Seguindo esse princípio, se apenas uma gota de água contaminada contendo 50.000 bactérias entrar em contato com o leite, considerando sua temperatura 37ºC, a população bacteriana vai dobrar de quantidade a cada 20 minutos. Caso esse leite demore 1 hora para atingir a temperatura inferior a 13ºC essas 50.000 bactérias terão atingido a população de 400 mil UFC/ml. Sendo assim em 1 hora o crescimento bacteriano ultrapassa o limite da recomendação de 300 mil UFC/ml. Lembrando que a temperatura ótima de conservação do leite é de 4ºC.
Essa única gota de água contaminada poderá estar em qualquer equipamento que passou por um processo de higienização e depois foi enxaguado com água não tratada. Mesmo que seco, bactérias podem sobreviver por longos períodos e serem ativadas imediatamente após contato com umidade e nutrientes.
Tempo de sobrevivência de algumas bactérias em ambiente seco:
• Campylobacter jejuni - acima de 6 dias;
• Clostridium difficille - 5 meses;
• Escherichia coli - 1,5 horas a 16 meses;
• Enterococcus spp. - 5 dias a 4 meses;
• Klebsiella spp. - 2 horas a 30 meses;
• Pseudonomonas aeruginosa - 6 horas a 16 meses;
• Salmonella typhi - 6 horas a 4 semanas;
• Salmonella typhimurium - 10 dias a 52 meses;
• Salmonella spp. - 1 dia;
• Staphylococcus aureus - 7 dias a 7 meses.
Fonte: Kramer et al. BMC Infectious Diseases 2006 6:130
Água clorada, isenta de contaminação microbiológica deve ser utilizada em todas as fases da produção de leite, inclusive nos aspersores utilizados para conforto térmico das vacas.
Relate alguma experiência com melhora da qualidade do leite após cloração da água: