto a Venezuela, que foi líder durante o primeiro quadrimestre do ano.
A Venezuela aumentou em 18% suas compras de produtos lácteos argentinos com relação a 2005 e ficou com 12,3% das vendas. O Brasil teve um aumento interanual de 11% em volume e ficou em segundo lugar, com uma participação de 13,8% do volume total. Em seguida estão: Chile (4º, +174% vs. 2005), México (5º, +30%) e Rússia (6º, +117%).
No caso particular dos queijos, no primeiro semestre de 2006, foram exportados a 31 mercados - sete a menos que no mesmo período de 2005 - destacando-se em volume Estados Unidos (26,4%), Chile (17,1%), Rússia (15,9%), México (10,5%), Japão (8,8%) e Coréia (8,2%).
Finalmente, o volume exportado entre janeiro e junho de 2006 representou um total de 1,085 bilhão de litros equivalentes de leite, valor 6,7% superior ao acumulado no mesmo período do ano anterior.
Recepção de leite na Argentina (em litros)

NOTA: Os dados são provisórios.
1Pode ser parcialmente explicado por flutuações nas compras a terceiros ou na quantidade ou tamanho das propriedades leiteiras da amostra.
2Em dias constantes.
Recepção acumulada de leite (em milhões de litros)

NOTA: Os dados são provisórios - em dias constantes.
Fonte: Direção da Indústria Alimentícia - Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), sobre a base de dados fornecida pela indústria.
Recepção de leite nas principais indústrias - 2003-2006

Recepção total, número de propriedades leiteiras e entrega diária por propriedade
Variação com relação ao mesmo mês do ano anterior

NOTA: Os dados são provisórios - em dias constantes.
Fonte: Direção da Indústria Alimentícia - Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), sobre a base de dados fornecida pela indústria.
Recepção total, número de propriedades leiteiras e entrega diária por propriedade
Variação interanual 2005-2006

Exportações de lácteos da Argentina 2004-2006 - Totais e Brasil
(a) Em volume

1Em toneladas de peso produto, exceto leite fluido, que foi previamente convertido em equivalente em leite em pó (10%).
Dados provisórios.
(b) Em valor

(c) Preço

Preço médio = valor total/volume total.
Para obter um preço mais representativo, neste caso, o preço está expresso em toneladas de peso produto incluindo o leite fluido.
Fonte: Até abril 2006: INDEC; Maio-Junho: Aduana-AFIP.
Exportações de lácteos da Argentina - 2004 - 2006
