ARG: produção e exportação continuam em queda

Os envios de leite em pó integral da Argentina, que representam quase 40% das exportações, diminuíram 50,5% em janeiro, enquanto as vendas de queijos reduziram 37% no mesmo período, segundo dados publicados pela Senasa (Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria). No geral, as exportações de lácteos em janeiro somaram 33,6 mil toneladas a US$ 132,6 milhões em janeiro, contra 42,3 mil toneladas a US$ 106,2 milhões no mesmo mês de 2007.

Com as restrições aplicadas às exportações, tudo indica que o abastecimento normal do mercado interno não está garantido, pelo contrário, cabe esperar que nos próximos meses se repita o cenário do ano passado, com falta de lácteos nas gôndolas dos supermercados, especialmente de produtos com preços controlados, como leites fluidos e leite em pó.

O desabastecimento foi resultado de uma menor oferta de matéria-prima (queda de 12% no ano passado) e de uma política das empresas que privilegiam os produtos não envolvidos no acordos de preços.

A perspectiva não é melhor neste ano. Em janeiro, a produção voltou a cair cerca de 10%. Além disso, no último ano, o consumo interno aumentou 5%, acentuando a preocupação pelo abastecimento no curto prazo, que manifestaram algumas fontes industriais, principalmente a La Sereníssima.

Os produtores não conseguiram na semana passada a aprovação da recomposição de 50% no preço do leite cru, apesar de vários dos insumos terem subido fortemente no último ano (a saca de soja e girassol, cerca de 70%, enquanto o preço do glifosato dobrou). Fontes do setor asseguram que sem atualização, muitos migrarão para outras atividades, especialmente agricultura.

As informações são do jornal El Cronista Comercial, adaptadas pela Equipe MilkPoint.