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Mesmo com 50 anos de evolução, a água ainda determinará os limites da produção leiteira

POR JOÃO LUIS DOS SANTOS

GESTÃO DA ÁGUA

EM 10/10/2019

2 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 12/03/2024

Um artigo interessante, publicado recentemente no site americano Dairy Herd, chama atenção para alguns pontos que os produtores do Brasil também deveriam ficar atentos. Neste artigo, Jack Britt faz uma análise de questões que deverão impactar a sustentabilidade da produção leiteira nos próximos 50 anos.

Até 2069, 93% do crescimento da população mundial resultará da África e Ásia, sendo 82% somente na África. Neste contexto, Britt disse que o consumo de laticínios tem potencial para aumentar de quatro a seis vezes em países como a Nigéria, por exemplo.

Ele defende que todos os produtos lácteos dos EUA sejam rotulados com uma bandeira americana para identificar e ressaltar a alta qualidade dos produtos lácteos do país. E, enquanto isso, no Brasil, discutimos se padrões de qualidade da IN 76 e IN 77 se aplicam a todos produtores.

Britt prevê também mais serviços compartilhados entre as operações de laticínios, como fábricas e centros de ração comuns, instalações de transição, instalações para vacas secas e centros de parto. Essa colaboração permitiria habilidades de trabalho mais especializadas e cuidados com os animais, diluindo o capital de investimento em equipamentos e o custo fixo geral por libra de leite produzido. Imaginem a redução de custos nessas operações!

A tecnologia governará com alimentadores automatizados e ordenhadeiras robotizadas. E isso, provavelmente, é apenas o começo da revolução tecnológica na produção leiteira. Britt prevê que até 2069, cerca de 90% do trabalho em laticínios será realizado automaticamente. Usando o gerenciamento de dados baseado em nuvem, os sensores eletrônicos se “conversam” continuamente, integrando praticamente todos os aspectos do gerenciamento da fazenda, desde o solo até o depósito de silo, tanque de granel e a própria vaca.

Ele ainda fala sobre menos foco nas raças e mais nas linhas genéticas, volatilidade continuada dos preços, pressão contínua sobre oferta e demanda. Entretanto, o que chama mais atenção são os temas: “A disponibilidade de água determinará a produção” e “Um clima em mudança”.

Atualmente, a produção de laticínios dos EUA está concentrada no sudoeste, que provê cerca de 35 a 40% do suprimento total. Britt prevê que a disponibilidade de água nessa região se tornará limitada nos próximos 50 anos e, assim, a produção mudará para regiões com maior acesso à água.

No Brasil, as áreas de maior desenvolvimento de produção de leite também estão em regiões que apontam para um futuro estresse hídrico. Uma comparação dos mapas do Anuário do Leite 2019, da Embrapa, e da Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2017, da ANA, mostram que as regiões de maior produção - como sul de MG, parte de GO e Nordeste - estão sobre regiões preocupantes, críticas ou muito críticas em disponibilidade hídrica. Por outro lado, em regiões com condições excelente ou confortável há pouca ou nenhuma produção.

Mais do que uma política que promova interesses conjuntos de preservação e conservação dos recursos hídricos associados ao desenvolvimento econômico e social, nos próximos 50 anos precisamos valorizar a água como um bem indispensável para a sustentabilidade do ser humano e de suas atividades correlatas.


Fonte: Embrapa - Anuário Leite, 2019; ANA - Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil, 2017

O gerenciamento da qualidade e quantidade da água é uma das mais importantes práticas de gestão e a mais negligenciada na produção pecuária. A água desempenha um papel importante na digestão e absorção de nutrientes e é essencial para muitas reações físico-químicas necessárias para o desempenho e a produtividade desejada.

Será que, em 50 anos, poderemos pelo menos estampar a bandeira do Brasil em nossas embalagens e ser isso um selo inquestionável de qualidade, com sustentabilidade e respeito ao meio ambiente?

E você? Como descreveria sua produção em mais 50 anos?

 

JOÃO LUIS DOS SANTOS

Mestre em engenharia agrícola pela Unicamp/Feagri na área de concentração de águas e solo. Atua a mais de 15 anos no desenvolvimento de soluções e tecnologias para tratamento da água na produção animal. Diretor e fundador da Especializo.

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