Alimentos representam 65% da inflação de 2008

A inflação das famílias de baixa renda terminou 2008 com alta de 7,37%, a maior taxa desde 2004, quando o índice começou a ser calculado pela Fundação Getulio Vargas. Os alimentos foram os principais responsáveis pela alta de preços e representaram 65% da inflação acumulada no ano.

Publicado por: MilkPoint

Publicado em: - 1 minuto de leitura

Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

A inflação das famílias de baixa renda terminou 2008 com alta de 7,37%, a maior taxa desde 2004, quando o índice começou a ser calculado pela Fundação Getulio Vargas. Os alimentos foram os principais responsáveis pela alta de preços e representaram 65% da inflação acumulada no ano.

A inflação dos mais pobres superou a da média da população pelo segundo ano seguido. O IPC-Brasil, que abrange famílias com renda de até 33 salários mínimos, fechou 2008 com alta de 6,07%.

A alimentação tem um peso maior no orçamento das famílias mais pobres. Para as famílias com renda de um a dois salários mínimos e meio, ela representa 40,98% dos gastos. No IPC-Brasil, o peso é de 28,77%.

Segundo André Braz, coordenador de Índices de Preços ao Consumidor da FGV, em 2008 a pressão nos preços de alimentos atingiu uma gama maior de produtos. O grupo alimentação registrou alta de 12,14%. A alta nos preços de arroz, feijão e carne correspondeu a 20% da taxa de inflação do ano passado. Outros produtos, como derivados da soja e do trigo, também registraram alta.

"A alta ocorreu em diversos produtos, com o aumento da demanda por arroz no mercado internacional, a entressafra do feijão e a escassez de gado para abate em junho e o problema com a importação de trigo da Argentina", afirma Braz.

Para 2009, com a perspectiva de desaceleração da economia, Braz diz que a tendência é que os preços dos alimentos subam menos. "Esperamos que a participação dos alimentos recue um pouco em razão do comportamento dos preços de commodities. Precisaremos contar com sorte na parte agrícola porque alguns produtos dependem da variação climática."

Em compensação, as tarifas públicas deverão afetar o índice, principalmente as que usam algum tipo de indexador associado à inflação, como energia, água, tarifas de ônibus e telefonia. Em 2008, o aluguel residencial foi a terceira maior influência de alta (5,95%).

A matéria é de Janaina Lage, publicada no jornal Folha de SP, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
Ícone para ver comentários 2
Ícone para curtir artigo 0

Publicado por:

Foto MilkPoint

MilkPoint

O MilkPoint é maior portal sobre mercado lácteo do Brasil. Especialista em informações do agronegócio, cadeia leiteira, indústria de laticínios e outros.

Deixe sua opinião!

Foto do usuário

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração.

Renata Erler
RENATA ERLER

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 13/01/2009

Não há um parâmetro melhor para analisar essa inflação do que a oferta e procura, mas no caso de produtos agrículas temos que observar outros fatores importantes, pois a crise na verdade nem começou.

Sou zootecnista e vejo no meu dia a dia as dificuldades encontradas no meio rural, no meu ponto de vista o produtor rural precisa de muita ajuda, pois os insumos estão com preços elevados, alguns subiram mais de 50%, como por exemplo adubo, sal mineral e outros. O preço do produto final não foi correspondente ao aumento dos insumos, o que diminui muito a margem de lucro do produtor, isso se estes não tomarem prejuizo.

Sendo assim, grande parte das culturas não receberam o trato necessário e há também produtores que deixaram suas atividades, o que irá comprometer a produção deste ano.

Nessa situação o governo dispõe de dinheiro para empréstimo aos produtores, tentam baixar os juros, mas só isso não vai resolver.

Grande parte dos produtos utilizados pelos produtores tem uma média de mais de 40% de imposto, será que não está aí a grande chave para o nosso problema?
Beneficiaria a base da pirâmide de produção de alimentos e com a base mais forte com certeza toda ela seria beneficiada não só os produtores.

Para vencermos essa crise precisaremos muito do governo. Será que podemos contar com ele?
Walter Jark Flho
WALTER JARK FLHO

SANTO ANTÔNIO DA PLATINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/01/2009

Já fiz um comentário a respeito da questão em outro artigo. Mas, não custa perguntar novamente.

Por que sempre culpar os alimentos?

Porque não culpar a seca, a alta impressionante dos insumos agricolas, do petróleo, os juros de financiamentos, etc?

Com este tipo de avaliação simplista, o culpado,
de novo, é o produtor.

Sou produtor, conheço a realidade agrícola e tenho certeza que existe um número enorme de produtores com dívidas. A forma de publicar estes dados está totalmente distorcida. E, o pior, é comentário final: No ano de 2009 vai haver desaceleração da economia e os preços dos alimentos deverão cair. Que bom né?
Qual a sua dúvida hoje?