No último artigo, abordamos como o mercado internacional de lácteos, especificadamente o leilão GDT, reflete no preço do leite pago aos produtores no Brasil. Neste artigo, vamos entender como que a demanda por leite e derivados também exerce influência nos preços praticados no mercado nacional.
Primeiramente, é preciso termos em mente o grau de interesse dos consumidores finais e o poder de compra no consumo e/ou compra de derivados lácteos. Quanto maior for esse interesse e o poder de compra, maior tende a ser a disposição deste consumidor a pagar pelos produtos.
Então, aqui temos um ponto importante: o consumidor precisa querer consumir, ao mesmo tempo que precisa ter dinheiro para isso. Recebendo mais pelos derivados, o varejo — onde os consumidores compram os produtos — tende a ampliar as possibilidades de pagamento para indústria, que amplia sua receita e, consequentemente, o apetite por produzir. Dessa forma, a demanda por lácteos é aquecida: consumidor comprando mais, varejo lucrando mais e indústria produzindo mais.
Partindo deste ponto, para manter uma demanda aquecida, logicamente, é preciso ter maior quantidade de produtos disponíveis no mercado. Para produzir mais, a indústria precisa de mais leite, a matéria-prima de todos os derivados lácteos que chega às gôndolas dos supermercados e posteriormente às mesas dos consumidores.
Para conseguir maior quantidade de matéria-prima e incentivar a maior produção de leite, as indústrias aumentam o valor pago pelo preço do leite ao produtor. No caso de menor demanda por derivados lácteos pelo consumidor final, a lógica se inverte e o produtor tende a receber menos pelo seu leite. Ou seja, é como um efeito cascata inverso: as altas de consumo no último elo da cadeia (consumidores) tendem a chegar até o primeiro (produtores).
Retrospectiva da demanda por lácteos
Em 2020, a crise mundial do coronavírus, impulsionou o consumo por derivados lácteos principalmente por dois fatores: auxílio emergencial e mudança de hábitos. A disponibilização do auxílio emergencial impactou na economia do país, aumentando a renda de algumas famílias e, consequentemente, ampliou a possibilidade de gastos e consumo.
Além disso, as regras de isolamento social com o fechamento de bares, restaurantes e shoppings mantiveram a população em casa. Com isso, houve uma mudança de hábitos. O dinheiro anteriormente gasto em alimentação “fora de casa” ou em viagens, passou a ser direcionado para “dentro dos lares.”
Dessa maneira, os supermercados receberam os maiores volumes de gastos das famílias brasileiras na compra de produtos alimentícios e, consequentemente, de lácteos. Essa junção do auxílio emergencial somado às mudanças de hábitos foi um movimento fundamental para o aquecimento observado no setor no período.
Já em 2021, a situação de altas no consumo mudou. Sem o auxílio emergencial, com a retomada parcial da atividade econômica comum e a disparada da inflação, a demanda — não apenas por lácteos — mas dos supermercados no geral, caiu bastante.
Este fator fez com que, mesmo com a escalada dos custos de produção, o preço pago ao produtor tivesse redução, em termos reais. Isso prova o que falamos no começo deste artigo: o efeito entre os elos tende a ser cascata.
Momento atual do mercado lácteo
Para 2022, o cenário de oferta de leite bastante restrita está claro, já que o clima não vem ajudando e a rentabilidade baixa de 2021 acelerou a queda na produção no campo. Em termos de mercado internacional, os preços estão nas alturas, o que inviabiliza as importações. Inclusive, no último leilão GDT, os preços internacionais de lácteos registram os maiores valores desde 2014. Portanto, a chave para o mercado será a demanda.
Caso a demanda demonstre algum sinal de reação, devemos ter elevação firme nos preços praticados. Até aqui, as indústrias seguem com dificuldades para efetivarem vendas volumosas, ou seja, a demanda por lácteos segue enfraquecida. Por outro lado, a janela para exportações está aberta e negociações neste sentido vêm ocorrendo — o que é bom em termos de demanda.
Então, neste momento, as atenções se voltam para o mercado interno. O “pulo do gato” é entender como a demanda por lácteos se comportará diante de cenário macroeconômico instável em pleno ano eleitoral.
Como podemos observar, a reação da demanda é ponto-chave para um aumento de preços praticados no campo. O que os produtores devem fazer nas propriedades dependendo ou não do grau de reação da demanda por lácteos? É isso que convidamos você a descobrir com o Milk Monitor, um produto MilkPoint.
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*Fonte da foto do artigo: Freepik