ARG: exportadoras terão limite de preço ao produtor

O secretário de Comércio Exterior da Argentina, Guillermo Moreno, decidiu que não autorizará exportações às empresas que paguem mais de 73 centavos de peso (o equivalente a R$ 0,4161) por litro de leite aos produtores - 10% a menos que os preços atuais.

De acordo com o Agrodiario - Carbap, a medida promoverá uma nova concentração da produção do setor, e empurra aqueles produtores que têm rentabilidade negativa e possibilidades de se voltar ao cultivo de soja e deixar a atividade leiteira.

O jornal ainda faz a seguinte indagação: "Saberá Moreno que com menos investimento e mão-de-obra se pode conseguir índices de maior rentabilidade com a soja?"

A medida de Moreno pode causar uma acentuada queda de produção de leite, maior que a provocada pela seca no verão e as inundações do final de março, que estimam uma redução de 10% no volume produzido neste ano. Além disso, o jornal afirma que a quantidade de produtores na Argentina já caiu cerca de 4,2% entre janeiro e setembro deste ano com relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados oficiais.

Segundo o jornal El Cronista Comercial, apesar dos preços pagos aos produtores pelo litro de leite terem se recuperado, de 50 centavos de peso por litro (R$ 0,285/l) no início do ano para uma média de 82 centavos de peso (R$ 0,4674/l) em outubro, segundo a Secretaria de Agricultura.

A estiagem no verão que prejudicou a principal bacia leiteira foi seguida de inundações no final de março. A isto se somou a intervenção do mercado com um preço de corte de exportação para o leite em pó (hoje em US$ 2.650/t), o que conteve os preços no mercado argentino durante todo o ano.