ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

MilkPoint e BeefPoint criam novo canal para divulgação de pesquisas em andamento

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 03/11/2000

5 MIN DE LEITURA

1
0

Marcelo Pereira de Carvalho

Entre as ações comentadas de curto, médio e longo prazo para que o Brasil possa se favorecer da globalização no setor lácteo, não tem tido grande destaque a geração de material científico local, adaptado à nossa realidade e com o objetivo de definir sistemas de produção ou técnicas que aproveitem nossas vantagens comparativas.

Na área leiteira, muito se fala - e de fato é preciso que se fale, sem dúvida - dos subsídios e práticas ilegais de comércio que distorcem o mercado. Porém, quase não se menciona que a Europa, por exemplo, reúne centros de excelência em pesquisa na área zootécnica, especialmente na França, Inglaterra e Holanda, que o montante de pesquisas realizadas nos EUA na área de produção animal é enorme, atingindo a excelência em produção confinada e influenciando quase todos os países que produzem leite, e que a Nova Zelândia, antes de tudo, organizou-se de forma a produzir, industrializar e comercializar leite da forma mais eficiente possível tomando como base a sua realidade e inserção no mercado mundial.

Desta forma, além da concorrência muitas vezes desleal, é preciso que se admita que os países de relevância no setor desenvolveram, ao longo dos anos, uma produção de leite consistente com suas condições e possibilidades, eventualmente revertendo desvantagens comparativas existentes. A Nova Zelândia, por exemplo, compensa altos custos de suplementação com a virtual ausência do uso de concentrados, explorando ao máximo o pasto de ótima qualidade que possui.

No Brasil, é inegável que exista massa intelectual de sobra para que se produza pesquisa de qualidade em larga escala, embora recursos possam ser escassos em determinadas regiões ou situações. Ainda, há que se reconhecer que muito já foi feito e que existe material científico nacional de ótima qualidade. Mais além, pode-se argumentar que a história do leite profissional no país é relativamente recente: a atividade parecia anestesiada em termos tecnológicos até o início da década de 90, situação esta que vem sendo revertida gradativamente, sendo exemplos agora os avanços especialmente na área de qualidade do leite. Enfim, estamos começando agora um processo já levado a cabo há muito anos pelos países acima mencionados, sendo natural que nossa bagagem científica seja menor.

O problema, na minha concepção, é que esta bagagem nem sempre é amplamente divulgada aos usuários finais, ou seja, produtores de leite e carne e os técnicos que os assessoram. Na prática, é difícil para quem está no campo, longe das universidades e centros de pesquisa, consultar o acervo existente, sendo às vezes mais fácil se deparar com material estrangeiro, nem sempre adaptado às nossas condições. Desde o lançamento dos portais MilkPoint e BeefPoint, temos priorizado a utilização de material nacional, mas nem sempre isto tem sido possível. Contudo, é evidente que, no exterior, há farto conteúdo de qualidade e adaptável ao Brasil e que não deve deixar de ser veiculado apenas por ser estrangeiro.

Transitando nesta linha de raciocínio, baseada na premissa de que nem sempre a divulgação da informação é feita com a amplitude que merecesse ou devesse, um dos desdobramentos é que pode haver um distanciamento entre o que os pesquisadores de fato realizam e conhecimento destas realizações por parte de produtores e técnicos: pergunte a estes quais as linhas de pesquisa e os resultados obtidos nos trabalhos recentemente realizados pelas principais instituições. É bem provável haja alto grau de desconhecimento. Com este suposto distanciamento, a interação entre as partes diminui e, eventualmente, a pesquisa pode seguir de forma desalinhada às necessidades do seu usuário.

Não se trata aqui de criticar a qualidade ou a quantidade de pesquisas nacionais em nossa área - seria leviano de nossa parte, mesmo porque não estamos envolvidos neste segmento a ponto de tecer comentários a respeito. Certamente, existem bons e maus trabalhos, como em qualquer outro lugar. O ponto que levantamos, no entanto, como consumidores da informação - aí sim podemos comentar - é que parece não haver uma cultura, ou um hábito, de divulgação e consumo maciços das pesquisas realizadas, fazendo com que trabalhos importantes caiam no ostracismo, por vezes sendo repetidos vários anos mais tarde sem que houvesse necessidade.

Pensando nestes pontos, reconhecendo o imenso potencial de realização existente entre os pesquisadores da área zootécnica no Brasil e as características da Internet como grande facilitadora ao fluxo de informações, os sites MilkPoint e BeefPoint estarão, nos próximos dias, lançando uma nova seção denominada "Pesquisa em Andamento".

O objetivo desta seção é criar um canal direto de comunicação entre pesquisadores e os usuários finais da pesquisa, ou seja, técnicos e produtores rurais. A idéia é que pesquisadores nos enviem resumos de trabalhos que estão em andamento, explicando as hipóteses testadas, as implicações práticas do trabalho e a data de previsão de término. Em contrapartida, criaremos um e-mail exclusivo para que membros da cadeia de produção de leite e carne possam comentar as pesquisas e, principalmente, dar seu testemunho sobre as lacunas da pesquisa que, caso eliminadas, contribuirão para a melhoria da competitividade do setor. As mensagens recebidas por este e-mail serão enviadas aos pesquisadores interessados em receber tais informações ou às universidades e centros de pesquisa.

Vale lembrar que, através dos Radares das Seções Técnicas, continuaremos a publicar pesquisas finalizadas, procurando cada vez mais priorizar material nacional.

Pelo menos, esta é nossa idéia. Não temos a pretensão de substituir outros meios de divulgação de pesquisas, mas acreditamos que, considerando o montante de usuários do MilkPoint e do BeefPoint, bem como o perfil deste usuário como formador de opinião, existe uma oportunidade concreta para que possamos divulgar e valorizar o que vem sendo realizado em território nacional, contribuindo, por outro lado, para a busca de soluções mais alinhadas às necessidades atuais do setor, levando inexoravelmente ao aperfeiçoamento do setor produtivo. Como conseqüência adicional e não menos importante, pode-se, futuramente, intensificar o intercâmbio entre centros de pesquisa e universidades, facilitando o desenvolvimento de projetos em conjunto ou complementares, somando esforços em vez de dividi-los.

Para encarar a globalização de frente, além do exaustivamente comentado monitoramento das práticas internacionais de comércio, é fundamental que desenvolvamos e divulguemos nossas próprias pesquisas, adaptadas às condições que temos, com o objetivo de definir sistemas de produção de acordo com o cenário existente, tanto geográfico quanto politico-econômico. Sem isto, por mais que nos defendamos com barreiras comerciais e tarifas extras, corremos o risco de ficarmos reféns da tecnologia alheia, participando do processo de globalização no papel de caça e não de caçador.

Contamos com a colaboração de nossos leitores para que façamos a nossa parte na reversão desta situação.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

1

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

MARCO ANTONIO MACHADO VIEIRA

ITUVERAVA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/09/2008

Sou um consultor tecnico e tenho trabalhado na cadeia produtiva do leite ha alguns anos e tenho mesmo percebido a quase ausencia de informacao ao produtor de leite, informacao esta que tento levar ao produtor da melhor forma possivel.

Este novo canal de informacao sera muito bem visto por todos os que compoem a cadeia produtiva do leite, visto ser de grande valia para a divulgacao de tecnologia aplicavel ao produtor brasileiro.

Att. Marco Antonio

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures