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Máquinas agrícolas versus qualidade da silagem

POR THIAGO BERNARDES

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 04/06/2004

5 MIN DE LEITURA

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Os índices de qualidade das silagens produzidas no Brasil têm ficado abaixo das expectativas do que se poderiam considerar como volumoso conservado de qualidade satisfatória, onde os rendimentos à campo são freqüentemente baixos e irregulares, fato esse que encarece sobremaneira o custo do alimento preservado e reduz consideravelmente a disponibilidade de volumoso de alta qualidade para o rebanho. Dentre os fatores que estão relacionados com tal fato, encontram-se a mecanização do corte e de desabastecimento dos silos. As máquinas nacionais utilizadas para essas atividades ainda apresentam falhas, com baixos rendimentos, necessidade freqüente de manutenção e em alguns casos o tamanho de corte das partículas não é adequado para o bom desempenho animal.

Máquinas utilizadas na colheita da forragem

Atualmente, quando o produtor opta pela ensilagem de milho e de sorgo, não são encontrados grandes entraves, pois os modelos que realizam o trabalho de corte evoluíram com o passar dos anos, porém, alguns pontos podem ser apontados, como perdas de amido nas fezes por uso de máquinas que não quebram os grãos. Entretanto, o corte mecanizado da cana-de-açúcar e de capins tropicais apresentam freqüentes problemas de manutenção, rendimento e longevidade dos conjuntos mecanizados, o que limita o desenvolvimento e a evolução de sistemas baseados na utilização dessas culturas.

Em meados da década de 90, houve retomada da ensilagem de capins tropicais dentro do sistema agrícola, pois até o momento havia falta de máquinas apropriadas para o corte das plantas de alto potencial de produção. Algumas empresas nacionais passaram a desenvolver e produzir equipamentos de maior capacidade operacional, e conseqüentemente, diversas propriedades adotaram a ensilagem de capins tropicais como alternativa para suplementação volumosa dos animais no período seco do ano. Presentemente, alguns técnicos que optaram pelo uso de silagem de capim, estão desestimulados a continuarem com essa opção, pois o planejamento de produção de volumosos dentro da propriedade, dificilmente é obedecido, pelas dificuldades encontradas na manutenção das máquinas agrícolas.

Outro aspecto que deve ser lembrado na ensilagem de capins tropicais é o tamanho da partícula obtida no corte. Em experimentos realizados na UNESP/Jaboticabal com silagens de capim-Marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu), cerca de 72% das partículas têm apresentado tamanho superior a 3,1 cm, o que é considerado desvantajoso do ponto de vista de compactação e de densidade da massa ensilada, bem como para o consumo dos animais. Igarasi (2002) realizou um levantamento de índices técnicos associados à produção de silagens de capins tropicais em 14 fazendas localizadas na região Sudeste e Centro Oeste, onde apenas uma propriedade se diferenciou em relação às outras quanto ao tamanho de partícula, apresentando 12% das partículas retidas na peneira de 1,905 cm, enquanto que as demais colhedoras apresentaram valores acima de 69,5%. Esse fato determinou alteração nas densidades das silagens, com exceção daquela originada da colhedora Case 7400, todas as demais caracterizaram valores de densidade inferiores aos recomendados por Holmes & Muck (1999), que citam o valor limite mínimo de 225 kg MS m-3, para que a densidade não seja restrita na obtenção de uma silagem de qualidade satisfatória.

A partir de 2002, as empresas nacionais fabricantes de colhedoras para ensilagem de capins objetivaram a associação positiva entre o uso de máquinas e as exigências nutricionais dos animais, no sentido de um alimento com menor tamanho de corte. Entretanto, as máquinas que passaram a desenvolver tamanho de partícula menor, apresentaram redução na capacidade de colheita, que em geral os números obtidos a campo, apontam para 1/3 do rendimento dos modelos que cortam partículas maiores (modelos antigos), ou seja, se a capacidade de colheita era de 30 t/h, esse rendimento para os modelos que picam menor passou a ser de 10-12 t/h. Embora ainda com timidez, tem havido melhora no sistema de picagem das forrageiras, mais trabalhos devem ser desenvolvidos com o intuito de se conseguir um modelo com eficiência de colheita e de tamanho de partícula satisfatório, para que haja produção de alimento com qualidade e a custos mais reduzidos.

Máquinas utilizadas no descarregamento da silagem

A inobservância dos processos de oxidação de nutrientes pelos microrganismos aeróbios, e a conseqüente deterioração da silagem após a abertura do silo tem tido pouca importância na prática por se tratar na maioria das vezes de um problema "subclínico". Pois, quando as silagens são expostas ao ar, microrganismos oportunistas iniciam atividade metabólica, produzindo calor e consumindo nutrientes, revelando a retirada e o fornecimento da silagem aos animais como um importante dreno de matéria seca e energia durante o processo de ensilagem.

No Brasil, parte desse problema, está na dificuldade que o produtor encontra em adquirir equipamentos que desenvolvam um trabalho considerado ideal durante o desabastecimento do silo. A remoção de silagem deve ser realizada sem promover perturbações nas camadas remanescentes o que ocorre quando o uso de pás carregadeiras frontais são utilizadas (Foto 1).
 


Este equipamento alavanca toda a estrutura da massa de silagem criando condições para que o oxigênio caminhe tanto no sentido horizontal, como no vertical (Figura 1), aumentando os riscos de depreciação do alimento.

 


O manejo de retirada poderá ser auxiliado com o uso de desensiladeiras, que executam o trabalho com precisão promovendo o corte do painel no sentido de cima para baixo (Foto 2). Contudo, este equipamento é comercializado a custos bem elevados, pois são poucos os fabricantes dentro do mercado nacional, o que inviabiliza na maioria das vezes a sua compra.

 


Outro maquinário que tem sido utilizado com freqüência nas fazendas brasileiras é o garfo hidráulico (Foto 3), principalmente em sistemas que trabalham com silagem de capim, o que facilita a confecção imediata de uma dieta completa. Entretanto, o uso desta mandíbula parece promover perturbações nas camadas laterais de onde o trabalho está sendo executado (observações de campo), o que necessita ser avaliado experimentalmente.

 


Considerações gerais

Para que efetive a proposta de se produzir silagem de boa qualidade é preciso que os fabricantes de máquinas agrícolas continuem olhando para o sinalizador final, que no nosso caso é o animal.

A impossibilidade de mensurar as perdas ocorridas nas fazendas pelo uso de equipamentos inadequados e a dificuldade de as determinarem quantitativamente em trabalhos experimentais, dificulta a estimativa, a percepção e a divulgação do significado para os custos de produção de volumosos no nosso país.

Bibliografia consultada

HOLMES, B.J., MUCK, R.E. Factors affecting bunker silos densities. Madison: University of Wisconsin, 1999. 7p.

IGARASI, M. S. Controle de perdas na ensilagem de capim-Tanzânia (Panicum maximum Jacq. Cv. Tanzânia) sob os efeitos do teor de matéria seca, do tamanho de partícula, da estação do ano e da presença do inoculante bacteriano. Dissertação de Mestrado -ESALQ/USP, 2002, 132p.

THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

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LUIZ RICARDI

EM 25/11/2017

hoje existe maquinas para ensacar silajem a silagem se conserva ate 4 anos  com todos nutrientes

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