A análise do cloro deve ser realizada no momento da coleta para a análise microbiológica, razão pela qual vamos tratar esse parâmetro separado dos demais. Frascos de coleta para analise bacteriológica devem conter um produto que neutraliza a ação bactericida do cloro como tiossulfato de sódio ou bissulfito de sódio. Assim, durante o período de transporte até o laboratório, não há o risco de o cloro continuar eliminando bactérias, gerando um falso resultado.
Caso haja ciência de que a água não é clorada - isso confirmado pelo solicitante da coleta - não há necessidade de realizar a análise de cloro desde que o coletor tenha segurança da informação e anote na planilha de coleta. Cabe alertar que alguns laboratórios cobram a análise de cloro independentemente da mesma ser realizada ou não. Isso ocorre porque na solicitação de exame microbiológico da água dentro dos padrões de potabilidade faz parte, por norma da vigilância sanitária, a análise do parâmetro cloro. Logo, não anotar o resultado no laudo final da análise da água caracteriza um erro que pode ser passível de punição caso o laboratório seja credenciado pelos órgãos reguladores para tal procedimento.
Segundo padrão de potabilidade expresso na legislação vigente, Portaria 2914 seguem as instruções:
Art. 34. É obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L de cloro residual livre em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede).
§ 2º Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre em qualquer ponto do sistema de abastecimento seja de 2 mg/L.
Expressão do resultado da análise de cloro:
A função do cloro na água é unicamente eliminar a contaminação microbiológica. Portanto, se um residual mínimo de 0,2 mg/L pode ser detectado por análise no reservatório e em qualquer ponto da rede de distribuição, isso indica a eliminação de 99,99% da contaminação bacteriológica. Apenas reforçando, essa é a razão para a qual cloradores devem ser instalados antes do reservatório.
Recomendamos manter a cloração entre 0,5 mg/L e 1,0 mg/L no reservatório e todos os pontos de consumo, isso porque para a realização da analise do cloro em kits de baixo custo disponíveis para o produtor, a detecção de de 0,2 mg/L será muito difícil. Excessão feita para a sala de ordenha que instruimos manter no mínmimo 5 mg/L. Nesse caso o efeito desejado é a potencialização dos procedimentos de limpeza dos equipamentos que depois de lavados, ficam molhados, com a água contendo um reforço de cloro que contribuirá para a redução da contaminação ambiente.
No mais, o cloro a ser utilizado deve ter registro para consumo humano. Deve ser prático e simples de aplicar. Preferencialmente em cloradores que não necessitam de energia elétrica para operar. Recomendamos sempre cloro em pastilhas e cloradores adequados para a realidade de consumo e facilidade de instalação e operação.
Veja no vídeo que vamos disponibilizar aqui sobre os diferentes tipos de cloradores que podem ser utilizados. Aproveite para acessar nosso canal no YouTube e assistir outros vídeos sobre cloradores e técnicas de tratamento da água.
Outros cuidados e boas práticas que se deve ter com os recursos hídricos nas propriedades, podem ser vistos em detalhes em dois cursos on-line disponíveis para os assinantes do EducaPoint, sob minha apresentação, confira:
* Gestão da qualidade e quantidade da água
* Pegada hídrica na produção leiteira