Análise das exportações e importações de lácteos até fevereiro de 2006

Publicado por: MilkPoint

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Apesar de ter iniciado o ano de 2006 com um déficit na balança comercial de lácteos de aproximadamente 4 milhões de dólares, o mês de fevereiro obteve um superávit de US$ 3,2 milhões. As exportações atingiram US$ 13,35 milhões, enquanto que as importações somaram US$ 10,12 milhões.

Segundo Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNPL/CNA), o resultado positivo, entretanto, ainda não pode ser considerado uma tendência, pois o setor lácteo continua sendo prejudicado pela atual política cambial praticada pelo Governo Federal, que mantém o dólar subvalorizado, limitando a expansão da balança comercial de lácteos.

"Com esse cenário de desequilíbrio cambial, fica difícil traçar estimativas positivas para o setor para os próximos meses. O movimento de aumento de vendas externas em alguns itens verificado em fevereiro só reforça o perfil competitivo dos produtos nacionais", afirma.

Figura 1

O saldo da balança comercial dos dois primeiros meses do ano fechou ligeiramente deficitária, em torno de US$ 790 mil. O aumento das exportações de leite em pó e leite condensado pode ter contribuído para minimizar o déficit na balança nestes dois meses.

Alvim explica que o aumento das vendas de leite em pó e leite condensado em fevereiro foi puxado pelo crescimento de demanda interna de países da América Latina e África - tradicionais clientes do Brasil, além da Israel.

Exportações

As exportações estão colocadas nas tabelas 1, 2 e 3. Em volume, exportamos cerca de 8 milhões de quilos, aproximadamente 3,8 milhões de quilos a mais que em janeiro de 2006. O valor exportado de US$ 13,35 milhões foi 79% maior do que em janeiro de 2006 e 55,2% maior que em fevereiro do ano passado.

O principal produto exportado pelo Brasil é o leite em pó, responsável por cerca de 47% das exportações totais, em valor, no mês de fevereiro. Países como Venezuela, Cuba e Israel, são os principais importadores de leite em pó, respondendo por 30,2%, 21% e 11% das exportações brasileiras, respectivamente.

O segundo maior produto exportado pelo Brasil é o leite condensado sendo o responsável por 31,2% das exportações totais, em valor neste mês. O maior importador de leite condensado foi a Angola, com participação de 45%, seguido da Venezuela, com 28% e Trinidad e Tobago, com 5,4%.

Tabela 1: Exportação em quantidade (kg)

Figura 2

Tabela 2: Exportação em valor (US$)

Figura 3

Tabela 3: Exportações em quantidade (kg) e valor (US$) dos leites em pó, condensado, evaporado e creme de leite

Figura 4

O presidente da CNPL/CNA observa que, neste ano, verifica-se uma tendência de estabilização de preços no mercado internacional. "Esse cenário decorre da previsão de queda de 2% da produção de leite na Nova Zelândia, manutenção dos níveis de produção na Austrália e União Européia. Nos Estados Unidos, a produção cresceu 3,5% no ano passado, mas a expansão das vendas externas daquele país vai depender do fortalecimento do dólar em relação ao euro", completa.

"Nossa percepção é que há espaço no mercado externo para ampliar a presença dos produtos brasileiros, mas a defasagem cambial reduz a capacidade competitiva no exterior. É perda de receita na certa", avalia Alvim.

Importações

As tabelas 4 e 5 mostram as importações em volume e valor, do mês de fevereiro de 2006, fevereiro de 2005 e janeiro de 2006. As importações, em valor estão 11,7% menor que em janeiro de 2006 e 8,1% maior em relação a fevereiro do ano passado.

O principal produto importado pelo Brasil é o leite em pó com 66,6% das importações totais do mês de janeiro, seguido pelo soro de leite com 20,6%. Importante notar que não houve importação de leite condensado e nem de leite evaporado (condensado sem açúcar).

A Argentina exportou para o Brasil cerca de 91,5% do total, em valor, de leite em pó, enquanto que o Uruguai exportou 6,8% e a Bélgica o restante.

Neste mês, o principal país exportador do soro de leite para o Brasil foi também a Argentina. Das 1.550.000 toneladas importadas, 60,2% vieram da Argentina e 3,4% vieram da Nova Zelandia.

Tabela 4: Importações em quantidades (mil kg)

Figura 5

Tabela 5: Importações em valor (mil US$)

Figura 6

Joice Rodrigues, da Equipe MilkPoint
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