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Pontos críticos na amostragem e interpretação das análises bromatológicas para silagem de milho

POR JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 20/04/2001

5 MIN DE LEITURA

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João José Assumpção de Abreu Demarchi

Segundo MELLO Jr. (2001), de uma forma geral, acredita-se que as silagens de milho são muito parecidas entre si no que diz respeito às suas qualidades nutricionais, independentemente da forma que foram produzidas e armazenadas. Infelizmente este não é um raciocínio correto, pois as silagens de milho são consideradas como um dos mais despadronizados alimentos utilizados na nutrição de bovinos em geral, e em especial para bovinos leiteiros. Esta constatação se torna ainda mais importante quando a silagem de milho é a única fonte de volumoso oferecido aos animais, chegando a compor 40 a 50% da dieta, fato bastante comum em nossas condições. Nesta situação, não é raro o animal apresentar oscilação diária no seu consumo de alimento e na sua produção leiteira, aumentando a probabilidade de ocorrência de acidose subclínica, cetose, excessiva perda de peso e consequentemente potencialização de problemas reprodutivos. Providenciar análise bromatológica do material já ensilado é um procedimento muito importante e necessário. Entretanto somente nos servirá de constatação do real valor nutritivo da silagem em questão. Devemos ter consciência que à partir deste momento nada poderemos fazer para melhorá-la (em caso de um eventual resultado da análise bromatológica desfavorável), e que teremos que conviver com o problema até o término deste material, pois ninguém admite descartá-lo. Porém, o manejo incorreto do material durante a desensilagem poderá ainda piorar mais a qualidade da silagem. O sistema completo vai do preparo do solo e colocação da semente até a ingestão de uma ração balanceada pelos animais.

O importante é aplicar todo o conhecimento disponível para minimizar ao máximo as perdas durante o crescimento vegetativo da cultura, identificação do momento adequado para o corte, do processo de ensilagem (colocação do material no silo), vedação e posterior desensilagem.

Amostragem

Amostrar corretamente um silo de milho é o primeiro e o mais importante passo do processo que nos levará à correta interpretação da qualidade nutricional desta silagem. Silagens mal feitas levarão a interpretações errôneas sobre a real qualidade da silagem produzida. Tubos de PVC, preenchidos simultaneamente aos silos (com igualdade de condições), vêm sendo gradativamente mais utilizados como um método de antecipar a obtenção de resultados qualitativos. A amostragem deve ser feita em vários pontos do silo (6 a 10 sub-amostras), evitando-se as bordaduras, tanto laterais quanto inferiores e superiores quando as mesmas forem descartadas no manejo diário. A amostragem também deve ser feita sempre após a desensilagem, ou descartando a superfície exposta, normalmente já desidratada e ou em fase de deterioração aeróbia. Deve-se misturar as subparcelas numa única, tomando-se o cuidado de homogeneizá-las bem. Aproximadamente 1 quilo é suficiente para envio aos laboratórios. Coloca-se, então, em saco plástico limpo, compactando adequadamente o material para retirada do ar. A amostragem deve ser enviada ao laboratório preferencialmente congelada ou resfriada, se o envio for imediato, para preservação das características originais.

Análises bromatológicas

UMIDADE: Uma boa silagem de milho deve apresentar entre 30 e 35% de matéria seca ou 65 a 70% de umidade. Valores abaixo e acima desse intervalo indicam erros na identificação do ponto correto de colheita.

pH: Os valores médios considerados normais para silagem de milho vão de 3,7 a 4,2. Valores fora desse padrão indicam má qualidade fermentativa ou excesso de acidez.

PROTEÍNA BRUTA: Os valores normalmente encontrados estão ao redor de 7 a 8% de PB na matéria seca, considerados baixos do ponto de vista nutricional. O balanceamento correto da ração corrigirá esse problema.

NITROGÊNIO AMONIACAL: indica degradação da proteína por microrganismos indesejáveis. Deve ser o menor possível. Valores aceitáveis estão abaixo de 10% da proteína bruta total (nitrogênio total).

NITROGÊNIO INSOLÚVEL EN DETERGENTE ÁCIDO: (proteína indigestível) Deve, como o nitrogênio amoniacal, ser reduzido na silagem. Valores considerados bons devem estar abaixo de 5% do nitrogênio total (PB). Valores elevados indicam que a temperatura no momento da ensilagem foi elevada, provavelmente pela demora no enchimento, má compactação, elevada matéria seca, tamanho de partícula elevado, etc.

ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS: quando possível podem ser avaliados. O ideal é que haja grande quantidade de ácido lático, pequena quantidade de ácido acético e ausência de ácido butírico.

FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO: mede a quantidade de fibra de uma silagem. Normalmente situa-se entre 40 e 50% da matéria seca total. Valores elevados podem indicar pequena quantidade de grãos na silagem, e consequentemente menores valores de energia.

ENERGIA: não é um nutriente, mas a função de vários grupos de nutrientes, principalmente carboidratos, tanto estruturais (fibra) quanto não estruturais (amidos e açúcares). Podem ser estimados pelo NDT (nutrientes digestíveis totais) ou EL l (energia líquida para lactação). Ambos podem ser estimados por equações, já que suas determinações são onerosas e demoradas. O Laboratório Central da NUTRON utiliza as seguintes equações:

NDT% = -21,94 + 1,054* %PB + 0,9736 * %ENN + 3,002* %EE + 0,459* % FB


Onde: PB = proteína bruta, ENN = extrativo não nitrogenado, EE = extrato etéreo e FB = fibra bruta.

EL lactação (Mcal/kg MS) = 0,0245 * %NDT - 0,12M


As análises de matéria seca (MS), pH, nitrogênio amoniacal e nitrogênio insolúvel dão uma idéia apropriada da qualidade fermentativa da silagem. A análise de proteína bruta (PB), FDN, FDA e NDT complementam as análises e avaliam a qualidade nutricional da silagem para um correto balanceamento das rações.

Além disso, análises físicas, como a análise de densidade da silagem (quilos de matéria verde por metro cúbico) e da distribuição do tamanho das partículas podem ser um excelente indicativo da qualidade fermentativa da silagem e da qualidade da compactação efetuada. Basta retirar um volume conhecido de silagem e pesá-la. O tamanho das partículas pode ser obtido por bandejas apropriadas (Veja outros artigos publicados nessa e em outras seções técnicas).

Comentário do autor: A análise da composição bromatológica de uma silagem é fundamental para avaliação da sua qualidade fermentativa e nutricional para que a ração seja adequadamente balanceada; contudo, normalmente, até obtermos os resultados, a silagem já está sendo utilizada a um bom tempo. Para evitar essa perda de tempo podemos fazer uma amostragem do material (forragem de milho) que está sendo ensilado durante o seu descarregamento no silo. Deve-se fazer a amostragem de diversas carretas e enviar ao laboratório uma ou mais amostras compostas. Apesar de não indicar a qualidade fermentativa da silagem, os valores de proteína, energia (NDT ou EL lactação), fibra (FB, FDN e FDA) e minerais já são suficientes para um adequado balanceamento da ração. Deve-se também enviar amostras de silagem, conforme preconizado anteriormente, e checar os resultados obtidos. O uso de tubos de PVC para ensilagem de amostras pode levar a conclusões errôneas, pois é muito difícil obter os mesmos resultados dos silos maiores. Esse é um dos principais problemas experimentais com silagens. O ideal é procurar os laboratórios idôneos mais próximos da sua região. Na região de Campinas, além do Laboratório da NUTRON (www.nutron.com.br - 19 3781-6001), tanto o INSTITUTO DE ZOOTECNIA em Nova Odessa (www.izsp.br - 19 466-9400) quanto a FUNDAÇÃO PINHALENSE DE ENSINO em Espírito Santo do Pinhal (www.creupi.com.br - 19 651-3629 / 651-5752) podem receber e executar as análises citadas neste artigo com a devida qualidade técnica.

fonte: BOVINEWS - Boletim Técnico para funcionários e clientes da NUTRON Alimentos. N. 7, abril/maio/junho de 2001. Responsável Técnico: Celso do Amaral de Mello Jr.

JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

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