ARG: Adecoagro investe em leite e biocombustível

A Adecoagro, empresa criada em 2002 e inserida no setor de alimentos e energia renovável, está atualmente mantendo seu foco no mercado argentino na integração vertical e no acoplamento de unidades estratégicas. O esquema começa com a produção de milho, destinado à fabricação de etanol e um subproduto, o grão destilado de milho, utilizado como alimento para o gado leiteiro. O esterco e outros efluentes serão processados em um biodigestor para produzir biogás, que será usado como auto-consumo para alimentar as turbinas geradoras de eletricidade das plantas industriais e a fazenda.

Publicado por: MilkPoint

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A Adecoagro, empresa criada em 2002 e atuante no setor de alimentos e energia renovável, tendo como sócio o investidor George Soros (que recentemente tentou adquirir a cooperativa SanCor) investe na integração vertical e no acoplamento de unidades estratégicas, como a bioenergia, segundo informou o gerente de Negócios Lácteos da empresa, Raúl Filippi, ao La Voz del Campo.

Na zona rural de Christophersen, no sul de Santa Fé, está sendo construído o primeiro módulo de uma fazenda leiteira estabulada (modelo free stall) para 3000 vacas em ordenha. A empresa já tem em fazendas do sul de Santa Fé 1500 novilhas que parirão no final do ano e que serão as primeiras habitantes do modelo estabulado. A Adecoagro investirá US$ 6 milhões na primeira etapa, que se inicia entre janeiro e março do próximo ano. No final de 2008, serão incluídas mais 1500 novilhas.

O grupo conta atualmente com 4000 vacas em ordenha distribuídas em sete fazendas, com uma produção diária de 120 mil litros de leite. A recria é feita em fazendas de General Villegas, em Buenos Aires, e a empresa acaba de adquirir a fazenda Las Palmiras em Arias, Córdoba (10 mil litros por dia), além de estar fechando a compra de um estabelecimento vizinho similar.

A produção destinada ao mercado interno é industrializada na La Lácteo, enquanto que os volumes com destino à exportação (leite em pó) são processados em plantas de terceiros. Em médio prazo, o plano é contar com 15 mil vacas em confinamento para ampliar a fronteira do valor agregado a partir do milho. O triplo propósito se transformará em etanol, leite e biogás.

O esquema da Adecoagro requer uma escala que equilibra custos e lucros. Começa no milho, com uma produção de 500 mil toneladas em 58 mil hectares. Os grãos obtidos vão à planta de produção de etanol, que no processo de destilação (prensado e cocção) permite a extração do álcool para o biocombustível (210 milhões de litros anuais) e a geração de um subproduto chave: o grão destilado de milho, conhecido como WDGS pela sua sigla em inglês (Wet Distillers Grains with Solubles). O volume deste último (486 mil toneladas) responde a seu alto nível de umidade (70%), de forma que deve ser consumido em um raio não maior a 50 quilômetros.

A rede de fazendas estabuladas receberá este alimento que servirá de suplementação ao silo de pasto, farelo e núcleo vitamínico que integrarão à dieta. Estima-se que em condições ótimas, as vacas produzirão entre 33 e 35 litros de leite por dia. Se o esquema chegar às 45 mil vacas pretendidas, a Adecoagro contará com 1,5 milhão de litros de leite diários.

Por sua vez, o esterco e outros efluentes da fazenda serão processados em um biodigestor (fermentação anaeróbica) para produzir biogás, que será usado como auto-consumo para alimentar as turbinas geradoras de eletricidade das plantas industriais e a fazenda. Ainda há a possibilidade de certificar créditos de carbono (por captura de dióxido de carbono) e produzir biofertilizantes.

A reportagem é do jornal Diario La Voz del interior, publicada no site Lechería Latina.
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Everaldo de Albuquerque Alves
EVERALDO DE ALBUQUERQUE ALVES

MACEIO - ALAGOAS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 02/10/2007

Gostaria que alguem capacitado, responda sobre a viabilidade deste projeto, fazendo o balanço de massa de todo o fluxo proposto.
Qual a sua dúvida hoje?