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Fatores que afetam a taxa de cura da mastite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 26/10/2001

3 MIN DE LEITURA

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Atualmente, recomenda-se a identificação precoce e o tratamento dos casos de mastite clínica como uma prática importante dentro de um programa de controle de mastite. No entanto, devido ao surgimento de novos conhecimentos nas áreas de epidemiologia, patologia e resposta à terapia dos vários agentes da mastite, diversos fatores devem ser considerados para o uso da terapia contra mastite durante a lactação. Os principais pontos que devem ser cuidadosamente analisados para o emprego da terapia durante a lactação são: o risco da presença de resíduos de antibióticos no leite e a baixa relação custo-benefício deste procedimento durante a lactação.

Desta forma, o uso de um protocolo de tratamento adequado para cada rebanho deve ser uma decisão a ser tomada em conjunto entre produtor e veterinário, baseando-se em informações sobre o programa de controle de mastite. Para que os tratamentos tenham sucesso, devem ser bem definidos os objetivos que se busca através da terapia. Para exemplificar, pode-se buscar a eliminação de um agente específico (por exemplo, S. agalactiae) ou a redução dos sinais dos casos clínicos para evitar a perda da venda de leite ou mesmo auxílio na redução da duração dos casos antigos.

Independentemente do objetivo do tratamento contra a mastite, devem-se considerar os diversos fatores que podem afetar o sucesso da terapia durante a lactação:

a) Tipo de patógeno causador: existe uma ampla variação na taxa de cura dos diferentes agentes causadores de mastite. De forma ilustrativa, a taxa de cura obtida com tratamento de mastites causadas por S. aureus é bastante baixa, enquanto por outro lado, infecções causadas por S. agalactiae respondem muito bem à terapia com o uso de antibióticos. Casos de mastite causados por patógenos ambientais apresentam taxas de cura variáveis. Em resumo, é de fundamental importância identificar quais os agentes prevalentes no rebanho para que seja avaliada a validade do uso de terapia durante a lactação.

b) Duração da infecção: este fator é importante quando se considera o uso da terapia para patógenos contagiosos, como S. aureus, que causam, caracteristicamente, infecções de longa duração. Em casos crônicos causados por S. aureus, este patógeno sobrevive dentro dos leucócitos e, conseqüentemente, é de difícil cura. Sendo assim, é importante a identificação precoce do caso clínico de mastite pois, desta forma, aumenta-se a chance de cura. Por outro lado, casos crônicos (longa duração) apresentam, geralmente, baixas taxas de cura.

c) Estágio de lactação: deve ser considerado qual o estágio de lactação em que a vaca se encontra uma vez que, mesmo nos animais com altas probabilidades de sucesso, como nas situações em que o agente causador é sensível ao antibiótico, deve-se considerar o tratamento de animais em final de lactação no momento da secagem com produto específico para vaca seca.

d) Idade da vaca: devido à maior probabilidade de cura em animais jovens, a idade da vaca deve ser levada em conta, quando da tomada de decisão do uso de terapia nos animais velhos, que caracteristicamente apresentam menores taxas de cura que novilhas.

e) Severidade da infecção: casos de mastite em que há alta severidade de sintomas clínicos, como dor, edema e sinais sistêmicos (febre, queda na ingestão de alimentos, dificuldade de locomoção), a terapia durante a lactação é recomendada em função do risco de vida do animal. Este quadro é, geralmente, observado em mastites clínicas agudas causadas por alguns agentes ambientais, como a Escherichia coli. Nestes casos, é de grande importância a identificação precoce dos sintomas e o uso de terapia de suporte incluindo: fluidoterapia, ordenha freqüente do animal e uso de antiinflamatórios não-esteroidais.

Ainda que seja implantado um bom programa de controle de mastite, é praticamente inevitável o aparecimento de novas infecções intramamárias. Muitas destas novas infecções poderão apresentar taxa de cura espontânea, sem a necessidade de antibioticoterapia. Esta capacidade de cura espontânea depende, entretanto, do tipo de agente causador e do status do sistema imune do animal.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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JOSÉ MARIA DE OLIVEIRA NETO

OUTRO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/06/2002

Tenho uma pergunta a fazer.

Casa haja uma grande predileção de mastite subclinica diagnosticada por cmt-pode se pensar em tratar os casos com reação +++com antibiótico terapia? Se compensar,qual seria o procedimento mais favoravel?

Comentário de Marcos Veiga: <i><font color="006666">Obrigado pela sua mensagem e pelo interesse.

Acredito que voce esteja falando sobre "prevalência" ao invés de "predileção". Se esta for a sua pergunta, eu não recomendaria o tratamento de casos de mastite subclínica (tanto diagnosticada por CMT +++ ou por contagem eletrônica), pois de maneira geral os resultados não são economicamente viáveis (baixa taxa de cura na lactaçao, alto csuto de descarte de leite com resíduos de antibióticos). A unica exceção seria quando o rebanho apresenta alta prevalência de Streptococcus agalactiae, pois neste caso a terapia durante a lactação pode ser vantajosa.</i></font>

LUCIA

OUTRO - MONTEVIDEO - FRIGORÍFICOS

EM 12/11/2001

Acredito que um fator importantíssimo para a cura das mastites é
a higiene dos equipamentos, sala de ordenha, ordenhador e do animal. Vale
reforçar sempre as boas práticas à terapia! (<a href="https://www.milkpoint.com.br/mn/radarestecnicos/artigo.asp?area=16&area
_desc=Qualidade+do+leite&id_artigo=1471">clique aqui para ler o artigo
citado</a>)

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