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Será que a coleta da amostra de qualidade foi feita certa? 5 passos para ter confiança que sim.

POR CLÍNICA DO LEITE

CLÍNICA DO LEITE/AGRO+LEAN

EM 15/03/2016

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 11/10/2023

  Fabio Henrique Takahashi
Gerente de Relacionamento da Clínica do Leite

Esta é sem dúvida, uma das perguntas mais frequentes feita pelos produtores quando se discute resultados de qualidade do leite. Isso não é ao acaso e muito menos raro. Sabemos que a amostragem é o ponto de partida para se obter resultados representativos do leite que foi amostrado.

Através de ferramentas estatísticas podemos definir com alta precisão se uma amostra foi coletada da forma correta, principalmente em relação à homogeneização do leite. Durante o ano de 2015, os dados apontam que de cada 6 amostras coletadas, pelo menos 1 possui resultado questionável por falha de coleta (veja artigo sobre impacto da amostragem), ou seja, 17%! Os números são assustadores. Se a indústria paga por qualidade, isso seria o mesmo que dizer que 17 produtores em 100 estariam eventualmente recebendo um valor errado pelo litro do leite.

Mas o que fazer? Como garantir amostras bem coletadas, para que tenhamos resultados corretos? Confira 5 pontos importantes para termos coletas mais confiáveis e, portanto, resultados corretos.

1) Correta identificação das amostras

A identificação da amostra é feita através do sistema de código de barras. Na etiqueta vai impresso, juntamente com o código de barras, o nome do produtor e o seu código de fornecedor. Se, eventualmente, for utilizada a etiqueta de outro produtor, os resultados ficarão trocados. Pode parecer algo simples e difícil de ocorrer, mas já pudemos observar vários casos em que houve a troca de etiqueta. O responsável pela coleta tem que ter muita atenção no momento de identificar a amostra.

2) Garantir que o leite seja homogeneizado corretamente

Dentro do procedimento de coleta de amostras existem várias etapas importantes. Entretanto, a homogeneização do leite antes de se efetuar a coleta da amostra é a mais crítica dentro do processo de amostragem para a obtenção de resultados confiáveis. Não adianta só “mexer o leite com a concha”. Temos que garantir que todos os componentes do leite tenham sido distribuídos corretamente. Basicamente, podemos considerar a seguinte regra:

Para Tanques de Expansão*

• Tanques de até 3.000 litros - Agitador ligado por 5 minutos antes da coleta.
• Tanques maiores do que 3.000 litros – Agitador ligado por 10 minutos antes da coleta.

*Para que o processo seja eficiente, o agitador do tanque deve estar funcionando corretamente.

Para Latões

• Latão - Deve-se utilizar um agitador manual específico e realizar pelo menos 15 movimentos em cada latão antes da coleta.

3) Correta utilização do conservante

Para que o leite mantenha a sua qualidade original do momento da coleta da amostra até a sua análise no laboratório, é necessária a utilização de conservantes específicos. Para que a conservação ocorra de forma eficiente é fundamental que o conservante seja dissolvido completamente na amostra. Este processo pode levar alguns minutos, sendo que o frasco deve ser tombado delicadamente (e nunca agitado com muita força). Uma vez coletada a amostra, esta deve ser mantida sob refrigeração, sempre abaixo de 10ºC. Para isso, há a necessidade de se utilizar a caixa térmica e gelo suficiente para conservar a amostra da fazenda até a indústria.

4) Higiene dos utensílios

Todos os utensílios utilizados para a coleta da amostra, como conchas e agitadores, devem ser devidamente lavados antes de se efetuar a coleta da amostra. Para isso, é necessário água limpa, detergente e escova próximo ao local onde será coletada a amostra. O responsável pela coleta também deve lavar as mãos antes da coleta e manusear corretamente os utensílios e frascos para evitar contaminação, especialmente na amostra de CBT. No caso da concha de coleta, após a lavagem, recomenda-se que se faça a “ambientação”, mergulhando a concha por cerca de 5 vezes no tanque antes de retirar o leite que será transferido para o frasco.

5) Definição de procedimentos, treinamento e monitoramento da equipe

Para que todos esses itens sejam executados, devemos definir claramente através de procedimentos operacionais (POs) como a coleta deverá ser feita e, em seguida, treinar as pessoas na execução dos mesmos. Concluída essa etapa, caberá então ao gestor do laticínio monitorar o trabalho da equipe através de relatórios, indicadores e acompanhar a execução das coletas.

Sendo o transportador de leite um elo importante nesse processo, muitas empresas passaram a capacitar essas pessoas através de treinamentos periódicos, também conhecidos por Programas de Educação Continuada. Essa etapa, não somente é importante como também é um item previsto na IN-62 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Podemos observar claramente que há grande diferença entre empresas que treinam seus transportadores daquelas que não. Em um levantamento realizado em 2015 com mais de 400 laticínios e cooperativas, observou-se que as empresas que não participaram do treinamento dos agentes de coleta (COLETA CERTA, antigo PEC) possuíam em média, duas vezes mais falhas de coleta em comparação àquelas que realizaram a capacitação dos transportadores (Figura 1). É interessante observar que, das empresas que participaram do COLETA CERTA em 2015, naquelas que adotam programas de pagamento por qualidade, a taxa de falha de coleta foi de apenas 4%. Reforçando nesse caso que a responsabilidade do transportador e a exigência dos produtores por uma amostra bem coletada é muito maior. Ou seja, isso é muito bom para a melhoria de todo o processo. 
 
Figura 1 - Taxa de falhas de coleta de empresas. Sem COLETA CERTA = não participaram do COLETA CERTA; Com COLETA CERTA = participaram do COLETA CERTA em 2015; Com COLETA CERTA e PVQ (Programa de Valorização da Qualidade) = Participaram do COLETA CERTA em 2015 e adotam PVQ. Fonte: Programa COLETA CERTA Clínica do Leite ESALQ/USP. 
 
 
O treinamento é um componente importante para se obter bons resultados, pois define-se claramente “o que” e “como” deve ser feito. Entretanto, de nada adianta treinar sua equipe se não houver um sistema de gestão apropriado. Caberá ao gestor da indústria monitorar seus indicadores como, por exemplo: falhas de coleta, amostras com resultados semelhantes, temperatura de recebimento de amostras na plataforma e, com base nas informações obtidas, identificar se existe algum problema e o que deve ser melhorado em seu processo de coleta de amostras.

Atualmente a Clínica do Leite disponibiliza o programa COLETA CERTA, com o objetivo de ajudar Indústrias e Cooperativas parceiras da Clínica do Leite na capacitação das pessoas responsáveis pela coleta das amostras e, juntamente com a pessoa responsável pela gestão das amostras, avaliar os indicadores da própria empresa.

CLÍNICA DO LEITE

Vinculada à ESALQ/USP, a Clínica do Leite é uma instituição sem fins lucrativos que atua em gestão da pecuária de leite, por meio da geração de conhecimento e da formação de pessoas.

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KELLI CRISTINA FERREIRA CUNHA

FORMIGA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/04/2016

Colegas,

Difícil acompanhar este trabalho de coleta da amostra, considerando que o transportador de leite é quem a faz e nem sempre o horário é favorável, já que a coleta do leite às vezes é feita de madrugada e sem um horário fixo.
H JUNIOR RANCHO JR.

CACHOEIRA ALTA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/03/2016

Os laticínios devem fazer treinamento com motoristas, coletores de leite,
CLÍNICA DO LEITE

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/03/2016

Olá Juarez,

Obrigado pelos comentários e pontos importantes levantados!!

Com relação à sua pergunta sobre alizarol e amostras diárias, cada indústria normalmente possui dentro do seu programa de controle da qualidade (CQ), Procedimentos Operacionais (PO's) definidos por ela. Além disso, a mesma é responsável pelo treinamento das pessoas que irão executá-los e as ações que serão tomadas dentro e fora do laticínio. Entretanto, recomendaria que você verificasse diretamente com o responsável pela sua indústria ou responsável pelo CQ, quais são estes procedimentos (testes de alizarol, amostra diária) e os itens que são verificados dentro do programa. Quanto ao uso de frascos "lavados", pode ser um ponto critico que afeta os resultados. Além disso, existe uma questão econômica e operacional envolvida que precisa ser avaliada.

Sobre as amostras relacionadas à IN-62, com certeza é importante o acompanhamento periódico dos resultados, tanto por parte da indústria como pelo produtor. Observamos que este monitoramento é executado com maior intensidade, pelas empresas que iniciaram programas de valorização por qualidade (PVQ) e acredito que esta, será uma realidade no futuro. Certamente existem ainda algumas empresas que ainda não perceberam os benefícios de se conhecer a qualidade do leite dos seus fornecedores e de utilizar de fato a informação já gerada em prol da melhoria da qualidade.

Abraço,

Fabio
JUAREZ DE QUADROS FLÔRES

SERTÃO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/03/2016

Belo trabalho Fabio Henrique Takahashi,

Trabalho a mais de 20 anos na área, e acredito muito na educação constante aos nossos Agentes de Coleta e equipes locais , que se envolvem em três etapas distintas da coleta de dados.
MINHAS PRINCIPAIS PERGUNTAS SÃO:

Coleta da amostra para Alizarol - Como ocorre este processo na minha indústria? como ocorre a interpretação? há uso de Copo Salut inquebrável?
Coleta da amostra Diária e/ou Contra Prova - Amostragem tão importante quanto, é LAVADO o frasco para a próxima coleta na minha indústria? Residual, contaminações, aspectos de má conservação são verificados nos programas de qualidade?
Coleta da amostra para IN62 - Importante interpretar resultados periodicamente, para laticínios que não pagam por qualidade, ocorre amostragem somente para cumprir exigências ?
Tantas outras perguntas poderíamos fazer, mas é nossa responsabilidade levar a informação e criar este debate para chegar a MELHORIA DE PROCESSOS em definitivo.

Juarez Flôres
Assessor Técnico

JULIANE ANDRADE

JOÃO PINHEIRO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/03/2016

Ótima matéria.

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