ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

A mastite subclínica deve ser tratada durante a lactação? - Parte 1

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 27/12/2005

2 MIN DE LEITURA

1
1
Muitos rebanhos se deparam com enormes dificuldades para um efetivo controle de mastite devido à ocorrência de infecções crônicas ao longo da lactação. Não é incomum que alguns produtores percam os prêmios do pagamento por qualidade em função de alta CCS do leite.

Mesmo considerando que as estratégias de prevenção são mais econômicas e eficazes que o tratamento, entre as possíveis medidas para a redução do impacto de mastites crônicas está a terapia com antibióticos, cujo uso é bastante comum e freqüente. No entanto, para que seja eficiente, a decisão de tratar ou não os casos clínicos ou subclínicos precisa levar em conta uma série de fatores.

Para os casos de mastite clínica, o diagnóstico e a identificação da vaca com o problema são bastante fáceis e rápidos, pois pode ser feito somente pela observação de alterações visuais no leite e úbere.

Nestes casos, o objetivo principal do produtor é o retorno à produção de leite normal e a eliminação dos sintomas clínicos, uma vez que o leite com grumos e outras alterações não pode ser enviado para o processamento industrial. Para o tratamento, existem diversos protocolos utilizados, muitos dos quais baseados apenas na experiência do produtor e na grande maioria sem a identificação do agente causador, mesmo que a posteriori do caso clínico.

Ainda é bastante comum o conceito de que os casos clínicos de pequena severidade (casos mais leves) não necessitam de tanta atenção quanto os casos mais severos, os quais seriam prontamente tratados. Este conceito é parcialmente suportado por resultados de pesquisas indicando que para alguns casos de mastite por coliformes a taxa de cura da terapia com antibiótico é similar à taxa de cura espontânea.

No entanto, para os demais agentes, a taxa de cura espontânea é muito baixa e a demora no início do tratamento da mastite pode resultar em: maior duração da infecção, atraso no retorno à produção de leite normal, diminuição da chance de cura, maior chance de recorrência dos casos e maior exposição do resto do rebanho à transmissão do agente causador de mastite. Desta forma, a recomendação mais segura é o tratamento imediato de todos os casos clínicos, principalmente para agentes Gram-positivo, como S. aureus e Streptococcus sp.

Não dever se esquecido, contudo, que o uso de antibióticos para tratamento deve ser responsável e criterioso, para evitar o aumento da resistência bacteriana e os riscos da ocorrência de resíduos no leite. Para tanto, um critério de fundamental importância é a necessidade de identificação dos principais agentes causadores de mastite do rebanho, o que permite uma seleção mais adequada do antibiótico e de esquemas de tratamento, além de ser possível estimar quais são as reais chances de cura.

A mastite subclínica pode ser conceituada, de forma simplificada, como uma infecção intramamária na ausência de sintomas clínicos (alterações visuais do leite ou úbere), cuja freqüência é muito maior que a de casos clínicos. Como normalmente esta forma de apresentação passa despercebida por longos períodos, muitas vacas apresentam a mastite subclínica crônica, que leva ao aumento da CCS e redução da produção e qualidade do leite.

Normalmente, visto que o leite destas vacas pode ser vendido e não apresenta alterações visuais, a decisão de se tratar casos subclínicos é entendida por muitos produtores como sendo menos necessária do que os tratamentos de casos clínicos.

Sendo assim, o momento mais adequado, em termos econômicos e de eficácia, para o tratamento dos casos subclínicos é na secagem, por meio do uso da terapia da vaca seca.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

1

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

MARCO POLO BOTELHO JUNQUEIRA JUNIOR

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/12/2005

Realmente o procedimento recomendado é o de sempre tratar a mastite subclínica na secagem do animal. Mas sempre me incomodou o fato de animais com alta CCS (grau 3 no CMT), crônicos, permanecerem sem tratamento toda uma lactação. Estimam-se perdas de produção da ordem de 30% para estes casos, além de não receber o pagamento por qualidade e possivelmente prejudicar a vida produtiva do animal. Para estas situações, o ganho econômico é justificável (mesmo com o descarte do leite).



<b>Resposta do autor:</b>



Prezado Marco Polo,



Obrigado pela sua participação. Na segunda parte deste radar técnico, que será publicado em breve, coloco que a decisão de tratamento também deve ser feita em relação aos benefícios do pagamento por qualidade e da redução da transmissão de casos de mastite entre as vacas. Vale lembrar, também, que um dos fatores que afetam a taxa de cura dos tratamentos é o tipo de agente causador, sendo que esta informação ainda é muito deficiente em muitos rebanhos.



Atenciosamente,



Marcos Veiga

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures