Altos preços preocupam empresas e consumidores

Na segunda-feira (23), companhias e consumidores forma alertados de que os preços dos alimentos poderão aumentar rapidamente, devido em parte à globalização e à demanda dos mercados emergentes, de acordo com a agência Reuters.

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Na segunda-feira (23), companhias e consumidores forma alertados de que os preços dos alimentos poderão aumentar rapidamente, devido em parte à globalização e à demanda dos mercados emergentes, de acordo com a agência Reuters.

A Nestlé, líder mundial no setor de alimentos e também a maior compradora mundial de leite, alertou que o custo global do leite está aumentando tão rápido que é impossível aumentar os preços no varejo de uma forma que acompanhe o aumento no mercado internacional.

Este jogo de alcance de preços pode afetar a Nestlé mais do que as outras empresas de alimentos devido às suas grandes operações nos mercados emergentes, mas, no final, leite mais caro é um sinal provável de preços maiores à maioria dos produtores.

A Nestlé concentra mais de 70% de suas vendas de produtos lácteos de mercados emergentes, com as rivais Danone e Numico concentrando 60% de suas vendas da Europa Ocidental, de acordo com uma pesquisa do J.P.Morgan. No entanto, foi precisamente a exposição da Nestlé aos mercados emergentes que a tornou uma precursora de tendências de globalização, bem como direcionou impressionantes crescimentos nos lucros do grupo suíço.

Os preços do leite aumentaram muito em 2007, direcionados não somente pelo crescimento populacional, mas pelo aumento no consumo per capita, especialmente na China e no Oriente Médio, de acordo com o IFCN. O preço de alguns produtos chave, como o leite em pó desnatado, aumentou de US$ 2000 a tonelada em julho para mais de US$ 3500 a tonelada agora, de acordo com dados do IFCN.

É difícil repassar aumentos tão grandes aos consumidores, que têm mais chances de desistir dos produtos do que de pagar muito mais por eles, fazendo com que a Nestlé pague a diferença. A Nestlé disse na segunda-feira que espera que o crescimento na lucratividade desacelere em 2007, devido principalmente aos maiores custos do leite.
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Carlos Roberto Dias Barboza
CARLOS ROBERTO DIAS BARBOZA

MERIDIANO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/05/2007

O produtor de leite precisa estar preparado na sua atividade, até para ganhar dinheiro... Porque estando preparado, quando a situação estiver ruim para todos ele conseque se aguentar na atividade.

Parafraseando o filósofo de trás para frente: "depois da bonança vem a tempestade".

Boa sorte a todos...
Marcos Salazar de Paula
MARCOS SALAZAR DE PAULA

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/05/2007

Após décadas de conluio oficial com cartéis e falsas lideranças, manipulando o mercado à vontade, será que está chegando a hora de diminuir a bandalheira? Até quando os produtores de qualidade responderão a aumentos de preços com investimentos e aumento de produção?

Para quem não está lavando dinheiro nem é "extrator de Leite", leite é um mau negócio (apesar da mídia paga tentar convencer bobos do contrário, inclusive com engenhosos cálculos). É só comparar a atividade com outras. É muito mais fácil ganhar dinheiro com cana, milho, soja, eucalipto... Quando os laticínios começarão a ver os produtores como parceiros e não como bobos a serem convencidos e explorados?

Infelizmente, me parece que a luz do fim do túnel ainda etá longe. Num mercado prostituído e com produtos de baixa qualidade será que precisamos realmente de leite de qualidade? Quando é que prevalecerão no mercado laticínios sérios parceiros de produtores de qualidade?

Talvez quando tivermos um país mais sério. Uma mudança de estratégia dos laticínios poderia ajudar nos dois casos. Infelizmente a cultura das nossas lideranças e dos empresários do setor é muito fraca. Só com uma falta de leite crônica e não sazonal é que poderá haver alguma mudança.
Divino Lúcio Garcia de Carvalho
DIVINO LÚCIO GARCIA DE CARVALHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/05/2007

Pela historia do leite no Brasil, ainda não tenho coragem para investir em instalações e maquinários. Estou investindo apenas em genética, mas com o pé atrás, pois, a qualquer momento podemos levar uma rasteira, como outras vezes. Com os preços atuais, estamos apenas começando a recuperar prejuizos do passado!!!
José de Jesus Santos
JOSÉ DE JESUS SANTOS

SANTO ANASTÁCIO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/05/2007

As empresas estão preocupadas com a falta e o aumento no preço do leite, mas na hora que elas se unem para acertar quanto querem pagar para os produtores, aí sim está tudo bem. Pois é muito fácil receber o leite, vender e pagarem para o produtor na segunda quinzena do mês seguinte, depois de retirar todas as suas despesas e lucros.

Aí sim é muito cômodo, pagam para o produtor que luta desesperadamente para honrar seus compromissos.

Nós, produtores, prcisamos agir e nos organizar para mudar essa situação que é vergonhosa. Temos que colocar nossos custos em nosso leite e vendê-lo com lucro, e não como vinha acontecendo, vendendo nossas propriedades e animais para pagar nossos custos de produção.

Vamos er empresários rurais e não tiradores de leite. Vamos à luta e não aceitar o que já aconteceu no passado, passar a ter orgulho do que fazemos e não vergonha.

As empresas do setor precisam ser parceiras dos produtores e não concorrentes, querendo tirar o produtor do campo. Será que não percebem que sem produção de leite elas também somem do mercado?
mauricio gomes de menezes
MAURICIO GOMES DE MENEZES

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/05/2007

Minha região está sendo invadida pelos canviais, os produtores de leite estão trocando sua atividade.

Acredito que o preço praticado hoje pelas indústrias de latcínios é o que deveria estar sendo praticado desde janeiro de 2005, porque este preço foi pago na região em 2004, ano em que recebi preço médio de R$ 0,56 por litro, enquanto no ano de 2005 o preço medio não ultrapassou de 0,52. E o mesmo se repetiu em 2006.
Aluízio Lindenberg Thomé
ALUÍZIO LINDENBERG THOMÉ

FARIA LEMOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/04/2007

Em se tratando de Brasil, antes de mais nada é preciso que as indústrias repassem alguma coisa aos produtores, facultando assim recuperação das margens tão defasadas.

Acontece que sob a ótica do capital, enquanto os preços são brutalmente achatados e a produção continua aumentando, ótimo. Se o produto falta para a indústria mas a demanda relativa não aumenta, essa pode ser apenas uma questão conjuntural, e então as indústrias corrigem os preços ao produtor, em disputa por manter mercado, sabendo que no final da entresafra vão recuperar suas "perdas" com juros, achatando novamente o preço até que entressafra seguinte reinicie o processo.

A grande preocupação da Nestlé parece advir do fato dessa escassez de matéria prima ser na realidade estrutural, por aumento consistente na demanda mundial, e aí sim seu fabuloso lucro poderá estar comprometido para os próximos anos, pois não haverá chance de recuperação de margens nos meses subseqüentes.

Quanto ao nosso mercado interno, temos muito espaço a ser trabalhado para viabilizar aumento de consumo nas faixas de idade adulta, independente de classe social, em que já não se consome leite, mas costuma haver folga no orçamento para pagar um valor mais significativo pelo produto.

Às indústrias, Nestlé inclusive, resta trabalhar melhor suas relações com as grandes redes de varejo, deixando o setor primário respirar.
Cezar Pimenta Guimarães
CEZAR PIMENTA GUIMARÃES

PONTA GROSSA - PARANÁ

EM 28/04/2007

Papai Noel em abril... Amanhã espero ainda estar sonhando...
Aroldo Augusto Martins
AROLDO AUGUSTO MARTINS

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2007

Fico muito triste de ver que foi só os preços começarem a reagir para o produtor que começarão a choradeira dos laticínios. O mais incrível é que os valores pagos hoje são os mesmos recebidos por nós em 2005. Então veja que a situação dos laticínios não é tão feia como está tentando pintar, voces não acham?

Mas quando o produtor está trabalhando no vermelho, as indústrias e os consumidores não fazem reuniões para poder fazer um preço médio, só eles querem ganhar. Fique atento, produtor: tenha os pés no chão, pois vão puxar nosso tapete logo, logo.
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