Foram produzidas mais de 330 mil doses em uma única partida pelo IB, disponibilizadas para venda em outubro de 2017, que servirão para diagnosticar a tuberculose no rebanho nacional, equivalendo a 330 mil testes – um aumento de 65% quando comparado ao previsto de 200 mil doses liberadas por partida. Sem esses testes, não é possível a realização de compra, venda, trânsito e exportação de bovinos. O IB é a única instituição brasileira a produzir o antígeno.
Segundo Ricardo Spacagna Jordão, médico veterinário do IB, a tuberculina bovina é um dos produtos produzidos pelo IB que compreendem os chamados imunobiológicos, usados para o diagnóstico de tuberculose e brucelose, que afetam diversos animais, entre eles os bovinos. Em 2016, o IB bateu recorde na produção de imunobiológicos, com 3,7 milhões de doses distribuídas em todo o País. “O IB é hoje a única instituição a produzir os imunobiológicos no Brasil. Em janeiro deste ano, a empresa Tecpar do Paraná, que também produzia os antígenos, parou de funcionar de forma repentina. Hoje, o Brasil importa uma parte deste insumo do Uruguai e Argentina”, explica.
O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estima que seja necessária a produção de mais de 12 milhões de doses para atender a demanda brasileira. “O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose foi revisto em outubro de 2016. Com as mudanças, houve um aumento da necessidade de doses, devido à ampliação do Programa e a adesão de mais Estados. Estamos nos preparando para atender esta demanda do Ministério”, afirma Jordão.
De acordo com o veterinário, o aumento no número de doses disponibilizadas por partidas é uma das estratégias do Instituto para aumentar a produção. Em 2016, o IB liberava 220 mil doses de tuberculina bovina por partida. No ano, foram produzidas 12 partidas. “Esta é a quinta partida de tuberculina bovina que disponibilizamos em 2017, sendo que já estão em produção as partidas de 2018. A ideia é diminuir o número de partidas no ano e aumentar a produção de doses em cada uma delas, para podermos atender a demanda nacional”, explica o médico veterinário.
O IB também busca recursos junto a órgãos estaduais, federais, agências de fomento e iniciativa privada para ampliação de seu Laboratório de Produção de Imunobiológicos. “Esperamos conseguir esse recurso e triplicar nossa capacidade de produção. A ideia é conseguir produzir as 12 milhões de doses demandadas pelo mercado brasileiro”, afirma Jordão.
O Laboratório de Produção de Imunobiológicos do IB possui licença de funcionamento expedida pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e é certificado pela norma ISO 9001, que garante a qualidade dos produtos produzidos pelo instituto de pesquisa paulista.
“Os imunobiológicos são imprescindíveis para a pecuária nacional. Os trabalhos do IB na área são estratégicos e impactam a economia brasileira. Trabalhar para aumentar a capacidade de produção desse insumo é uma recomendação do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O que são imunobiológicos?
Os imunobiológicos são antígenos usados para diagnosticar doenças, entre elas a tuberculose e a brucelose. O Instituto Biológico disponibiliza aos pecuaristas brasileiros kits para análise. Em caso positivo, o animal precisa ser sacrificado e a propriedade pode até mesmo ser interditada. “Caso a carne ou leite infectados sejam consumidos, as pessoas podem se contaminar com essas doenças, daí a importância de se fazer o controle sanitário”, afirma Jordão.
Os custos para manter a sanidade de um rebanho são bem menores do que as perdas que essas doenças podem causar. “O trabalho do IB tem grande influência no controle e erradicação da tuberculose e da brucelose, beneficiando a pecuária nacional e contribuindo para torná-la competitiva”, explica o médico veterinário do IB. Alguns países, como a Rússia, não importam carne de países com risco dessas doenças.
As informações são da APTA.