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Expectativas de eficiência reprodutiva em vacas de leite tratadas com somatotropina bovina - parte 2

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 12/04/2001

5 MIN DE LEITURA

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José Luiz Moraes Vasconcelos

Nesse radar, apresentaremos a segunda parte da palestra proferida pelo Dr. Matt Lucy durante o curso "Novos enfoques na produção e reprodução de bovinos".

Crescimento dos Folículos Ovarianos em Vacas Tratadas com Somatotropina Bovina

O crescimento folicular no ovário é um processo bem preciso. Em bovinos ocorrem duas ou três ondas de crescimento folicular nos ovários durante um único ciclo estral. Essas ondas causam o desenvolvimento de um folículo pré-ovulatório no final do ciclo. A primeira onda ocorre durante os primeiros 10 dias do estro. Um grupo de folículos de pequeno e médio porte (3 a 9 mm) se desenvolve conjuntamente (fase de recrutamento do crescimento folicular). Desse grupo é escolhido um único folículo (fase de seleção do crescimento folicular). Esta fase de seleção é rigorosamente controlada, pois ela define a taxa de ovulação nos bovinos. Em geral, se escolhe um único folículo (folículo dominante), que cresce até atingir cerca de 16 mm, pára de se desenvolver e depois regride. Esse folículo grande é chamado de dominante, pois inibe o crescimento dos outros folículos pequenos no ovário. Após vários dias de "dominância", as células nesse folículo maior se tornam atrésicas e o folículo perde a dominância. O folículo da primeira onda não irá ovular, pois é atrésico. Isso leva ao início de uma segunda onda folicular durante o estro (por volta do dia 12 do ciclo). A segunda onda é semelhante à primeira e geralmente produz um folículo que irá ovular quando o CL regredir. Da mesma forma que na primeira onda folicular, é escolhido um único folículo. Se forem escolhidos dois, a vaca terá duas ovulações, podendo gerar bezerros gêmeos. Em alguns bovinos, a segunda onda folicular termina de forma prematura e se desenvolve uma terceira onda que leva à ovulação.

A somatotropina bovina afeta alguns, mas não todos os aspectos do crescimento folicular. Por exemplo, a rbST estimula a quantidade de folículos que entram na fase de recrutamento da onda folicular (Lucy, 2000). De modo geral, nas vacas tratadas com rbST são recrutados duas vezes mais folículos. Essa resposta é observada tanto na primeira como na segunda onda folicular, estando provavelmente associada ao aumento do nível de IGF-I no sangue em vacas tratadas com rbST. O IGF-I no sangue atua de forma sinérgica com as gonadotropinas (LH e FSH) para estimular o crescimento folicular (Lucy, 2000). Assim, as gonadotropinas naturalmente encontradas no sangue se tornam mais potentes nas vacas tratadas com rbST, o que provoca um maior recrutamento de folículos. Entretanto, um aumento da quantidade de folículos recrutados não leva a maiores quantidades de folículos dominantes. Como já mencionado, a fase de seleção é rigorosamente controlada nos bovinos, o que impede ovulações múltiplas. Aparentemente, o processo de seleção não é anulado pela rbST. Por conseguinte, as quantidades e os tamanhos dos folículos dominantes permanecem inalterados nas vacas tratadas com rbST. Ademais, a taxa de crescimento dos folículos dominantes também não se altera.

Como citado anteriormente, os bovinos geralmente apresentam duas ondas de crescimento folicular. O mesmo ocorre nas vacas tratadas com rbST, mas o tempo dessas ondas difere um pouco. Nessas vacas, a primeira onda folicular se desenvolve mais rápido (Kirby et al., 1997a). Isso também significa que o primeiro folículo dominante perde dominância mais cedo durante o ciclo estral. Essa mudança leva à uma segunda onda folicular mais cedo durante o ciclo (a partir do dia 10 nas vacas tratadas com rbST em comparação ao dia 12 nas vacas não tratadas). Essa alteração aparentemente não afeta outros aspectos da função reprodutiva. Os folículos dominantes da segunda onda (pré-ovulatórios) começam a se desenvolver mais cedo, mas concluem seu desenvolvimento e ovulam com o mesmo tamanho em comparação a vacas não tratadas com rbST.

Uma questão muitas vezes levantada é se a rbST aumenta a taxa de prenhez de gêmeos em bovinos. Maior crescimento folicular e ovulação poderiam aumentar a probabilidade de bovinos de leite terem gêmeos e a rbST causaria uma maior proporção desse tipo de nascimentos em alguns rebanhos (Cole et al., 1991). Contudo, não foi observado aumento do número de casos de gêmeos em estudos posteriores (Collier et al., 1997). A não observação de um efeito consistente da rbST na ocorrência de gêmeos em bovinos de leite pode refletir uma interação entre a rbST e fatores genéticos ou ambientais. Por alguma razão desconhecida, a prenhez de gêmeos aparentemente não é favorecida em alguns rebanhos tratados com rbST.

Efeitos da rbST no Corpo Lúteo e na Luteólise Induzida por PGF2a

O CL contém receptores tanto para a bST como para o IGF-I (Lucy, 2000). Portanto, existe potencial tanto para efeitos diretos como indiretos da rbST no CL. In vitro, o IGF-I estimula a função do CL e aumenta a produção de progesterona. Alguns pesquisadores relataram um aumento das concentrações de progesterona no sangue e CL mais pesado em vacas tratadas com rbST. Em outros estudos, não foi observado nenhum efeito nem diminuição da progesterona. Em um estudo, períodos de anestro foram associados ao tratamento com rbST (Waterman et al., 1993). Essa ampla variedade de resultados sugere que o CL irá responder de forma diferenciada à rbST em diferentes rebanhos. Tais respostas podem depender da dieta e das condições físicas das vacas tratadas com rbST.

A resposta do CL à PGF2a exógena em vacas tratadas com rbST foi testada em dois estudos separados (DeLaSota et al., 1993; Kirby et al., 1997b). As vacas receberam injeção de PGF2a (25 mg de Lutalyse; Pharmacia-Upjohn, Kalamazoo, MI, EUA) e a regressão do CL foi acompanhada por ultra-sonografia e análise da progesterona no sangue. Ambos os estudos demonstraram que a regressão do CL após a administração da PGF2( não foi afetada pelo tratamento com rbST. Esses estudos demonstram que a sincronização do estro através do uso da PGF2a é eficaz em vacas tratadas com rbST, além de indicarem que a rbST não apresenta uma atividade de proteção do CL.

Desenvolvimento Embrionário em Vacas Tratadas com rbST

Um estudo examinou o desenvolvimento de embriões filamentosos em vacas tratadas com rbST no dia 17 de prenhez (Lucy et al., 1995). O comprimento dos embriões permaneceu inalterado com o uso da rbST, o que sugere que o desenvolvimento embrionário inicial não é estimulado nem inibido nos bovinos tratados com essa substância. Em geral, o desenvolvimento do feto durante toda a gestação também não se altera. Não há evidências de perda do feto em vacas tratadas com rbST após a confirmação da prenhez através de palpação retal. Os bezerros de vacas tratadas com rbST pesam cerca de 2 kg a menos ao nascimento. Contudo, isso aparentemente não afeta seu desempenho posterior nem sua saúde.

fonte: MilkPoint

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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FELICIO MANOEL ARAUJO

CARIACICA - ESPÍRITO SANTO - ESTUDANTE

EM 13/12/2018

Quero parabenizar ao Dr.J.Luiz por este trabalho o BST,pois a muita polemica quanto a utilizaçao deste medicamento em vacas.
Pois a muitos boatos negativos quanto ao seu uso,dizendo.que atrapalha na concepçao dos animais .
Espero por mais materias sobre este assunto.

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