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Controle leiteiro: a produção de leite com chancela oficial

POR ROBERTA ZÜGE

E GIULIA FERRACIN

NA MIRA

EM 17/02/2020

4 MIN DE LEITURA

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As notícias recentes demonstram que produtores de diversas regiões do Brasil fizeram sua lição de casa e se equipararam, em termos de produtividade, com países reconhecidamente modelos de produção de leite. No ano 2019, conforme estudos conduzidos pela Embrapa, 350 municípios apresentaram produtividade média acima das encontradas na Nova Zelândia, que é de 4 mil litros por vaca. E para ampliar esta comemoração, há municípios que extrapolaram a produtividade desse mesmo país e ultrapassaram a média de 6 mil por vaca, o que equivale ao padrão europeu de produção.

É importante salientar que estes resultados se devem a uma maior profissionalização atualmente encontrada nas propriedades leiteiras de bacias consolidadas. Hoje, diversos fatores são cruciais para este processo. Entre as ferramentas que podem ser utilizadas, o controle leiteiro oficial se destaca por proporcionar uma chancela, que permite identificar a produção individual por animal.

Mas o que é realmente o controle leiteiro?

Este processo é regulamentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa, atualmente pela instrução normativa nº 78 de 26 de novembro de 2018.  Este serviço é caracterizado pela mensuração da produção individual dos animais, contendo informações sobre a qualidade e a quantidade individualizada por animal.

Contagem de células somáticas, porcentagem de proteína, gordura, lactose e sólidos totais, além da mensuração da ureia, são alguns componentes analisados no controle leiteiro.

Este serviço está sempre se adequando às condições da pecuária leiteira. Por exemplo, sabemos que a tecnologia faz parte dos sistemas de produção de leite, um exemplo disso são as conhecidas ordenhas robotizadas. Com isto, precisamos ter um serviço apto, tanto para os produtores que ainda realizam a ordenha balde ao pé, quanto para produtores mais tecnificados. Esta modernização tem chegado às legislações, mas talvez nem sempre na velocidade que o setor demanda.

Os encarregados pela realização do controle leiteiro são conhecidos como controladores e podem ser técnicos e até mesmo os produtores, segundo a normativa nº 78. Porém, independentemente da qualificação, todos devem ser capacitados para essa função e credenciados pelas entidades responsáveis por este tipo de serviço.

Assim, tudo se inicia na escolha do método de controle que o produtor deseja realizar em sua propriedade, existindo quatro categorias:

controle leiteiro, produção de leite

Após a definição do sistema de controle que será realizado na propriedade, iniciam-se os serviços. Primeiramente, o produtor deve ter todas as informações de forma clara no momento do controle, como: data do último parto, como foi esse parto, saúde geral do animal e qualquer outra informação de relevância que o controlador solicitar.

Em seguida, inicia-se a pesagem da produção de leite de cada animal a cada 24 horas. A homogeneização das amostras é de extrema importância para que seja coletado o leite de forma igual, lembrando que no início da ordenha o leite é pobre em gordura e, já no final, é bastante rico.

Quando coletado, o leite deve ser colocado em frascos próprios para as análises, os quais devem ser identificados tanto com informações do animal quanto do produtor. Até que cheguem aos laboratórios, que são acreditados pelo INMETRO na ISO 17025 e pertencentes a Rede Brasileira de Qualidade de Leite, as amostras devem ser armazenadas em caixas isotérmicas, para que se mantenham em uma temperatura de, no máximo, 5ºC, não alterando a composição do leite.

Depois de todo esse processo, o produtor, por meio dos dados resultantes, consegue ter dimensão do que realmente está acontecendo com a sua produção. Por exemplo, é possível observar se é necessária uma melhora nas boas práticas de ordenha, ou ainda, se existe alguma disfunção na nutrição dos animais, quais animais possuem produções melhores e maiores e, até mesmo, comprovar para o produtor que o trabalho realizado por ele está gerando um produto de qualidade.

É por meio do controle leiteiro oficial que o produtor pode afirmar a produtividade de seus animais. Logo, quem deseja comprar animais deve verificar a veracidade das informações relatadas utilizando esse recurso. Sem esta ferramenta, que oficializa seguindo os preceitos legais, os dados de produção não podem ser chancelados.

Depois de todas as vantagens já citadas aqui, o serviço de controle leiteiro ainda tem a possibilidade de promover o melhoramento genético dos animais. Como isso acontece? Com a quantidade e qualidade da produção dos animais em mãos, individualizada e com relatórios que demonstram alterações e flutuações, além de comparações com outras realidades, o produtor consegue selecionar seus melhores animais e focar nas futuras gerações dessas vacas, investindo corretamente seu tempo e capital, elevando cada vez mais o padrão do seu rebanho.

Mas os ganhos de controlar a produção do rebanho ainda continuam. Chegamos agora, na questão das exposições, ato muito comum na cadeia leiteira. Você sabia que, com o serviço de controle leiteiro juntamente com o sistema de classificação, os animais participantes da competição conseguem duplicar seus pontos obtidos em pista? Isso mesmo! Para que este ato seja consolidado, o produtor deve estar realizando o serviço há pelo menos um ano. Desse modo, o controle leiteiro proporciona mais um benefício ao produtor, que poderá ter vacas com maior pontuação, facilitando a conquista dos grandes campeonatos.

Sendo assim, constatamos que o controle leiteiro é uma ferramenta com muitos proveitos, tanto para a qualidade de leite comercializada como para o produtor, que irá aprimorar sua produção, aumentando o valor do seu produto e, consequentemente, ampliando os seus lucros.

Referências

Instrução Normativa nº78, de 16 de novembro de 2018 – MAPA

Regimento do Controle Leiteiro da Associação Brasileira de Criadores de Bovino da Raça Holandesa - 2019

Gostou do conteúdo? Ajude-nos a entender ainda mais o que você gostaria de ver por aqui! 

ROBERTA ZÜGE

Membro do CCAS.
Consultora técnica em fazendas e industrias de alimentos com foco no atendimento a requisitos legais e normas de qualidade. Coordenou o projeto da norma Brasileira de Certificação de Leite (MAPA/Inmetro).
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