ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

UE propõe reforma para salvar a OMC

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 13/08/2018

4 MIN DE LEITURA

0
0

A União Europeia (UE) preparou um pacote de propostas para reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e atenuar a escalada de guerra comercial deflagrada por ações unilaterais do presidente dos EUA, Donald Trump. O Valor teve acesso ao texto europeu de 18 páginas, no qual a UE compartilha preocupações dos EUA sem fechar canais de diálogo com a China. Sugere mudanças em regras para subsídios industriais, transferência forçada de tecnologia, maneiras de facilitar negociações, questão de tratamento especial e diferenciado, redução de custos de transações comerciais, além da modernização do Órgão de Apelação, espécie de corte suprema do comércio global. 

A UE não faz segredo de seu propósito tático de trazer os EUA para discutir na OMC e manter o sistema, em vez de desmontá-lo como querem alguns em Washington. Para a UE, a maior crise que o sistema multilateral enfrenta desde sua criação "deve se aprofundar nos próximos meses, à medida em que mais medidas unilaterais serão ameaçadas e impostas, levando em alguns casos a retaliações ou acordos mercantilistas". 

Para Bruxelas, é preciso se evitar "a qualquer custo" a marginalização, enfraquecimento e declínio do sistema multilateral de comércio. Bruxelas vê na crise atual "um grande risco para a UE, tanto para a estabilidade da ordem política como para a sustentabilidade do crescimento econômico". A UE pretende submeter seu conjunto de propostas aos outros países da OMC, em setembro, depois das férias de verão europeu. O pacote é dividido em três partes: regras e desenvolvimento; trabalho regular da OMC e transparência; e esforço de modernização do sistema de disputas comerciais. 

A parte sobre regras é basicamente a agenda anti-China, na qual a posição da UE coincide com a dos EUA. Mas Bruxelas estrutura propostas com um enfoque equilibrado para, de fato, permitir negociações. Defende criação de regras "para reequilibrar o sistema e garantir condições de igualdade", o que passa por enquadrar mais o uso de subsídios industriais e de atividades de empresas estatais. A UE quer "capturar de maneira mais efetiva" os tipos de subsídios que mais distorcem o comércio. Seriam submetidos a regras mais estritas, por exemplo, os subsídios que têm garantias ilimitadas, subvenções dadas para empresas insolventes ou em dificuldades e sem plano sério de reestruturação. 

A UE defende também novas regras para desmontar barreiras para serviços e investimentos, incluindo no campo de transferência forçada de tecnologia. Também considera que o sistema multilateral continua bloqueado por uma "abordagem antiquada" da noção de desenvolvimento. Alega que flexibilidades na aplicação das regras permitem a 2/3 dos membros, incluindo os maiores emergentes - referência à China, Índia, Brasil, por exemplo - a reivindicarem tratamento especial, ou seja, mais prazos para abrir seus mercados e menos obrigações. Menciona vários instrumentos para tratar da questão, como mecanismos de graduação ou auto-exclusão de tratamento especial. 

A diferença da postura europeia nesse caso é que a UE foca futuros acordos e não defende desmontar o tratamento especial e diferenciado de acordos passados, como parece ser o caso de Washington. A UE menciona também a necessidade de flexibilidade para fazer as negociações na OMC. Defende negociações multilaterais (com todos os países), mas diz que deve-se emendar as regras da OMC para simplificar as negociações plurilaterais (participa quem quiser). 

Esses são temas complicados, focados principalmente na China, e as negociações serão duras. Em contrapartida, as propostas para modernizar o Sistema de Solução de Controvérsias, alvo da fúria americana, dão um passo na direção da preocupação dos EUA. Mas a UE insiste que não se pode colocar em jogo dois pontos: a independência de juízes e as duas instâncias para resolver as disputas (a fase de painel e o Órgão de Apelação). A UE propõe, por exemplo, aumentar o número de membros do Órgão de Apelação, de 7 para 9, com objetivo de ampliar a sua eficiência e melhorar o equilibrio geográfico dos juízes. Defende que os juízes tenham tempo integral de trabalho, o que exigirá mais recursos financeiros também. 

Decisões nessa área são fundamentais, porque, como diz a UE, o mecanismo de solução de disputas está sendo questionado, com risco de sua paralisia no curto prazo. Os EUA bloqueiam a nomeação de juízes, sem fazer propostas efetivas para reforma do mecanismo. Vários países importantes poderão considerar as propostas da UE como base para negociação para tornar o mecanismo de disputa mais efetivo e mais transparente. A questão é se os EUA vão reagir. Na última parte do pacote, a UE defende modernização da função de monitoramento da OMC, que diz ser inutilizada por procedimentos repetitivos baseados em pouca transparência nas informações dadas pelos países. 

Uma ideia é que os países sejam obrigados a efetivamente tratar das preocupações comerciais específicas apresentadas pelos parceiros. Hoje, o país processado empurra por anos uma resposta ou mesmo a solução. Outros países provavelmente aparecerão com propostas, como a Índia. O Canadá prepara uma reunião com um número restrito de países para examinar uma plataforma mínima e comum de reforma da OMC. 

As informações são do jornal Valor Econômico. 

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures