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Tratamento de vaca seca por via intramuscular

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 29/09/2003

2 MIN DE LEITURA

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A terapia da vaca seca (TVC) é tradicionalmente realizada pela infusão intramamária do antibiótico após a última ordenha da lactação. A maioria dos produtos é desenvolvida para eliminar infecções intramamárias causadas pelos agentes mais importantes, tais como Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae, e adicionalmente prevenir o estabelecimento de novas infecções intramamárias durante os períodos seco e pré-parto.

O uso de terapia sistêmica tem sido bastante avaliado na tentativa de aumentar as taxas de cura dos tratamentos intramamários de mastite clínica e subclínica durante a lactação. Neste caso, para que a terapia sistêmica seja eficiente, é necessária a passagem do antibiótico da corrente sangüínea para o local da infecção e a manutenção de uma concentração suficiente para eliminar o agente. Desta forma, as concentrações dos antibióticos no úbere dependem de suas propriedades físico-químicas, da dose utilizada e da biodisponibilidade da formulação. Até recentemente, diversos trabalhos de pesquisa buscando utilizar a terapia de vaca seca por via sistêmica não apresentaram bons resultados, pois não houve melhoria das taxas de cura de S. aureus, quando usada de forma isolada.

Considerando que em alguns países com a Argentina (https://rafaela.inta.gov.ar/anuario1999/p29.htm), a utilização de produtos para vaca seca a base espiramicina e neomicina apresenta bons resultados em termos de taxas de cura e redução de incidência de novas infecções intramamária durante o período seco, têm sido buscadas alternativas através do uso de espiramicina sistêmica. A espiramicina é um antibiótico do grupo dos macrolídeos, com atividade conta microrganismos Gram-positivo. Apresenta alta concentração no leite em relação ao sangue (50 vezes maior na glândula mamária que em relação do sangue), quando administrado por via intramuscular. Por outro lado, a estreptomicina é um aminoglicosídeo com atividade contra microrganismos Gram-negativo, que pode ser utilizado em combinação com outros antibióticos para tratamento de mastite.

Buscando avaliar a eficácia do uso da terapia de vaca seca por via intramuscular, foi realizado um estudo na Argentina utilizando produto para tratamento de vaca seca a base de espiramicina e estreptomicina, sobre a incidência de agentes causadores de mastite no momento do parto. Foram utilizadas neste estudo 44 vacas Holandesas livres de infecções intramamárias no momento da secagem, as quais foram divididas em dois grupos. O grupo tratamento recebeu injeção intramuscular contendo 2500 mg de espiramicina + 5000 mg de estreptomicina no momento da secagem, enquanto o grupo controle não recebeu nenhum tratamento na secagem. Após o parto, as vacas tratadas e não tratadas foram avaliadas quanto ao seu status de infecção intramamária pela cultura microbiológica.

Os resultados do estudo apontaram que as vacas não tratadas apresentaram maior número de quartos infectados no momento do parto do que as vacas que receberam a terapia de vacas seca por via intramuscular, indicando efeito protetor contra agentes causadores de mastite. Neste estudo, as vacas que receberam o tratamento intramuscular com espiramicina e estreptomicina apresentaram 10 vezes menos riscos de contraírem uma infecção intramamária do que as vacas não tratadas. Estes resultados são ainda parciais e necessitam maiores avaliações para que possam ser empregados como rotina nas fazendas leiteiras, buscando simplificar o tratamento de vaca seca.

Comentário do autor: a terapia intramamária de vaca seca continua sendo uma medida altamente importante como estratégia de controle de mastite, através da sua ação curativa e preventiva. O estudo abordado neste radar buscar avaliar uma alternativa ao uso intramamário, mas ainda carece de maiores estudos e avaliações antes de ser implementado como rotina.

Fonte: Journal of Dairy Research, v. 70, p.233-235, 2003.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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RICARDO FREIRE

SÃO PAULO - SÃO PAULO - EMPRESÁRIO

EM 29/09/2003

Achei o artigo tecnicamente importante, pois com a combinação de dois antibióticos diferentes, acredito ter uma eficiência bem eficaz. Uma vez ou outra, tenho tido problemas de mamite no gado mais puro. O tratamento sempre é oneroso e às vezes demorado, tornando-o mais caro. Às vezes não há uma melhora 100%. Solicitaria que me sugerisse quais medicamentos (nomes comerciais) deveria utilizar, com que freqüência e que dosagens.

Atenciosamente
Bernardo de Souza


<b>Resposta do autor:</b>Prezado Ricardo,

Obrigado pela sua mensagem.

Na minha opinião, o tratamento não deve ser o enfoque principal de um programa de controle de mastite e sim a prevenção. Desta forma, acho que a questão da escolha dos medicamentos a serem utilizados depende de uma série de informações do rebanho, tipo de agente causador, tipo de mastite (clínica ou subclínica), idade da vaca, custo do descarte do leite, entre outros. Acredito que esta decisão deve ser feita entre o proprietário/gerente e o veterinário responsável, baseando-se nesta série de informações.

Infelizmente, não posso sem nenhuma informação adicional e sem conhecer o rebanho listar medicamentos que possam apresentar boa eficácia no tratamento dos casos de mastite. Temos uma série de radares técnicos sobre o tema e que podem auxiliá-lo com mais informações:

Fatores que afetam a taxa de cura da mastite 26/10/2001
Como escolher o antibiótico para tratamento de vaca seca? 27/7/2001
Tratamento contra mastite: qual a sua importância em um programa de controle - Parte 1 29/9/2000

Atenciosamente,

Marcos Veiga

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