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Brasil importador x Brasil exportador: volta no tempo ?

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 05/07/2002

2 MIN DE LEITURA

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O cenário pró-exportação se alterou significativamente do final do ano passado para meados desse ano. Naquela época, havia disponibilidade de matéria-prima no Brasil a custos reduzidos; os preços no mercado externo estavam mais favoráveis, chegando a atingir US$ 2000/tonelada de WMP (Whole Milk Powder, ou leite em pó integral).

Hoje, os preços estão bem abaixo disso, na casa de US$ 1200 a US$ 1300/tonelada. Países eminentemente exportadores, como a Nova Zelândia, já reportaram previsões de redução nos preços da ordem de 25% para este ano. Mesmo considerando que a Nova Zelândia tem uma estrutura na qual os produtores estão de certa forma protegidos, uma vez que controlam produção, processamento e comercialização, a redução de preços é inevitável, pois o mercado externo não está favorável.

Na opinião de alguns especialistas, como o comécio internacional de leite é residual, visto que gira menos de 5% da produção mundial, e como a demanda de leite é altamente inelástica, qualquer alteração na oferta mundial (elevando-a), ou na demanda mundial (diminuindo-a), causa alterações dramáticas nos preços internacionais.

O que se viu, de junho do ano passado a maio deste ano, foi um aumento de 1,3 milhão de toneladas de leite na Europa, 0,8 milhão de novembro a maio, nos Estados Unidos, mais de 1 milhão na Oceania, e assim por diante. Por outro lado, importadores andam meio devagar no que se refere às compras externas. A Rússia deve produzir mais manteiga e importar menos. Os altos preços do ano passado também inibiram as compras e, agora, sob baixos preços, muitos importadores continuam esperando quedas ainda maiores, o que retarda a eliminação de estoques.

Até que o mercado se recupere (o que pode acontecer mais para o final do ano), o impacto aqui será evidente: exportação pouco viável e importações novamente atrativas, ainda que o câmbio em dólar esteja nos favorecendo em relação a produtos da União Européia e Oceania. É preciso lembrar, no entanto, que o peso argentino está mais na lona do que nosso real, e é de lá que a grande maioria das importações está vindo.

É uma espécie de volta ao tempo, em que devemos nos preocupar novamente com as importações, especialmente ao levarmos em conta que, agora em julho, será iniciada novamente a negociação da tarifa da lista de exceções do Mercosul, hoje em 27%. Trata-se, portanto, de uma negociação muito importante, especialmente pelo momento em que se encontra o setor na região.

Tudo indica que nosso projeto de Brasil exportador (pelo menos de leite em pó), deverá aguardar mais um tempo (mesmo porque a oferta interna de leite está menor), embora não se possa negar que exista um potencial para caminharmos nesse sentido. Mais ainda, a situação pontual de mercado não deve frear iniciativas que possam vir a desenvolver mercados externos para nossos lácteos.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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