ARG: produtos lácteos poderão aumentar até 25%

O secretário de Comércio da Argentina, Guillermo Moreno, não esperou o final do conflito com o setor agropecuário do país e já fez um novo projeto para regulamentar os preços e as exportações do setor de lácteos, um dos principais assuntos que os produtores pedem que seja discutido.

A iniciativa convalidaria aumentos de até 25% para os produtos lácteos que não fazem parte da cesta básica, segundo informou o Clarín.

De acordo com a Câmara de Produtores de Leite do Oeste de Buenos Aires (Caprolecoba), Moreno se reuniu com indústriais na semana passada para adiantar suas intenções: planeja segmentar a produção de leite em quatro diferentes destinos, para aplicar a cada um deles diferentes critérios de preços e impostos.

Assim, dos 9,8 bilhões de litros de leite cru que se produziriam em 2008, Moreno estimou que 5,7 bilhões serão destinados ao consumo interno fora da cesta básica e somente 2 bilhões corresponderão à lista dos 16 produtos (leite em saquinho, alguns iogurtes e queijos) que integram essa cesta de produtos "subsidiados". Para estes últimos, a Secretaria do Comércio autorizou um aumento escalonado de somente 8%. Porém, para os primeiros, que representam a grande maioria, seria autorizado um aumento de 25% até setembro.

A proposta de Moreno planeja aplicar ao excedente leiteiro destinado às exportações impostos diferenciais através do "valor de corte" de US$ 3.245 por toneladas. E somente uma porção - 700 milhões de litros - poderia ser exportada com o preço total.

Moreno também insiste em regulamentar os preços ao produtor. Em média, o produtor passaria a receber 91 centavos de peso (30,06 centavos de dólar) por litro, 6 centavos de peso (1,98 centavos de dólar) a mais do que recebe hoje. Essa iniciativa não agradará o setor, que pede aumentos de 30% para chegar a um preço de 1,25 pesos (41 centavos de dólar) por litro.