Como a variação de preços é grande, tem sido possível aos operadores de food services agregar valor nas bebidas – não só nas cervejas artesanais (variedades e preços), mas nas bebidas em geral, as quais as doses variam de R$ 4,00 (água sem gás) até R$ 19,00 - sucos especiais, entre outros. Aqui aparecem oportunidades de inovação e em produtos de sabor e atributos menos comparáveis em preço, mas sim em benefícios, como por exemplo:
- Sucos orgânicos – são vendidos entre 50 e 100% do preço dos sucos padrão, muitas vezes sem apresentar claramente as devidas certificações;
- Bebidas funcionais – desde “suco de luz”, sucos de clorofila, etc. Também por vezes são bem questionáveis, mas sem dúvida, consumidos com “premium price” e vieram para ficar;
- “Smoothies” – ainda em desenvolvimento no Brasil, são sempre apresentados com preços bastante elevados em relação aos sucos convencionais;
E como a indústria láctea tem aproveitado esses segmentos?
Infelizmente, os operadores de food services não são capazes sozinhos de capturar tendências e desenvolver novos conceitos – vemos aqui uma mesmice enorme, com apenas o milk shake tradicional reinando sozinho. Olhando o que já é feito nos países mais desenvolvidos, aparecem claras oportunidades, como por exemplo:
- Shakes Lactose Free – nenhuma grande/média rede de hambúrguer oferece esta variedade, que sinceramente, é demandada – ora, se a indústria tem lançado grandes esforços em produtos de varejo lactose free, por que não capturar este consumidor com produtos adequados nas refeições fora do lar?
- Shakes de iogurte – embora o sabor iogurte seja cada vez mais apreciado, a oferta de bebidas sabor iogurte é bastante reduzida, sendo que pode ser uma opção de aumento de oferta e consequentemente de consumo, principalmente em áreas de atividade física e com portabilidade, como provam os iogurtes líquidos – tão presentes no varejo, mas pouco explorados no food services.
- Smoothies saudáveis – com zero colesterol e zero gordura, leite desnatado e frutas, podem fazer diversas combinações tradicionais (leite e banana), “fashions”, como por exemplo (leite, castanha e blueberry) e outros múltiplos apelos. O leite desnatado como base também pode ser veículo para a criatividade de barmans, baristas, chefes de cozinha, entre outros.
Acredito que se a indústria láctea e os operadores conversarem mais, todos lucrarão, apresentando mais alternativas de produtos com benefícios reais para os consumidores, que estão cada vez mais exigentes e com mais demandas específicas. Quem sabe, assim, saímos dos produtos comparáveis, que geram no consumidor desconfiança e pressão por preços cada vez mais baixos.