AR: empresas passam por dificuldades financeiras

As empresas de lácteos da Argentina estão divulgando as dificuldades financeiras que estão enfrentando devido aos acordos de preços que fizeram em dezembro passado com o Governo. Segundo as empresas, o congelamento de preços de alguns produtos estaria reduzindo as margens de lucros, informou reportagem do jornal Clarín.

No final de setembro, a SanCor anunciou que não podia pagar US$ 10 milhões de uma cota de capital e os juros de uma Obrigação Negociável e, por sua vez, propôs pagar os juros em três cotas. O capital que não foi pago se somou à renegociação global da dívida, que hoje chega a US$ 167 milhões.

Na semana passada, a Mastellone Hermanos, dona da La Sereníssima, comunicou a seus credores que, ao invés de dinheiro, estava dando mais papéis de dívida, usando a opção presente na renegociação da dívida, feita em outubro de 2004. A empresa argumenta que estão aumentando os custos enquanto os preços se mantêm congelados. A empresa também cita as retenções de impostos às exportações de lácteos como outro fator que complica suas contas.

As companhias solicitaram nos últimos dias a renegociação dos acordos de preços, mas o Governo argentino não aceitou.

As duas empresas passaram por duras e longas renegociações de seus passivos após a crise econômica de dezembro de 2001. Endividadas em dólares, mas com o grosso de suas vendas no mercado local, a "pesificação" (fim da paridade do peso argentino com o dólar norte-americano) as colocou em uma armadilha.