Inseminação artificial em tempo fixo com cipionato de estradiol (ECP) ou inseminação na detecção de cio em vacas de leite em lactação

Serão apresentados neste radar e no próximo, dados do grupo do brasileiro José Eduardo Portella Santos, da Universidade da Califórnia.

Neste radar serão apresentandos resultados de trabalho apresentado na reunião da American Dairy Science Association, que ocorreu em junho, Phoenix, Arizona (Timed AI (TAI) with estradiol cypionate (ECP) or insemination at detected estrus in lactating dairy cows, J. Dairy Sci. Vol 86, Suppl. 1, pág 181, M12, 2003).

Foram utilizadas 799 vacas Holandesas de três fazendas leiteiras, que foram agrupadas de acordo com ordem de lactação, escore de condição corporal e produção de leite, e distribuídas aleatoriamente em dois tratamentos, sendo um IATF (Heatsynch) e outro com inseminação artificial após detecção do cio (DC).

As vacas receberam duas injeções de PGF2a (Lutalyse, Pharmacia Animal Health) nos dias 37+/-3 e 51 dias pós-parto. Com 65 DEL, as vacas receberam uma injeção de GnRH (Cystorelin, Merial Ltda), seguida por PGF2a 7 dias depois. Vacas do grupo de detecção de cio foram inseminadas depois de observadas em cio durante 7 dias depois da última PGF2a.

As vacas no grupo Heatsynch receberam uma injeção de 1 mg de ECP (Pharmacia Animal Health) 24 horas depois da ultima PGF2a e foram inseminadas após detecção do estro se observadas em cio nas primeiras 24 horas ou por IATF 48 horas depois do ECP.

A prenhez foi diagnosticada por ultra-sonografia 30 dias depois da IA e reconfirmada 14 e 28 dias depois.

Dosagens de progesterona plasmática foram determinadas no momento da segunda aplicação de PGF2a, GnRH, terceira aplicação de PGF2a e 48 horas depois.

A produção de leite foi acompanhada nos primeiros 165 DEL.

Variáveis contínuas e binomiais foram analisadas usando os procedimentos MIXED e LOGISIC do SAS (2001), respectivamente.

A produção de leite durante os primeiros 4 meses depois do tratamento (41,5 kg/d) foi similar nos grupos Heatsynch e detecção de cio (P=0,64), porém as vacas do grupo Heatsynch tiveram menor produção de leite no mês do tratamento com ECP (43,1 vs 44,8 kg/d; P<0,001).

A taxa de concepção determinada no dia 30 e 58 pós-inseminação artificial foi maior nas vacas do grupo Heatsynch do que nas vacas do grupo detecção de cio (dia 30: 43,0 vs 35,6%; P=0,03) e dia 58 (37,5 vs 31,0; P = 0,03).

As vacas do grupo Heatsynch que apresentaram cio com 24 ou 48 horas depois do tratamento com ECP tiveram maior concepção no dia 30 depois da IA do que aquelas que não apresentaram cio no momento da IATF (48,5 vs 23,6%; P<0,01).

A taxa de prenhez com 30 e 58 dias pós IA foi maior (P<0,01) nas vacas do grupo Heatsynch (43,0 e 37,5) do que nas com detecção de cio (22,6 e 19,6).

A taxa de perda embrionária entre 30 e 58 dias depois da IA foi similar nos grupos Heatsynch e detecção de cio (11,0 e 12,4%;P=0,88).

A taxa de concepção na segunda IA não foi influenciada por tratamento (P=0,14), com média de 26,7%.

Os autores concluíram que a IATF com o protocolo Heatsynch comparado com IA após detecção de cio melhorou as taxas de concepção e prenhez na primeira IA, e não influenciou a taxa de perda embrionária em vacas de leite em lactação.