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Alimentos funcionais: uma visão geral

POR JULIANA SANTIN

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 07/10/2004

19 MIN DE LEITURA

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O número de consumidores interessados em alimentos contendo componentes capazes de proporcionar benefícios à saúde além de seu valor nutricional está crescendo cada vez mais (1-4a, 5). Muitos desses alimentos chamados de funcionais estão sendo desenvolvidos e comercializados para os consumidores com o objetivo de proporcionar benefícios específicos à saúde, como redução do risco de doenças coronárias ou aumento do sistema imune. Os componentes funcionais (isto é, cálcio, ácido linoléico conjugado (CLA), esfingolipídios, culturas probióticas) encontradas em muitos alimentos lácteos tradicionais continuam sendo identificados e novos produtos estão sendo projetados para aumentar ou incluir esses componentes benéficos.

Definição

Não existe uma definição internacional de alimentos funcionais. Os termos alimentos funcionais e nutracêuticos são freqüentemente usados para definir a mesma coisa e são definidos de forma variada (1). Os alimentos funcionais são de forma geral caracterizados como alimentos similares em aparência aos alimentos convencionais, consumidos como parte de uma dieta normal, mas que fornecem benefícios relacionados à saúde além de suprir as necessidades nutricionais básicas (2,6a,7). Um alimento pode ser considerado naturalmente "funcional" se contiver componentes que afetam uma ou mais funções orgânicas de forma benéfica. Por exemplo, os alimentos lácteos podem ser classificados como funcionais devido ao seu teor de cálcio. Os alimentos também podem ser transformados em funcionais pela adição de certos componentes funcionais (isto é, agentes antioxidantes, probióticos) ou pela substituição de componentes por outros mais desejáveis (8). Enquanto os alimentos funcionais são freqüentemente classificados como "alimentos", os nutracêuticos são considerados produtos derivados de alimentos, mas vendidos de outras formas (como por exemplo, pílulas, pós) e que têm benefícios comprovados para a saúde (6a).

De acordo com uma pesquisa feita em 1998 pelo Conselho Internacional de Informações sobre Alimentos, os consumidores preferem o termo alimentos funcionais do que nutracêuticos para descrever os tipos de alimentos e componentes alimentícios que apresentam benefícios para a saúde (9). O Japão foi o primeiro país do mundo que determinou uma definição legal e um processo de aprovação para alimentos funcionais (2). Os produtos devem ser licenciados como Foods for Specified Health Use (FOSHU) e são certificados com um selo de aprovação pelo Ministério de Saúde e Bem-Estar do Japão.

No Brasil, a portaria no 398 de 30/04/99, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde fornece a definição legal de alimento funcional: "todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica". A regulamentação é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que em 1999 publicou duas resoluções relacionadas aos alimentos funcionais:

  • Resolução ANVISA/MS no 18 (https://www.anvisa.gov.br/legis/resol/18_99.htm), de 30/04/1999 (republicada em 03/12/1999): aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos;


  • Resolução ANVISA/MS no 19 (https://www.anvisa.gov.br/legis/resol/19_99.htm), de 30/04/1999 (republicada em 10/12/1999): aprova o regulamento técnico de procedimentos para registro de alimento com alegação de propriedades funcionais e ou de saúde em sua rotulagem.
Nessas resoluções, faz-se distinção entre alegação de propriedade funcional e alegação de propriedade de saúde, como segue:

  • Alegação de propriedade funcional: é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que uma substância (seja nutriente ou não) tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano;


  • Alegação de propriedade de saúde: é aquela que afirma, sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde. Não são permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de doenças.
Vários fatores ajudam a explicar porque os alimentos funcionais representam uma das categorias de mais rápido crescimento.

  • Avanços na ciência nutricional, tecnologias agrícolas e técnicas de processamento (ou seja, biotecnologia, engenharia genética) (4a,5,6b,10).


  • Pronto acesso às informações nutricionais e médicas através de ampla cobertura da mídia, internet e outras formas;


  • Aumento dos custos relacionados à saúde que estão colocando mais ênfase na prevenção de doenças (3,4a);


  • Avanços na legislação como as regulamentações do governo que determinam como os alimentos são comercializados e rotulados. Quanto mais flexível o ambiente regulador, mais fácil comercializar alimentos funcionais (3);


  • Aumento da idade da população que está aumentando a demanda por alimentos mais saudáveis ou ingredientes que melhorem a saúde (2,3,11). Até 2030, estima-se que um terço da população dos EUA terá mais de 65 anos de idade e esta população é particularmente interessada em alimentos funcionais que melhoram a saúde;


  • Crescente movimento de se cuidar (9,12,13). Os consumidores estão se tornando mais responsáveis por sua própria saúde e tomando atitudes para melhorá-la através dos alimentos.
Benefícios dos alimentos funcionais

Desta forma, os novos alimentos que surgirem no mercado deverão trazer em seu rótulo qual é o benefício para a fisiologia do organismo e porque reduzem o risco de certa doença, informação que deverá ser comprovada através de pesquisas científicas.

O que está direcionando a demanda por alimentos funcionais?

Uma ampla variedade de alimentos e componentes alimentícios funcionais de origem animal e vegetal estão disponíveis (2,3,6b,10,14,15). Os fitoquímicos (por exemplo, licopeno, flavonóides, indóis, fenóis) em alimentos vegetais estão ligados à redução do risco de câncer; a aveia está relacionada à redução dos níveis de colesterol sangüíneo; e vários anticarcinogênicos (como inibidores de protease, saponinas, isoflavonas) foram identificados na soja (2).

Os alimentos funcionais de origem animal incluem peixes devido à presença de ácidos graxos Ômega-3, carnes vermelhas, devido à presença de CLA, e alimentos lácteos (2,6b,14). Os alimentos lácteos contêm muitos componentes funcionais (2,6b). O cálcio, um nutriente essencial no leite e em outros alimentos lácteos, ajuda a reduzir o risco de osteoporose, hipertensão e possivelmente câncer de cólon, entre outras doenças. As proteínas do leite como os peptídeos bioativos derivados da caseína e as proteínas do soro do leite (como lactoferrina, lactoperoxidase, lisozima e imunoglobulinas) têm várias propriedades ímpares, incluindo funções anticarcinogênicas e antimicrobianas (16). Compostos bioativos derivados de lipídios do leite e outros alimentos lácteos como CLA, esfingolipídios e ácido butírico pode inibir doenças crônicas como câncer e doenças cardíacas, bem como aumentar a função imunológica (6b,17). Os alimentos lácteos contendo culturas como o iogurte são considerados funcionais devido à presença de culturas probióticas como Lactobacilli e Bifidobacterium que podem melhorar o balanço microbiano no intestino (6b,14). Não somente os alimentos lácteos podem ser considerados como funcionais, mas também, os atributos funcionais desses alimentos podem ser aumentados por tecnologias como bioprocessamento ou engenharia genética (6b).

Probióticos, Prebióticos e Simbióticos

Definições. O uso de probióticos, prebióticos e simbióticos representa uma área promissora para o desenvolvimento de alimentos funcionais (6b,21,22,23a). Os alimentos lácteos parecem ser o meio preferido para a introdução de bactérias produtoras de ácido lático, como as espécies derivadas de humanos (isto é, L. acidophilus, L. casei, L. gasseri, L. rhamnosus, L. reuteri, Bifidobacterium bifidum, B. breve, B. infantis e B. longum) (6b). O Lactobacillus spp. (naturalmente encontrado no intestino delgado humano) e várias Bifidobacteirum spp. (principal organismo do intestino grosso humano) são as culturas probióticas mais comumente utilizadas.

O termo probiótico (derivado da palavra grega que significa "para vida") geralmente se refere a bactérias vivas que afetam de forma benéfica o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento e/ou a atividade de bactérias promotoras da saúde, como a Bifidobacteirum no cólon, sobre microrganismos indesejáveis ou patogênicos (2,22,23b,24-26). Amidos, fibras dietéticas, outros açúcares não absorvíveis, álcoois derivados de açúcar e oligossacarídeos são exemplos de prebióticos (25). Os potenciais benefícios para a saúde dos oligossacarídeos não digestíveis como a inulina e a oligofrutose têm recebido atenção recentemente (4b,c,d,e,22,25).

Um produto simbiótico é aquele onde um probiótico e um prebiótico são combinados para ter um efeito benéfico aditivo ou sinérgico para a saúde do hospedeiro aumentando a sobrevivência e/ou a implantação de probióticos no trato intestinal (2,4f,21,24-26). Ratos de laboratório tratados com carcinógenos, uma combinação de bifidobactéria (ou seja, um probiótico) e oligofrutose (ou seja, um prebiótico) apresentaram a redução do risco de câncer de cólon (4f). Um forte exemplo de alimento funcional que contém simbióticos são iogurtes, encontrados principalmente na Europa (2,14).

Mercado internacional para alimentos funcionais

De acordo com uma reportagem de Sebastião César Cardoso Brandão (71) publicada na revista Indústria de Laticínios (https://www.revistalaticinios.com.br), o mercado internacional de alimentos funcionais movimentou cerca de US$ 27,8 bilhões em 1998; US$ 31,6 bilhões em 1999; e estima-se que alcançará US$ 51,3 bilhões em 2004. Só nos EUA, o mercado de alimentos funcionais foi de cerca de US$ 17 bilhões em 2001. Entre as dificuldades para uma expansão maior incluem-se legislação, confusão do consumidor com o conceito de alimento funcional, mensagens muito complicadas sobre os benefícios para a saúde e a percepção dos alimentos funcionais pelos consumidores.

O principal fator que contribuiu para o aumento rápido deste mercado é a estimativa de que, pelo menos cerca de um sexto das causas de morte, está relacionada com a dieta. A melhoria da dieta futura dos consumidores pode aumentar a expectativa e qualidade de vida da população como um todo. Maior conhecimento das influências dos alimentos na saúde pode trazer mudança de comportamento dos consumidores. Ao aumento da preocupação com a dieta, as indústrias de laticínios estão respondendo com o desenvolvimento de novos produtos funcionais. Ultimamente cerca de 70% dos lançamentos de iogurte na Europa têm posicionamento funcional sendo o LC1 da Nestlé e o Actimel da Danone os mais consumidos.

Benefícios para a saúde

Poucas pesquisas bem planejadas e bem conduzidas com testes clínicos com probióticos em humanos foram conduzidas nos últimos 30 anos (21). Somente nos últimos anos, a importância da escolha de probióticos com eficácia demonstrada tem sido reconhecida (21,22). Com relação aos benefícios dos probióticos, estudos indicam os seguintes:

  • Melhora da saúde intestinal. Certas cepas de probióticos têm demonstrado reduzir a duração da diarréia (diarréia associada a antibióticos, diarréia infantil aguda, diarréia de viajantes), suprimir os microrganismos intestinais patogênicos e aumentar a resistência a doenças infecciosas, particularmente do intestino (6b, 21, 22, 23a, 26-29). Uma pesquisa na Finlândia demonstrou que a duração da diarréia aguda em crianças entre quatro e 45 meses de idade foi reduzida após a ingestão de cepas específicas de Lactobacillus (Lactobacillus rhamnosus GG) em uma bebida fermentada ou na forma desidratada congelada (28). Os alimentos lácteos como leite e iogurte com culturas específicas de probióticos podem influenciar favoravelmente a microflora intestinal em animais experimentais e em humanos (30-32). Também tem sido demonstrado que probióticos específicos podem inclusive ajudar a aliviar a constipação (23a).


  • Modulação da resposta imune. Tanto em experimentos com animais como com humanos, culturas probióticas têm mostrado influenciar respostas imunes locais e sistêmicas (4c,6b,21,22,23c,33,34). Várias cepas de Lactobacillus e Bifidobacteria por si só em alimentos como iogurtes têm demonstrado aumentar a imunidade não específica aumentando a ativação de macrófagos e a atividade das células natural killer (22,23). Em humanos consumindo produtos fermentados com L. acidophilus LA1 ou B. bifidum Bb12, não houve mudanças na população de linfócitos, apesar de ter havido aumento da fagocitose por macrófagos de E.coli (34).


  • Redução dos riscos de câncer. Estudos indicam que os probióticos podem reduzir os riscos de câncer de cólon (36-42) e possivelmente de mama (43,44) e cânceres intestinais (45). Na maior parte das vezes os estudos foram conduzidos em animais experimentais e in vitro. Adicionalmente, estudos demonstraram que as cepas de probióticos diferem em sua capacidade de reduzir os riscos de câncer (36,44). Os probióticos podem reduzir os riscos de câncer através de vários mecanismos. Esses incluem redução das enzimas fecais (como ß-glucuronidase, azoredutase, nitroredutase) associada com a conversão de pró-carcinogênicos em carcinogênicos, estimulando as defesas imunológicas do hospedeiro e alterando a acidez (pH) do cólon tornando o ambiente menos condutivo ao desenvolvimento de câncer (2,6b,22,23a,36,37,41,42).


  • Redução dos riscos de doenças cardíacas. Os probióticos podem potencialmente reduzir os riscos de doenças cardíacas reduzindo os níveis de colesterol sangüíneo, aumentando a resistência do colesterol LDL à oxidação e reduzindo a pressão sangüínea (2,22). Em experimentos animais, a ingestão de iogurte ou leite com culturas bacterianas demonstrou reduzir os níveis de colesterol sangüíneo (46-48).


  • Melhoria da tolerância ao leite. Os probióticos podem melhorar a tolerância à lactose e reduzir a alergia ao leite (6b,21,22). O alívio dos sintomas de má digestão da lactose é bem estabelecido para alguns probióticos e alimentos lácteos contendo probióticos (21,52-57). A ingestão de iogurte feito com leite fermentado com Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus tem demonstrado melhorar a digestão da lactose em indivíduos com lactase não persistente (52,53). Esse efeito benéfico do iogurte com probióticos é devido principalmente à presença da enzima ß-galactosidase, que digere a lactose no iogurte (52,53). A capacidade de outros alimentos lácteos com probióticos auxiliarem na digestão da lactose depende dos probióticos usados e da concentração da cultura, entre outros fatores (54,57). A Bifidobactéria pode melhorar a digestão da lactose porque esses probióticos têm um nível relativamente alto de ß-galactosidase e são estáveis sob condições normais de armazenamento (57). Probióticos como alimentos lácteos com Lactobacillus spp. podem também reduzir as alergias alimentares, incluindo sensitividade a proteínas do leite, embora ainda sejam necessários mais estudos para estabelecer esses benefícios para a saúde (58-62).


  • Outros. Descobertas científicas limitadas indicam que as bactérias probióticas podem ajudar a proteger contra infecções no trato vaginal/urinário (27,63). Os probióticos podem também reduzir o risco de úlceras pela redução no crescimento de bactérias indutoras de úlceras (Helicobbacter pylori, por exemplo) (64,65).
Alguns produtos funcionais lácteos lançados no mercado internacional

Hoje os iogurtes probióticos representam grande parte das vendas de iogurte na Europa. A quantidade de novos produtos lançados no mercado internacional é muito grande. A seguir está uma parte de alguns dos novos produtos lácteos funcionais lançados nos últimos anos, de acordo com reportagem de Sebastião César Cardoso Brandão, publicado na revista Indústria de Laticínios (https://www.revistalaticinios.com.br) (71).

Iogurte com probióticos - A Nestlé lançou, há quase 7 anos, o LC1, que é um iogurte com Lactobacillus johnsonii, que sobrevive ao trato intestinal. O produto melhora a saúde imunológica e reduz desordens intestinais como diarréias, gastrite e úlceras pépticas. Como a Nestlé não participa do mercado de refrigerados nos EUA, ela lançou o LC1 como suplemento probiótico embalado em sachês de 2 gramas, contendo 2 bilhões de Lactobacillus johnsonii na produção.

Bebida probiótica - A Danone lançou o Actimel, um iogurte para beber com Lactobacillus casei, que "auxilia a fortificação das defesas naturais do corpo e ajuda a mantê-lo na melhor forma".

"Leite Imune" - Este é um novo conceito no mercado, consistindo da produção de colostro bovino hiper-imunizado para combater problemas gastrointestinais em humanos. Eles são consumidos diariamente e oferecem proteção imunológica passiva. Vacas são imunizadas contra patógenos específicos dos humanos durante o período seco (último mês antes do parto) e o colostro é coletado por quatro dias. Entre as vantagens do leite imune destacam-se a especificidade da proteção e a variedade de ação contra vírus, fungos, parasitas, bactérias e toxinas. A Lifeway Foods Inc. lançou no mercado americano o Basic Plus, uma bebida à base de kefir contendo Proventa (colostro do leite) com componentes imunológicos naturais.

YoSelf e YoBaby - Estes são produtos lançados pela Stonyfield Farm (EUA). É um iogurte semi-desnatado que contém seis culturas probióticas (L. bulgaricus, S. thermophilus, Bifidobacterium, L. casei, e L. reuteri) e inulina (prebiótico), que é reconhecida por aumentar a absorção de cálcio. Ele é vendido em pacotes de seis embalagens de 112g, e é comercializado para "aumentar a absorção de cálcio - uma pequena contribuição para a garantia da saúde das mulheres". A Stonyfield também lançou o YoBaby, o mesmo iogurte, porém integral, para crianças. Foi lançado também o YoSqueeze, um iogurte com inulina em tubo, para crianças.

Iogurte de leite desnatado com proteínas de soja - A Anderson-Erikson Dairy (EUA) lançou um iogurte de leite desnatado com proteínas de soja, que não é um substituto de produtos lácteos, mas sim uma combinação de iogurte com proteínas de soja, que apresenta duplo benefício à saúde. Também são adicionados vitaminas (C e D), cálcio, fibras, e acidófilos e bífidus. A Stonyfield colocou ainda no mercado o Fountain of Yo, um iogurte probiótico com soja.

Leite com vitamina E e biotina - O Milk-E, produzido pela Parmalat, está sendo comercializado nos EUA com o apelo de contribuir para uma pele mais saudável e reduzir o seu processo de envelhecimento.

Bebida de fruta com melhorador do sistema imunológico- Lançado nos EUA o Nu Vim é uma bebida com textura e sabor de frutas, fortificada com LactoActin e LactoMune, dois micronutrientes encontrados no leite de vaca que ajuda a melhorar o sistema imunológico e a restaurar a flexibilidade dos músculos e das juntas endurecidas.

Leite que reduz pressão sangüínea - Foi lançado no mercado Finlandês, o Evolus, o primeiro leite fermentado na Europa com Lactobacillus helveticus LBK- 16H, que ajuda a reduzir a pressão sangüínea. Esta fermentação produz um tripeptídio bioativo (valina-prolinaprolina) que, reconhecidamente, inibe a transformação da Angiotensima I (um decapeptídio) em Angiotensina II (um 65 octapeptídio) que é um vasoconstritor muito potente (aumenta a pressão sangüínea). Depois de 5 a 7 semanas de consumo (150 ml por dia), o Evolus reduz a pressão sangüínea. Se a pessoa parar de consumí-lo, a pressão sangüínea retorna ao normal após duas semanas.

Iogurte com oligofrutose - A Granarolo Felsinea lançou na República Tcheca um iogurte para beber com oligossacarídeos (prebiótico).

Leite com cultura LGG - A Granarolo Felsinea lançou na Itália o Vivi Vivo com cultura LGG.

Leite desnatado com Olibra - A Skane Mejerier lançou o Maval: "iogurte inteligente" com leite desnatado e Olibra (um extrato de óleo de palma que reduz o apetite por quatro horas).

Bebida láctea com proteína de soja - A Balance Bar Company lançou o Total Balance, uma bebida láctea com menos de 230 calorias e 22 vitaminas e minerais.

Leite com ervas - A South Beach Co. lançou o SoBe Lizard Fuel, uma bebida de leite desnatado com ervas, incluindo o ginseng, a astagalus e a erva mate.

Iogurte desnatado com vitaminas e probióticos - A Cabot Creamery (Vermont) lançou um iogurte desnatado com vitaminas (A, C, D, e E ) contendo acidófilos e bífidos.

Queijo fresco com probiótico - A Laterria Montello lançou na Itália um queijo fresco com Lactobacillus casei que "ajuda a aliviar o stress".

Conclusões

Se os alimentos funcionais terão ou não sucesso em longo prazo dependerá de vários fatores, incluindo sua efetividade, segurança e qualidade, bem como a forma como os benefícios desses alimentos são comunicados aos consumidores (2,3,5,6b,8,13,18,67-70). No entanto, eles devem ser vistos como parte de uma dieta saudável e não como "mágicos" para melhorar a saúde e reduzir os riscos de doenças (3,69,70).

A indústria de lácteos deve trabalhar para aumentar sua competitividade no mercado de alimentos funcionais em um mercado consumidor cada vez mais exigente. As oportunidades existem tanto para produtos lácteos, com adição ou não de ingredientes funcionais de origem não láctea, quanto para ingredientes lácteos funcionais adicionados em outros tipos de produtos alimentares (71)

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62. Pelto, L., S.J. Salminen, and E. Isolauri. Nutr. Today 31(suppl): 45s, 1996.
63. Shalev, E., S. Battino, E. Weiner, et. al. Arch. Fam. Med. 5: 593, 1996.
64. Aiba, Y., N. Suzuki, A.M. Kabir, et. al. Am. J. Gastroenterol. 93: 2097, 1998.
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66. Klaenhammer, T.R. Int. Dairy J. 5: 1019, 1995.
67. Dwyer, J. Nutr. Today 34: 155, 1999.
68. Glinsmann, W.H. Nutr. Today 34: 158, 1999.
69. Milner, J.A. Nutr. Today 34: 146, 1999.
70. Pariza, M.W. Nutr. Today 34: 150, 1999.
71) https://www.revistalaticinios.com.br/main_frame/revista/ed_37/pdfs/fm4.pdf
72) https://www.planetaorganico.com.br/saudnut9.htm

Fonte: Baseado em revisão feita pelo National Dairy Council (https://www.nationaldairycouncil.org), com informações da revista Indústria de Laticínios e do portal Planeta Orgânico (www.planetaorganico.com.br)

JULIANA SANTIN

Médica veterinária formada pela FMVZ/USP. Contribuo com a geração de conteúdo nos portais da AgriPoint nas áreas de mercado internacional, além de ser responsável pelo Blog Novidades e Lançamentos em Lácteos do MilkPoint Indústria.

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WILMAR KRÜGER D´ALMEIDA

CURITIBA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/10/2016

Juliana

Parabéns por suas análise e informações, que nos trazem o reconhecimento do valor deste excelente alimento. Além de satisfazer plenamente a um recém nascido, em sua nutrição, traz valores inegáveis, também a adultos. .

A grande atenção, para que estes valores sejam percebidos, é quanto a sua industrialização ou processamento.

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