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Forrageiras de inverno melhoram dieta dos animais nessa época do ano

EDUCAPOINT

EM 10/05/2019

7 MIN DE LEITURA

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Para enfrentar o período frio e seco do ano, os pecuaristas têm algumas alternativas para minimizar as consequências da escassez de pastagem, comum nesta época em algumas regiões do país.

Uma das possibilidades é o cultivo de espécies forrageiras de clima temperado por sobressemeadura em áreas de pastagens tropicais. A aveia e o azevém, cultivados em consórcio com o capim Tanzânia, tem bom potencial de produzir forragem mesmo nesta época fria e servem para alimentação de vacas leiteiras entre junho e setembro.

Durante o inverno, as pastagens tropicais reduzem o acúmulo de matéria seca e o gado precisa ser alimentado com outras alternativas de forragem, como cana de açúcar, silagem e até mesmo com mais ração. A sobressemeadura em áreas de pastagens tropicais pode ajudar a diminuir os gastos com fornecimento de suplementação e melhorar a produção de forragem.

No entanto, uma característica pode limitar o uso dessa tecnologia no sudeste e centro-oeste. Forrageiras de clima temperado precisam de umidade para o desenvolvimento. Assim, essa alternativa somente é viável em regiões de inverno chuvoso ou em áreas irrigadas nas demais regiões. A fertilidade do solo é outro fator importante para o sucesso da sobressemeadura, porque as forrageiras de inverno são bastante exigentes.

Os produtores que optarem pela sobressemeadura de capins de inverno devem se preocupar com o manejo adequado da pastagem. A pastagem tropical não deve estar com resíduo alto, porque pode haver competição excessiva com as gramíneas temperadas, levando ao fracasso no estabelecimento da nova pastagem.

Técnica de sobressemeadura

De maneira geral, o termo sobressemeadura é usado para descrever a prática de estabelecer culturas forrageiras anuais em pastagens formadas com espécies perenes, normalmente dominadas por gramíneas, ou áreas destinadas à produção de feno, sem destruir a vegetação existente.

As misturas de espécies forrageiras anuais de inverno visam a combinar os picos de produção de matéria seca que são atingidos em diferentes épocas, de acordo com a espécie, resultando no aumento da produção e do período de utilização da pastagem e melhoria da qualidade da forragem ofertada.

Contudo, em termos práticos, os melhores resultados são observados quando se introduz espécies de clima temperado em áreas de pastagens formadas com gramíneas tropicais. Como as forrageiras de origem tropical apresentam menor valor nutritivo comparado com as espécies de clima temperado e estão dormentes ou pouco produtivas durante o inverno, as mesmas permitem através da sobressemeadura, associada com manejo apropriado, aumentar a capacidade de suporte da pastagem e melhor desempenho animal, estendendo a estação de pastejo.

O crescimento das culturas associadas pode ser maior do que o observado em áreas isoladas, resultado este obtido pela eficiência na utilização da luz, melhor controle de plantas invasoras, maior resistência a pragas e doenças, e redução da erosão em decorrência da rápida cobertura do solo. Os resultados de trabalhos conduzidos evidenciam que, a introdução de espécies em áreas de outras culturas, resulta em maior estabilidade da produção entre estações, diminui a incidência de doenças, de pragas e de plantas invasoras, acarretando maior retorno econômico da atividade.

Desta forma, as forrageiras de inverno são alternativas adequadas para a implantação durante o outono, com vistas à utilização no inverno e início da primavera em áreas com quantidade apropriada de chuvas ou, quando é possível, com o uso de irrigação.

Há vários benefícios em se estabelecer espécies forrageiras anuais em áreas formadas com gramíneas, podendo-se destacar:

- Aumento na produção de matéria seca,
- Aumento na qualidade da forragem,
- Melhoria na fertilidade do solo com a incorporação de nitrogênio e matéria orgânica,
- Maior potencial de rebrota da espécie de gramínea na primavera,
- Controle de plantas invasoras.

Muitas espécies forrageiras de inverno têm crescimento mais ativo no final do inverno/primavera, representando uma limitação quanto à sua utilização, em resposta à redução do déficit alimentar, normalmente já instalado no final do outono e início do inverno.

Dentro desse panorama, pode-se usar a combinação de cereais de estação fria, como centeio e aveias, que são materiais mais precoces, com azevém, que é um material mais tardio, características que podem ser consideradas quando se visa a obter forragem ao longo de todo o período hibernal. Com relação à época de semeadura das espécies de inverno, deve-se observar o período no qual ocorre a queda na temperatura noturna, que reduz a competição das espécies de estação quente.

Os cereais de inverno, como a aveia preta e o azevém, podem ser fonte de forragem verde, pasto de excelente valor forrageiro para engorda de novilhos e de ovinos. Figuram, também, como uma das formas mais econômicas de alimentação de vacas leiteiras; permitindo ótimo ganho de peso na engorda de novilhos e maior produção de leite.

O azevém consagrou-se como grande opção, pela sua facilidade de ressemeadura natural, resistência a doenças, bom potencial de produção de sementes e versatilidade de uso em associações. A aveia preta por sua vez, apresenta uma área de cultivo superior à do azevém no sul do Brasil, sendo a espécie preferida em áreas com integração lavoura-pecuária, em razão do ciclo de produção mais curto que não interfere na época de cultivo de lavouras de verão.

Resultados de pesquisa demonstram que a mistura de aveia preta e azevém apresenta elevado potencial de produção animal, quando se utilizam manejo adequado e elevada adubação nitrogenada.

Além disso, os grãos dos cereais de inverno podem substituir o milho na formulação de rações balanceadas para pequenos e grandes animais, com a vantagem de fornecerem maior concentração de proteína. Outra vantagem é que podem ser colhidas na primavera, épocas de maior escassez de milho.

Mais resistente que o trigo, a cevada é normalmente plantada em parceria com as indústrias fabricantes de cervejas, que fornecem sementes e garantem a compra da produção futura de grãos com preços pré-fixados.

A aveia preta é mais conhecida e utilizada por produtores de leite e de carne como pastagens temporárias para o período de inverno, servindo também para fenação, ensilagem e ainda cobertura morta no sistema de plantio direto na palha, mas seus grãos são utilizados exclusivamente na alimentação de pássaros. A branca e a amarela, além de terem as mesmas utilidades, são excelentes produtoras de grãos para consumo humano.

No caso específico da aveia branca, há algumas vantagens a serem consideradas, como maior tolerância à geada na época da floração, o que permite seu plantio antecipado. Enquanto o plantio do trigo precisa ser adiado, para que se escape das geadas na época da floração, a aveia branca pode ser plantada antes. Isso permite que a aveia seja plantada antes do milho.

Além disso, diferentemente do caso da aveia preta que é utilizada para a cobertura do solo sem a possibilidade da colheita de grãos para obtenção de retorno econômico, a aveia branca permite ter um retorno econômico no inverno. A aveia branca também tem uma vantagem ao pecuarista, que é a possibilidade de plantar em áreas distantes, podendo trazer os grãos para a propriedade - o que não é possível fazer com a silagem, devido ao grande volume.

Para regiões mais frias são indicados as aveias, trigo, triticale, nabo forrageiro, ervilhaca e cevada. Para regiões quentes e secas, milheto e sorgo.

Considerações Finais

Na adoção de tecnologias que visam intensificar a exploração de pastagens para a produção pecuária, deve-se avaliar sempre os aspectos técnicos e econômicos. Nas condições edafoclimáticas do Brasil Central, a introdução de espécies de inverno em áreas de pastagens de gramíneas tropicais pode ser uma alternativa viável para amenizar os problemas decorrentes da estacionalidade da produção de forragem, prática que tem comprovada eficiência nas condições sul-brasileiras.

Neste sentido, deve-se analisar cuidadosamente os aspectos relacionados a ocorrência de chuvas, espécies a serem introduzidas, fertilidade do solo, necessidade do uso de irrigação, equipamentos para semeadura e controle de pragas e invasoras.

Sem dúvida, o sucesso da utilização desta prática dependerá do manejo a ser adotado, uma vez que a mistura de forrageiras resultantes da sobressemeadura tem requerimentos específicos, o que requer dos pecuaristas cuidados especiais.

Caso você queira saber mais sobre esse assunto, aproveite e confira o conteúdo completo dos cursos on-line Grãos de aveia branca: opção de inverno para alimentação animal e Silagem de Trigo: "O milho de inverno", do EducaPoint.

Aproveite que os cursos podem ser adquiridos separadamente ou através de uma assinatura. Além desses cursos, atualmente contamos com mais 140 opções de cursos, que contemplam toda a cadeia do leite, da carne, pastagens e forragicultura, além de temas ligados a desenvolvimento pessoal, gestão e cafeicultura. 

A assinatura, que dá acesso a todos os cursos e materiais disponibilizados no EducaPoint, pode ser feita em dois formatos: o plano semestral ou anual. Clique aqui para saber como assinar.

Mais informações:
contato@educapoint.com.br
Telefone: (19) 3432-2199
WhatsApp (19) 99817- 4082

Fontes consultadas:

Forrageiras de inverno são alternativas para melhorar dieta animal nesta época (www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/3362038/forrageiras-de-inverno-sao-alternativas-para-melhorar-dieta-animal-nesta-epoca )

Alternativas forrageiras para pastagem de inverno para bovinos de corte ( home.unicruz.edu.br/seminario/anais/anais-2011/saude/ALTERNATIVAS%20FORRAGEIRAS%20PARA%20PASTAGEM%20DE%20INVERNO%20PARA%20BOVINOS%20DE%20CORTE.pdf )
Melhoramento de pastagens através da técnica da sobressemeadura de forrageiras de inverno ( www.aptaregional.sp.gov.br/acesse-os-artigos-pesquisa-e-tecnologia/edicao-2006/2006-janeiro-junho/186-melhoramento-de-pastagens-atraves-da-tecnica-da-sobressemeadura-de-forrageiras-de-inverno/file.html?force_download=1 )

 

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