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Gigantes do agro abrem as portas para as startups

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 29/03/2018

6 MIN DE LEITURA

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O anúncio da compra da cadeia Wholefoods pela Amazon e o aviso do Google que o setor de agronegócio está em seu radar acenderam uma luz de alerta para as grandes corporações do setor. Mais do que isso, levaram as gigantes mundiais a repensar suas estratégias e a abrir suas portas para startups em busca de tecnologias que mudem efetivamente a realidade do campo.

"Trata-se de um movimento irreversível para quem quer interagir e participar mais ativamente do mundo da inovação", diz Bernardo Nogueira, venture partner da Monsanto. "Acompanhamos de perto esse processo desde 2011, investimos US$ 930 milhões na compra da Climate Corporation e atualmente temos 16 startups de agro investidas no mundo, entre elas, a brasileira TBit."

Nascida em 2012, na incubadora da Universidade Federal de Lavras, a TBit passou três anos tentando referendar sua tecnologia capaz de automatizar o processo de qualificação de grãos, que antes era realizado com protocolos manuais e químicos. Foi o aporte de R$ 1 milhão feito pelo Fundo BR, que tem a Monsanto entre seus controladores, que ajudou a empresa a decolar.

"Nos aproximar da Monsanto para gerar produtos em conjunto nos abriu as portas de todas as unidades da companhia no Brasil e de novos clientes, além de trazer para o nosso Conselho profissionais experientes da multinacional", diz o CEO, Igor Chaltoun. "Em contrapartida, oferecemos a possibilidade de, por meio da nossa tecnologia, otimizar em até 80% o processo de análise de qualidade e reduzir em 20% a devolução dos lotes".

Não é errado dizer que as agritechs ou agtechs - como são chamadas as startups do setor - vivem hoje situação similar à enfrentada pelas fintechs há pouco mais de três anos. Naquela época, os bancos achavam que as startups não vingariam nem incomodariam. Depois, perceberam que, ou se aliavam a elas ou perderiam mercado e capacidade de inovar com agilidade.

"Num primeiro momento, muitas companhias de agro decidiram criar hubs internos de inovação, mais por marketing do que por acreditar nos resultados", diz Francisco Jardim, sócio do SP Ventures, um dos principais fundos de investimento do setor. "Agora, estão tomando consciência de que a realidade mudou, que é preciso somar competências". Na visão do executivo, 2018 será o ano de consolidação da primeira leva de agritechs nascidas no país que já testaram suas tecnologias e se mostraram eficientes aqui e no exterior.

É o caso da Agrosmart, fundada em 2014, em Minas Gerais, que utiliza o conceito de cultivo inteligente, com fazendas conectadas a uma plataforma que monitora em tempo real mais de 14 variações ambientais, gerando relatórios que permitem ao produtor tomar melhores decisões. Para Mariana Vasconcelos, sócia e fundadora, a colaboração entre grandes companhias e startups tornou-se crucial para mudar a realidade no campo.

"As parcerias com corporações estabelecidas no mercado possibilitam expandir a distribuição dos serviços e aumentar o alcance a milhares de produtores", diz a empreendedora. "Temos uma parceria com a Naan Danjain, líder global na fabricação de sistemas de irrigação por gotejamento, que nos deu acesso a centenas de revendas locais no Brasil e outros países da América Latina". A Agrosmart monitora cerca de 120 mil hectares no Brasil, com um aumento de 400% no volume de área analisada no último ano.

Responsável pela criação em 2017, em Piracicaba (SP), do Pulse, hub de inovação voltado para o agronegócio, a Raízen enxerga a parceria com as agtechs como uma forma de chegar mais rápido às inovações. "A startup nasce com o conceito de ser enxuta, especializada e nos ajuda a repensar a forma como trabalhamos", afirma Fábio Mota, diretor de TI. "Nos permite testar pilotos diretamente nas usinas por três meses, isso é muito ágil. É preciso, porém, ser hábil para estar próximo delas e usufruir primeiro das inovações".

Com a mesma percepção, a Basf lançou, em parceria com a aceleradora Ace, o AgroStart, programa de aceleração de startup agro, com foco em empresas com soluções inovadoras em áreas como qualidade de vida no campo, automatização, gestão da lavoura e tomada de decisão, tendo como recursos a inteligência artificial, big data e mobilidade. "Olhamos não apenas a ferramenta, mas se o time é bem completo e qual a dor do campo que eles se dispõem a solucionar", diz Fábio Del Cistia, vice-presidente de marketing. "Não queremos apenas aportar dinheiro, mas firmar parcerias estratégicas, porque enxergamos a inovação aberta como a solução para encontrarmos respostas aos desafios no campo".

Maior dificuldade é captação inicial de recursos

O setor de agritechs no Brasil deve continuar em alta graças a uma dobradinha que impulsiona novos projetos: os produtores rurais, que buscam sempre melhorias de produtividade, e os grandes atores do agronegócio e do empreendedorismo, que apoiam companhias emergentes. Mas os pequenos empresários terão de driblar obstáculos para deslanchar negócios, como a barreira dos primeiros contratos e a difícil conquista da confiança dos fazendeiros, conhecidos por decisões de compra mais complexas e demoradas.

No ano passado, a Endeavor, organização de apoio ao empreendedorismo, criou o Scale-Up Agrotech, em parceria com a Yara, multinacional norueguesa de fertilizantes. A primeira seleção da iniciativa, que oferece mentorias para empresários, destacou 12 negócios que têm, em média, 33 funcionários e apresentaram crescimento de 30%, entre 2016 e 2017. Desse grupo, 40% já receberam investimentos externos.

"O que tira o sono dos gestores são as 'dores' do crescimento das companhias, como problemas de administração e a definição dos planos para o futuro", explica Luis Felipe Franco, gerente de aceleração de empresas da Endeavor. O ecossistema das agritechs é um dos mais jovens entre as startups brasileiras, se comparado às fintechs (startups financeiras) e operações de e-commerce, diz Franco.

De acordo com o 1o Censo AgTech Startups Brasil, feito pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e a venture builder AgTech Garage, 30% das 75 empresas ouvidas foram fundadas a partir de 2015, antes 8% do total, em 2013. A pesquisa mostra ainda que os principais problemas dos empresários iniciantes são obter capital para investir no negócio (66%) e conquistar os primeiros contratos (49%).

"Há muito de relacionamento nesse mercado", diz Franco. A maioria das empresas vende para o produtor rural, de perfil tradicional e espalhado pelo Brasil; e para a agroindústria, cujas compras de novas tecnologias são mais complexas, por se tratarem de grandes companhias.

Hiran Zani, gerente de inovação em digital farming da Bayer, diz que há interesse do agronegócio por soluções que simplifiquem o monitoramento das lavouras, com a prevenção de pragas e doenças. "Uma das tendências é saber identificar precocemente problemas que possam afetar o rendimento."

Para conquistar clientes, a orientação do executivo é que as empresas gerem valor dentro do ciclo das safras. "É fundamental que o produtor consiga mensurar o benefício das soluções das startups com números de produtividade ou de redução de custos", diz.

A Bayer apoia a Startups Connected, iniciativa criada em 2016 que centraliza ações da Câmara Brasil-Alemanha direcionadas ao desenvolvimento de novos negócios. No ano passado, o programa recebeu mais de 40 empresas interessadas em apresentar soluções de agricultura digital. "Em 2018, devemos manter esse tema", diz Zani. As inscrições para a nova edição começam em julho.

No ano passado, uma das concorrentes, a IAgro, de Campinas (SP), criou um método automático para o monitoramento de pragas e chamou a atenção da Bayer. A expectativa da multinacional alemã é que a novidade se torne, em breve, um componente dos programas de monitoramento de culturas agrícolas. A fabricante deve investir € 200 milhões em agricultura digital até 2020 e pretende buscar nas startups novas maneiras de experimentar, rapidamente, alternativas para a proteção de cultivos.

As informações são do jornal Valor Econômico.

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JOÃO LEONARDO PIRES CARVALHO FARIA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/04/2018

É o futuro meus caros!

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