Durante este ano, foram abatidos cerca de 300 mil bezerros da raça Holandesa na Argentina, diante da impossibilidade dos produtores mantê-los devido à queda na rentabilidade que sofre o setor leiteiro nacional. "As políticas oficiais fazem com que há dois anos os produtores decidam eliminar quase metade dos 600 mil bezerros Holandeses que nascem em nosso país", disse o presidente da Associação de Criadores de Holandeses da Argentina (ACHA), Gustavo Armando.
No mesmo contexto, a ACHA disse que a tendência de fechamento de fazendas leiteiras segue aumentando e hoje está entre 2 e 3 fechamentos por dia. "Lamentavelmente, perdemos por ano cerca de 800 fazendas leiteiras e, se seguirmos com estas políticas intervencionistas por outros 3 anos, perderemos mais de 30% da produção de leite nacional".
Armando também criticou a atual política leiteira e disse que os produtores não estão recebendo o valor combinado em outubro e, ao contrário, este valor segue caindo até chegar a 0,70 a 0,75 pesos (US$ 0,20 a US$ 0,21) por litro em dezembro.
Em 10/12/08 - 1 Peso Argentino = US$ 0,29013
3,44677 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
A reportagem é do Infocampo, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.
ARG: 300 mil bezerros abatidos; mais fazendas fechando
Durante este ano, foram abatidos cerca de 300 mil bezerros da raça Holandesa na Argentina, diante da impossibilidade dos produtores mantê-los devido à queda na rentabilidade que sofre o setor leiteiro nacional. No mesmo contexto, a tendência de fechamento de fazendas leiteiras segue aumentando e hoje está entre 2 e 3 fechamentos por dia.
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VILSON MARCOS TESTA
CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO
EM 15/12/2008
Aqueles que têm o rebanho de holandes puro sempre estiveram em dificuldades, que tendem a aumentar; criadores que têm gado misto respiram mais tranquilos.
A propósito, conheço vários estabelecimentos produtores de leite que têm rebanho holandês estabilizado em sua escala, e que sabem que estão em um brete sem grande saída: suas bezerras são preteridas pelas Jersey, com o que perdem a renda de sua venda, os bezerros são um problema e os sólidos totais no leite são mais baixos do que os obtidos pelas vacas mestiças e mistas (os industriais preferem o leite destas). Aliás, os criadores e detentores de gado holandes geneticamente muito purificado foram "agraciados" na IN51 com uns teores baixos de proteína e de gordura no leite... mas isso pode mudar.
A propósito, conheço vários estabelecimentos produtores de leite que têm rebanho holandês estabilizado em sua escala, e que sabem que estão em um brete sem grande saída: suas bezerras são preteridas pelas Jersey, com o que perdem a renda de sua venda, os bezerros são um problema e os sólidos totais no leite são mais baixos do que os obtidos pelas vacas mestiças e mistas (os industriais preferem o leite destas). Aliás, os criadores e detentores de gado holandes geneticamente muito purificado foram "agraciados" na IN51 com uns teores baixos de proteína e de gordura no leite... mas isso pode mudar.

SERGIO CAETANO DE RESENDE
BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 15/12/2008
Pequenos fazendeiros do Brasil, os argentinos somos nós amanhã e eu hoje. Já mato minhas crias e vendo meu gado de leite há algum tempo. Não farei silo este ano e já estou plantando árvores, porque não tem comprador para minhas terras. Claro, é melhor aplicar dinheiro em títulos do governo. Tem renda e é garantido. O pequeno produtor de leite brasileiro, acho que aqui e acolá, está segurando os mandatos dos políticos, o setor de serviços e a indústria há muito tempo. A Poupança acumulada pelo trabalho de várias gerações das famílias dos pequenos produtores rurais está se transferindo para o Estado, para as instituições financeiras, para os comerciantes e para os especuladores financeiros. 30% dos pequenos produtores argentinos quebraram com o mesmo preço do leite que estamos recebendo aqui, com os insumos mais caros.
Só tem um jeito: juntarmos só pequenos em associações administradas coletivamente para compra de insumos e venda dos produtos diretamente aos consumidores da cidade. Nós, pequenos produtores de leite, temos que esquecer o Governo (Estado) e eliminar da cadeia do leite a indústria de laticínios e os supermercados. Nosso produto vale mais que água. Fora da porteira só quem come.
Só tem um jeito: juntarmos só pequenos em associações administradas coletivamente para compra de insumos e venda dos produtos diretamente aos consumidores da cidade. Nós, pequenos produtores de leite, temos que esquecer o Governo (Estado) e eliminar da cadeia do leite a indústria de laticínios e os supermercados. Nosso produto vale mais que água. Fora da porteira só quem come.