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Reforma ou recuperação de pastagens?

POR MARCO A. A. BALSALOBRE

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/10/2001

3 MIN DE LEITURA

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A área de pastagem do Brasil é superior à 170 milhões de hectares, sendo que cerca de 100 milhões de hectares correspondem à pastagens plantadas (IBGE, 2001). Boa parte destas áreas, no entanto, encontra-se em algum estádio de degradação. Nos cerrados, por exemplo, estima-se que 80% dos 50 milhões de hectares apresentem sinais de degradação (Kichel et al., 1997).

Os principais fatores determinantes da degradação de um pasto são:

* manejo inadequado
* invasão de plantas indesejáveis
* falta de adaptação da espécie semeada ao meio
* baixa fertilidade do solo
* incompatibilidade entre as espécies associadas.

Apesar da caracterização do nível de degradação não ser uma tarefa fácil, alguns métodos têm sido propostos. Barcellos (1986) (citado por Kichel et al., 1997), por exemplo, sugere a classificação das pastagens, com relação ao seu nível de degradação, em:

* Grau 1: redução na produção de forragem, na qualidade, na altura e no volume durante a época de crescimento
* Grau 2: diminuição da área coberta pela vegetação, pequeno número de plantas novas
* Grau 3: aparecimento de plantas invasoras de folhas largas, início de processo erosivo por ação das chuvas
* Grau 4: presença, em alta proporção, de espécies invasoras; aparecimento de gramíneas nativas e processos erosivos acelerados.

A reforma de áreas degradadas, normalmente, representa um problema para o produtor. A maior parte dos pecuaristas brasileiros não dispõem das máquinas necessárias para esta operação, além de seu custo ser elevado.
Uma alternativa, seria a recuperação do pasto, sem que fossem realizadas as operações de preparo do solo e plantio. Na realidade, em áreas com grau de degradação até 3, esta alternativa é a mais indicada, pois é mais eficiente, rápida e barata.

A recuperação de um pasto depende, basicamente, do ajuste da fertilidade solo e do manejo da área.

Com relação à correção do solo, existem duas linhas de pesquisa distintas. A mais difundida delas considera que o principal nutriente limitante ao desenvolvimento das plantas forrageiras nos solo brasileiros seja o fósforo. Por este motivo, a maior parte das recomendações para recuperação de pastagens envolvem a correção dos níveis de fósforo. A outra linha se baseia em trabalhos que mostram que o nitrogênio desempenha um papel fundamental neste processo.

Oliveira et al. (2001) desenvolveram uma série de experimentos na região do cerrado a fim de testar o efeito da aplicação de diversas combinações de nitrogênio, fósforo, potássio e enxofre em áreas degradadas. Os autores observaram que não houve resposta à aplicação de fósforo e/ou potássio na ausência de nitrogênio, em nenhuma das áreas estudas. A Figura 1 mostra que aplicação de nitrogênio aumentou a produção de matéria seca dos pastos em todos os locais estudados.

Figura 1: Efeito da aplicação de N sobre a produção de matéria seca de pastagens em degradação na região do cerrado brasileiro


Adaptado de Oliveira et al. (2001)

As melhores respostas, em termos de produção de matéria seca, no entanto, foram obtidas com a aplicação conjunta de fósforo e nitrogênio. A Tabela 1 mostra que não houve efeito da adição de fósforo na ausência de nitrogênio em nenhum dos locais estudados, mas que, exceto para Campo Grande (segundo os autores, os níveis de fósforo no solo desta área eram originalmente mais elevados), a produção de matéria seca foi mais elevada quando a adubação nitrogenada foi acompanhada pela aplicação de fósforo.

Tabela 1: Produção de matéria seca em pastagens degradadas de Brachiaria spp.. Interação entre os efeitos da aplicação de fósforo e nitrogênio


1Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo teste Tukey (P = 0.05).

Comentário MilkPoint: As respostas observadas para a aplicação de nitrogênio fazem sentido, se for lembrado que áreas em processo de degradação apresentam, via de regra, níveis muito baixos de matéria orgânica (a matéria orgânica é a principal fonte natural de nitrogênio no solo). As interações entre o nitrogênio e o fósforo podem estar associadas ao modo de absorção deste último. O fósforo apresenta baixa mobilidade no solo. Desta forma, a sua absorção depende, principalmente, de interceptação radicular (ou seja, a raiz atingir o nutriente). A aplicação de nitrogênio favorece o desenvolvimento da planta como um todo, aumentando o crescimento do sistema radicular e, consequentemente, a absorção de fósforo.

É importante lembrar, no entanto, que a recuperação do pasto depende em grande parte do manejo adotado. O super pastejo pode prejudicar a rebrota da planta, mesmo em áreas adubadas.

________________________________________

1 Colaborou

Patricia Menezes Santos, Engenheira Agrônoma, doutoranda em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP

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MARCO AURÉLIO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/09/2002

Meu nome é Marco Aurélio, sou Engenheiro Agrônomo e gostaria
de adicionar a seguinte informação:

Visitei várias propriedades do sul de Minas Gerais, Região da Alta Mogiana
e atualmente, da região Nordeste do Brasil e o que vi e vejo com
frequência são propriedades cujas pastagens estão degradadas devido à falta de adubação, controle inadequado de plantas daninhas e falta de manejo quanto ao pastejo.
Estes três fatores são os mais importantes quando falamos em pastagens
degradadas !!!

Portanto, gostaria de salientar que o pecuarista deve adubar as suas
pastagens periodicamente (o pasto é uma cultura). Inclusive o consumo de
sal mineral diminui na propriedade pois a forrageira começa a ser uma fonte de
alguns dos minerais necessários.
O pecuarista deve controlar as plantas daninhas: hoje temos alguns
herbicidas que fazem isso de maneira eficiente e que inclusive são
seletivos, ou seja, matam as invasoras sem matar o capim, eliminando desta maneira a competição com o mesmo.
O pecuarista deve ter um programa de pastejo em sua fazenda para que a
forrageira não seja consumida até esgotarem suas reservas.

Acredito que estes três fatores bem conduzidos simultaneamente já irão
trazer resultados satisfatórios para o pecuarista, como aumento da
produção de massa verde, aumento da capacidade de suporte e consequentemente mais
produtividade (ganho de peso, produção de leite, etc).

Muito Obrigado.
Um abraço a todos e parabéns pelo site !!!
MARCO AURÉLIO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/09/2002

Meu nome é Marco Aurélio, sou Engenheiro Agrônomo e gostaria
de adicionar a seguinte informação:

Visitei várias propriedades do sul de Minas Gerais, Região da Alta
Mogiana e atualmente, da região Nordeste do Brasil e o que vi e vejo com
frequência são propriedades cujas pastagens estão degradadas devido à falta de adubação, controle inadequado de plantas daninhas e falta de manejo quanto ao pastejo.
Estes três fatores são os mais importantes quando falamos em pastagens
degradadas !!!

Portanto, gostaria de salientar que o pecuarista deve adubar as suas
pastagens periodicamente (o pasto é uma cultura). Inclusive o consumo de sal
mineral diminui na propriedade pois a forrageira começa a ser uma fonte de
alguns dos minerais necessários.
O pecuarista deve controlar as plantas daninhas: hoje temos alguns
herbicidas que fazem isso de maneira eficiente e que inclusive são
seletivos, ou seja, matam as invasoras sem matar o capim, eliminando desta
maneira a competição com o mesmo.
O pecuarista deve ter um programa de pastejo em sua fazenda para que a
forrageira não seja consumida até esgotarem suas reservas.

Acredito que estes três fatores bem conduzidos simultaneamente já irão
trazer resultados satisfatórios para o pecuarista, como aumento da
produção de massa verde, aumento da capacidade de suporte e consequentemente mais produtividade (ganho de peso, produção de leite, etc).

Muito Obrigado.
Um abraço a todos e parabéns pelo site !!!

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