ARG: Governo pede ao varejo que compre estoques

Depois de ter provocado, em julho e agosto, o acúmulo de enormes estoques de 40 mil toneladas de leite em pó e queijos nas indústrias de lácteos por sua decisão de fechar as exportações, o secretário do Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, começou agora a pressionar os grandes supermercados para que adquiram parte deste volume.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 2 minutos de leitura

Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Depois de ter provocado, em julho e agosto, o acúmulo de enormes estoques de 40 mil toneladas de leite em pó e queijos nas indústrias de lácteos por sua decisão de fechar as exportações, o secretário do Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, começou agora a pressionar os grandes supermercados para que adquiram parte deste volume.

Em uma recente reunião, Moreno pediu aos executivos de várias cadeias de supermercados que pelo menos comprem estoques de queijos das pequenas e médias empresas de lácteos, seriamente comprometidas por não poderem colocar seus produtos nem no mercado interno nem no exterior, por causa da crise financeira. Não se falou em volumes e preços, mas várias cadeias já começaram a avisar às pequenas e médias empresas de lácteos que não pagarão preços muito superiores aos atuais, que registram uma baixa média de 30% na saída da fábrica desde julho passado. A mercadoria parada em toda a indústria vale cerca de US$ 100 milhões. Não se sabe se haverá preços mais baixos para os consumidores.

Segundo algumas fontes, as pequenas e médias empresas de lácteos da Argentina já começaram a receber alguns contatos de supermercados buscando compras, mas em condições não muito favoráveis às empresas. Embora sem uma estimativa completa, as empresas acreditam que nos próximos dois meses poderiam vender nas cadeias comerciais pelo menos 1.500 toneladas. Atualmente, quem tem uma posição dominante nos supermercados argentinos são as grandes empresas de lácteos.

Paralelamente a essa operação com os supermercados, Moreno também decidiu que o Estado adiantará a compra de leite em pó que normalmente é destinado aos planos sociais. Seriam cerca de 10 mil toneladas a preços em torno de US$ 2.700 por tonelada. No contexto de um mercado internacional que caiu pela metade em valores e não há negócios, há projeções pessimistas de que se a situação não se reverter, mais de 5% do leite poderia ficar como excedente sem um destino fixo.

Contudo, a Secretaria de Comércio Interior da Argentina desistiu do plano de comprar todo o estoque disponível, devido à ausência de um organismo estatal capaz de canalizar a aquisição. Também desistiu da idéia de que o Estado financie diretamente as empresas para que possam colocar seus produtos no exterior. Por outro lado, Moreno pediu às grandes, pequenas e médias empresas que se juntem para exportar. Prometeu se colocar à frente de uma mobilização para que, via Chancelaria e embaixadas possam abrir portas apesar do duro contexto global, no qual caem os contratos pela falta de crédito. Ele disse que flexibilizará os controles e as permissões de embarque.

A reportagem é do La Nación, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
Ícone para ver comentários 0
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Qual a sua dúvida hoje?