ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Controle do Carrapato no Gado Leiteiro - Importância de Programa Integrado

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 29/11/2019

7 MIN DE LEITURA

0
4

Por Octaviano Pereira, Consultor Técnico Sênior - Elanco Saúde Animal

O carrapato, especialmente nos sistemas de produção leiteira, é um extremo desafio e seu controle deveras complicado em decorrência da contradição entre combater o parasito e evitar resíduos de pesticidas no leite. As altas lotações a pasto favorecem a infestação dos animais, principalmente quando se manejam raças predominantemente europeias, as quais apresentam baixa resistência inata ao carrapato.

As perdas por parasitismo e Tristeza Parasitária Bovina (TPB) estão dentre as maiores preocupações dos produtores de leite, com perdas econômicas severas, as quais foram estimadas, apenas considerando a produção leiteira, em 90kg de leite/ vaca/ lactação (Grisi et al. 2014).

Quando estabelecemos um programa Integrado do Controle de Parasitos, um dos paradoxos comuns (dentre vários relacionados ao tema) é o falso entendimento de que se está apenas tratando o animal, quando, de fato, o que se deve buscar é tratar o sistema de produção.

Para atingir o sucesso, é fundamental que todos os envolvidos (produtor, veterinário e colaboradores da fazenda) tenham a consciência do que se está propondo e cumpram seus papéis ao longo do processo. Limpar o ambiente significa agir no sentido de baixar a carga parasitária ambiental.

O que isso significa, ao final? O sucesso não dependerá apenas do produto usado, o qual é mera ferramenta, mas de como entra no controle. O que se deve avaliar então? São diversos os fatores envolvidos, os quais irão variar entre regiões, entre fazendas, de um ano ao outro, etc... – resumindo, é muito improvável que haja sucesso em um modelo universal (a famosa “receita de bolo”), vide que:

1. O ambiente tem relação direta com o resultado positivo: influenciado pela carga parasitária, temperatura, umidade relativa, tipo de vegetação, massa de forragem acumulada, relevo, etc...;

2. O histórico de uso de produtos interfere no desempenho futuro: níveis de resistência parasitária já estabelecida, resultante do uso prolongado, equivocado ou não, de mesmas moléculas;

3. A capacidade operacional da fazenda é um limitante ou facilitador: o nível de conhecimento dos funcionários acerca do tema, instalações disponíveis, presença ou não de veterinário responsável e rotatividade de mão de obra são alguns aspectos que determinam se o proposto andará ou não; e,

4. A vontade dos envolvidos balizará a adoção das práticas recomendadas: a necessária motivação para fazer as coisas na hora e na forma desejadas. Se não acreditarem no programa e, principalmente entenderem o que fazem, dificilmente haverá sucesso, pois vale a máxima de que “a força de uma corrente é a do seu elo mais fraco”, ou seja, alguém falhando pode comprometer o êxito de todo o sistema.

Assim, um dos primeiros passos para implementar um Controle Estratégico do Carrapato, envolve conhecer o ambiente onde estão os bovinos e adotar produtos eficazes, que eliminem os parasitos e favoreçam a redução da infestação no pasto (larvas recolhidas que não chegarão à fase adulta, nem reproduzirão). Medidas de combate que visam exclusivamente ao controle dos parasitos nos animais (5% do problema está nos hospedeiros – Chagas et al., 2001), são trabalhosas e tenderão sempre ao fracasso, pois não impactam decisivamente sobre a carga parasitária ambiental. O controle será meramente paliativo.

Ao falarmos em controlar a infestação do ambiente (95% do problema da fazenda - Chagas et al., 2001), vem sempre a pergunta sobre a viabilidade da pulverização dos pastos, visando matar as larvas do carrapato (micuins). Essa prática não tem sustentação técnica alguma, pois: (a) não há produtos eficazes e seletivos para tal, portanto, a fauna nativa da pastagem acaba afetada, às vezes mais do que os micuins; (b) custo da operação x efetividade: a área de tratamento geralmente é extensa e não se atinge as larvas com o produto, pois ficam protegidas na pastagem; (c) se o produto não funciona mais na infestação do bovino (cipermetrina, fipronil, ....), não o fará nas larvas do pasto, exceto em concentrações muito elevadas, piorando o impacto ambiental. Em resumo: não invente moda!!!

Carrapato:  Estação das Águas, a Infestação Ambiental e o Resíduo de Pesticidas no Leite

O ciclo de vida livre dos carrapatos pode se estender por diversos meses, permitindo que ovos e larvas atravessem períodos desfavoráveis (climas secos ou frios), mantendo a infestação em pastagens, mesmo mantidas em descanso.

Durante a Estação das Águas há massiva queda das fêmeas de carrapato (teleóginas) ingurgitadas, as quais depositarão seus ovos e liberarão milhares de larvas no pasto. As condições de calor e umidade são ideais para que a quase totalidade dos ovos liberem novas larvas infestantes no pasto, lembrando que uma fêmea de carrapato do bovino coloca entre 1.500 e 3.000 ovos. Muitas vezes ovos e larvas de carrapatos na pastagem conseguem atravessar a Estação da Seca, sendo o início do problema nas Águas, com grande envolvimento de trabalho, custo e prejuízos aos produtores.

As vacas leiteiras apresentam elevada sensibilidade aos carrapatos da espécie Rhipicephalus (Boophilus) microplus, tornando a produção de leite à pasto um extremo desafio aos produtores e, por consequência à toda cadeia produtiva.

Mesmo fazendas onde se adotam os sistemas confinados das vacas em lactação (Free Stall, Cross Ventilation, Compost Barn, etc...), o desafio persiste nas categorias jovens, as quais permanecem a pasto e expostas aos parasitos durante a fase de recria, ou ainda, quando o pré-parto é fora do sistema fechado.

No mercado veterinário há diversas formulações associando piretróides sintéticos a organofosforados, os quais apresentam variável controle dos parasitos, inclusive nós da Elanco Saúde Animal vendemos o M3Ecto®, uma formulação com excelente eficácia no combate do carrapato nas fazendas, sempre dependendo do status de resistência que a população alvo. Uma vantagem dessa formulação é o benefício adicional do Butóxido de Piperonila (BPO), um bloqueador enzimático, que anula o efeito da enzima Citocromo P450 (P450C). Esta enzima, presente em altas concentrações em parasitos resistentes, inativa a cipermetrina, no interior do parasito. O BPO irá bloqueá-la e, assim, a cipermetrina tem seu efeito potencializado, afetando os canais de Na+ do parasito.

O grande desafio, no entanto, é que TODOS OS PRODUTOS COMERCIAIS TÊM PERÍODO DE DESCARTE DO LEITE, variando de 72 a 124h, algo que não é seguido pela ampla maioria dos produtores, uma vez que inviabilizaria os sistemas de produção.

Assim, para manter a produção, controlar o carrapato e prevenir a presença de parasiticidas no leite, é determinante que façamos algo para reduzir a infestação parasitária no ambiente.

Qual é a proposta de manejo? “Jogar” com ambiente e com animais protegidos com Acatak. Como?

Com o retorno das chuvas, as vacas em lactação que estavam confinadas em áreas restritas para suplementação durante o período da seca, voltam aos pastos e estão sujeitas à carga parasitária existente crescente devido às boas condições ambientais para a proliferação dos parasitos.

As pastagens, que permaneceram vazias durante a Estação da Seca, certamente sofreram a redução da carga de carrapatos, que definharam à espera de um hospedeiro, exaurindo suas reservas energéticas. Infelizmente, uma parcela relevante da população, especialmente na forma de ovos, pode atravessar o período de estiagem, liberando as larvas com a chegada das chuvas de primavera.

O uso de pastejo adotando categorias jovens ou vacas secas/ descarte, as quais deverão ser tratadas com AcatakTM na dose recomendada em bula para sua faixa de peso, promoverá o recolhimento das larvas na pastagem, mantendo em níveis mais baixos a infestação parasitária, beneficiando indiretamente as vacas em lactação. Apesar de consumirem uma pastagem que pensamos ser melhor aproveitada se usada pelas vacas em produção, as novilhas ganham mais peso (reduzindo a idade à puberdade) e farão um papel de “recolhedoras das larvas”, impedindo que os carrapatos cheguem à fase adulta, reduzindo o parasitismo e impedindo formação de novas gerações de teleóginas (FIGURA 1).

Figura 1. Novilhas pastejando áreas que serão usadas pelas vacas em lactação. Recolhimento de larvas

Quanto maior a concentração instantânea de animais melhor, ou seja, não há preocupação direta com a quantidade de forragem disponível, uma vez que a presença desses animais tem a direta razão de recolher larvas, portanto, pode-se inclusive adotar sessões de pastejo horário, em alta lotação.

Com essa estratégia busca-se recolher as larvas disponíveis no pasto, deprimindo drasticamente a população de parasitos. O carrapato não deve ter novas gerações, já que o AcatakTM impedirá que chegue à fase adulta (reprodutiva). Adotando vermifugações estratégicas teremos benefícios adicionais, especialmente usando produtos, tais como, MegamectinTM, Altec e Abathor (sempre lembrando das recomendações de não uso de abamectina em bezerros menores de quatro meses de idade).

As vacas em pastejo deverão ser monitoradas e tratadas com produtos de pulverização, como o M3 Ecto, adotando o período de descarte do leite recomendado em bula de 96 horas.

A essência de um Programa de Controle Integrado está no entendimento que toda a ação de visar sempre à limpeza da pastagem e quanto melhor for o processo adotado, e a interação com o clima, melhores os resultados alcançados.

Referências consultadas (à disposição dos interessados)

CHAGAS, A. C., FURLONG, J. et al. 2001 Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., 38. 4: 188-191

GRISI et al. 2014 Braz. J. Vet. Parasitol., 23.2: 150-156.

AcatakTM, MegamectinTM, ElancoTM e o logo da barra diagonal são marcas da Elanco ou suas afiliadas.

Altec, Abathor, M3 Ecto são marcas registradas da Fabiani Saúde Animal, distribuída pela Elanco Saúde Animal Ltda.

Para maiores informações sobre períodos de carência, forma de uso e dose recomendada consulte a bula de cada produto em particular.

Código do material - PM-BR-19-0568

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures