Abraleite: Covid-19, mercado lácteo e Conseleites

Desde o início da pandemia vivemos com o imponderável sanitário e econômico, mas tais desafios podem também nos levar a construir um futuro promissor. Assistimos a extinção quase completa do food service (bares, restaurantes, pizzarias, lanchonetes e similares), um importante canal de escoamento de queijos, responsável pelo consumo de 50% do volume do queijos produzido no Brasil.

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"Desde o início da pandemia vivemos com o imponderável sanitário e econômico, mas tais desafios podem também nos levar a construir um futuro promissor. Assistimos a extinção quase completa do food service (bares, restaurantes, pizzarias, lanchonetes e similares), um importante canal de escoamento de queijos, responsável pelo consumo de 50% do volume do queijos produzido no Brasil. Isso provocou aumento de oferta de leite para UHT e leite em pó, por vasos comunicantes, criando oportunidades nesses segmentos.

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O desequilíbrio de oferta mais abundante da matéria prima provocou uma significativa redução nos preços do leite aos produtores em contrapartida a aumentos significativos do preço destes produtos ao consumidor. O preço leite Spot, cuja dinâmica é reflexo de maior ou menor oferta de leite, não nos causou estranheza. O que surpreende é a aparente quebra de consistentes acordos de cavalheiros, especialmente por parte de algumas empresas que sempre se posicionaram favoráveis à estabilidade do mercado, quando estimularam e inclusive financiaram a criação dos Conseleites em 6 Estados (PR, RS, SC, MS, RO e MG) para referenciar o mercado, bem como a Câmara de Conciliação de GO.

A correlação de preços de produtos acabados com a matéria prima vem sendo consistentemente compartilhada nos momentos de valores deprimidos do cesto de produtos, porém, especificamente nesse momento em que os indicadores apontam a recuperação de preços do varejo, algumas empresas optaram por não seguir tais sinalizações dos Conseleites. Vivemos um momento inédito de oferta justa, saímos de uma safra de verão curta, com custos de produção impactados pelas altas dos grãos exportáveis, desafios climáticos no sul do país e altos preços da arroba de bovinos estimulando o abate de vacas.

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A recente queda dos preços ao produtor traz grande desestímulo à produção primária, num contexto cambial onde o leite brasileiro se posiciona entre os mais competitivos do mundo. Pensando estruturalmente no médio e longo prazos, a Abraleite sugere que usemos esse importante aprendizado para estimular a formalização das relações contratuais entre produtor e indústria, em busca da estabilidade tão necessária. Sinalizar previamente o viés de preços ao produtor utilizando referenciais de mercado já consolidados como os Conseleites Estaduais ou CEPEA, é uma etapa importante a ser vencida em nome da maturidade da nossa cadeia produtiva do leite, que já se posiciona entre as quatro maiores do mundo. Mudar de patamar nessa relação só depende do setor."

Brasília, 11 de maio de 2020

Diretoria da ABRALEITE.

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OSVALDO FILHO
OSVALDO FILHO

ALAGOA - MINAS GERAIS - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 14/05/2020

Parabéns à ABRALEITE pelo posicionamento sensato e necessário! Realmente: "Mudar de patamar nessa relação só depende do setor".
Qual a sua dúvida hoje?