Por Ian Ohnstad – Diretor do The Dairy Group
Muitas pessoas não iriam dirigir os seus carros ou tratores com os pneus gastos. Eles sabem que pneus gastos são perigosos, aumentam a chance de um acidente e reduzem a capacidade de controlar o veículo, além de reduzir o desempenho do mesmo.
No entanto, existe outro pedaço de borracha nas fazendas de leite que não é tratado com o devido respeito. A teteira, que é o único ponto de contato do equipamento de ordenha com o tecido sensível dos tetos da vaca, frequentemente não é trocada quando fica gasta e permanece dessa forma, reduzindo a eficiência da teteira.
Na Europa, a recomendação é que seja feita a troca das teteiras a cada 6 meses ou 2.500 ordenhas (o que vier primeiro). Isso pode ser facilmente calculado multiplicando o número de vacas em lactação pelo número de ordenhas por dia, e depois dividindo pelo número de coletores do equipamento de ordenha. Esse é o número de vacas ordenhadas por coletor por dia. Depois você divide as 2.500 ordenhas pelo número encontrado anteriormente, então você terá a frequência de troca das teteiras em número de dias.
Exemplo:
Uma fazenda com 200 vacas em lactação, ordenhadas duas vezes por dia, em um equipamento com 16 coletores.
1º passo - (200 x 2)/16 = 25 vacas ordenhadas por coletor por dia
2º passo - 2.500/25 = Troca de teteiras a cada 100 dias
Nos Estados Unidos, onde a formulação da borracha das teteiras contém menos carbono, as teteiras devem ser trocadas a cada 1.200 ordenhas.
O QUE ACONTECE QUANDO A TETEIRA COMEÇA A FICAR GASTA?
Muitas pesquisas já foram feitas sobre o que acontece com a teteira conforme ela é usada na ordenha. Alguns estudos foram feitos levando em consideração a formulação das teteiras nos EUA, e outros com a formulação europeia. No entanto, mesmo que a tendência seja similar, o real número de ordenhas em que se possam verificar alterações na teteira irá variar entre continentes. A pesquisa realizada na Universidade de Wisconsin, por D.J. Reinemann, concluiu que a teteira gasta leva a uma redução no fluxo de leite durante o pico de fluxo, aumenta a variação de vácuo, aumenta o tempo de ordenha e reduz o nível de vácuo na câmara do bocal da teteira. O estudo também demonstrou uma pequena, mas consistente, redução no fluxo de leite durante a vida da teteira em uso.
Em termos práticos, isso leva a uma ordenha mais lenta, com maior tempo de contato da máquina com a vaca, além de maior número de deslizamentos de teteiras. O trabalho realizado no Instituto de Saúde Animal, no Reino Unido, por E. Hillerton, concluiu que com o uso das teteiras além das 2.500 ordenhas, há uma redução na média do fluxo de leite durante o pico de fluxo (gráfico 2). Também foi identificado que além de uma ordenha mais lenta, o que irá aumentar o tempo de ordenha, as teteiras gastas são menos eficientes em extrair todo o leite disponível (gráfico 1). A presença de leite residual aumenta quando a teteira ultrapassa as 2.500 ordenhas. Foi também constatado um aumento de deslizamentos de teteiras e de tetos descolorados após a remoção das unidades de ordenha. O deslizamento de teteiras é um conhecido fator de risco para novas infecções intramamárias, e todo esforço deve se feito para reduzir esse incidente.
Além de uma redução no desempenho da ordenha, o sobre uso das teteiras leva a alterações na composição da borracha. Mais gordura tende a ser absorvida pelo material e há evidências de depósito de cálcio na superfície da teteira. A superfície interna da teteira se torna mais áspera. Os procedimentos de limpeza agressivos adotados nas fazendas, com uso de alcalinos e ácidos, também influenciam o material, fazendo a desnaturação dos componentes da borracha. A abertura e fechamento das teteiras durante os ciclos de pulsação resultam em deformação do barril das mesmas, além de distensão dos lábios do bocal, levando a uma selagem menos eficiente e nível de vácuo na câmara do bocal mais baixo.
Resumindo, a relutância em trocar as teteiras no momento certo é uma falsa economia. Isso pode levar a ordenhas mais lentas, tempos de ordenha mais longos e aumento dos casos de deslizamento de teteiras. A superfície interna da teteira se torna mais difícil de limpar, aumentando o risco de transmissão de patógenos causadores de mastite, além de outros problemas relacionados à higiene.
As pessoas mais sensatas não colocariam a vida das suas famílias em risco usando pneus gastos – talvez devêssemos ter a mesma consideração com os nossos rebanhos leiteiros.
Gráfico 2 - mudança no fluxo de leite em teteiras com até 5.800 ordenhas
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