Análise das exportações e importações de lácteos em 2005

Publicado por: MilkPoint

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No mês de dezembro, o saldo positivo de US$ 7,908 milhões tornou o Brasil superavitário pelo segundo ano consecutivo. Tudo indica ter havido uma concentração de embarques, fruto da greve dos fiscais federais em novembro, o que pode ser atestado pelo superávit quase irrisório, de US$ 143 mil, do mês anterior, e pelo gráfico abaixo. Foi o segundo maior saldo do ano de 2005, perdendo apenas para o mês de outubro que teve superávit de US$ 8,914 milhões. Neste último mês do ano de 2005, o Brasil exportou US$ 18,924 milhões contra US$ 11,016 milhões advindos de importações.

O resultado de dezembro fez com que o ano de 2005 fechasse com saldo positivo, mas inferior a 2004. As exportações contra as importações geraram um saldo comercial de US$ 8,9 milhões entre janeiro e dezembro do ano passado. Já em 2004, o superávit foi de US$11,5 milhões, ou seja, 29% maior.

As exportações fecharam em US$ 130,09 milhões, um crescimento de 36,4% em comparação com 2004, que fechou com US$ 121,19 milhões. No entanto, o crescimento das importações foi mais intenso, registrando US$ 121,19 milhões em 12 meses, 44% superior aos US$ 83,92 milhões do ano de 2004.

Figura 1

Importações

As tabelas 1 e 2 mostram as importações em volume e valor, de janeiro a dezembro de 2005, quando comparadas com o mesmo período do ano passado, além dos valores de dezembro de 2005, dezembro de 2004 e novembro de 2005. As importações nos meses de janeiro a dezembro estão 30,2% maiores em volume e 44,4% maiores em valor, quando comparadas a 2004.

O principal produto importado pelo Brasil é o leite em pó com 48% do valor (US$) total das importações do mês de dezembro, seguido pelo soro de leite com 38,15% e pelos queijos com 11,06%.

A Argentina exportou cerca de 76% do total de 2.322 toneladas de leite em pó importadas pelo Brasil, enquanto que o Uruguai exportou o restante.

Neste mês, o principal país exportador de soro de leite para o Brasil também foi a Argentina. Das 3.724 toneladas importadas, 34,6% vieram da Argentina (que no mês passado havia exportado 23% das 1.910, perdendo o primeiro lugar para Polônia) e 17,4% vieram da França.

Tabela 1. Importações em quantidade (mil kg)

Figura 2

Tabela 2. Importações em valor (mil US$)

Figura 3

Exportações

As exportações estão colocadas nas tabelas 3, 4 e 5. Em volume, nos meses de janeiro a dezembro, 2005 está 14,8% acima de 2004, enquanto em valor a diferença atinge 36,3%.

Para Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNPL/CNA), a sobrevalorização do real representa perda de competitividade para os produtos nacionais no mercado externo, pois estes ficam mais caros, quando cotados em moeda estrangeira.

"Em dezembro de 2004, a cotação do dólar era de R$ 2,71. Na maior parte do ano de 2005, o real esteve supervalorizado, chegando em dezembro a R$ 2,28. A necessidade de reduzir custos para continuar com as exportações aliada ao crescimento da produção provocaram queda substancial dos preços ao produtor no segundo semestre do ano passado", completa.

O principal produto exportado pelo Brasil foi o leite em pó, diferentemente do mês de novembro, cujo principal produto foi o leite condensado. No mês de dezembro, o leite em pó foi responsável por cerca de 43% das exportações totais, em volume. Cuba e Venezuela foram os principais importadores de leite em pó, respondendo por cerca de 16,5% e 15,5% das exportações brasileiras, respectivamente.

O terceiro maior produto exportado foi a manteiga com 4,15% das exportações totais em volume e o quarto foi o queijo tipo mussarela fresco (não curado), sendo o responsável por 3,88% das exportações totais, em volume neste mês. O maior importador de queijo tipo mussarela foi a Coréia do Sul, com participação de 70,5%.

Tabela 3. Exportação em quantidade (kg)

Figura 4

Tabela 4. Exportação em valor (US$)

Figura 5

Tabela 5. Exportações em quantidade (kg) e valor (US$) dos leites em pó, condensado e evaporado

Figura 6

Fonte:Joice Rodrigues, da Equipe MilkPoint
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Helton Perillo Ferreira Leite
HELTON PERILLO FERREIRA LEITE

LORENA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/01/2006

Nem tudo são flores. Apesar do saldo positivo o produtor amargou um dos piores anos em rentabilidade financeira. Por outro lado o consumidor me parece ludibriado. Todos os produtos listados foram mais exportados que importados, exceto um. Apenas soro de leite dá um déficit de US$ 30 milhões e é responsável por cerca de 25% do valor importado. Porque importar soro de leite? Para fazer bebida láctea? Concorrência desleal com o produtor brasileiro? O consumidor sabe que está bebendo subproduto de laticínio?



Soro de leite da Polônia ou da Argentina me parece ser alimento de segunda categoria. Pobres consumidores brasileiros. Paupérrimos produtores de leite brasileiros.



Helton Perillo Ferreira Leite

Engenheiro Agrônomo. - Produtor de leite em Lorena (SP)
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