Para iniciar um plantel ou aumentá-lo rapidamente faz-se preciso comprar animais, mas como comprar corretamente? Quais cuidados devem ser tomados?
Um dos pontos mais importantes a ser levado em conta é a genética que se está adquirindo, pois será ela a responsável pelo teto produtivo da vaca. Há de se observar a avaliação dos pais da fêmea e as características produtivas das possíveis irmãs, tais como: quilogramas de leite por ciclo, persistência de lactação, incidência de mastite etc.
Outro ponto é adquirir as matrizes de locais idôneos, para se ter dados confiáveis do rebanho e evitar introdução de doenças no plantel, mantendo a sanidade.
A sanidade animal é expressa como um dos fatores base para a produtividade, isso porque ela está intimamente relacionada com o desempenho animal. Para garanti-la no rebanho é necessário que exista um planejamento, medidas de prevenção e cuidados. Assim, o momento que antecede a compra do animal apresenta-se como uma importante etapa desse processo.
Nele, é necessário avaliar o estado de saúde do animal e para isso é recomendada a realização de testes sorológicos e também como uma medida de prevenção, recomenda-se isolar de duas a três semanas os animais adquiridos antes de incluí-los no rebanho.
Além disso, no ato da compra é indispensável verificar se as vacinas obrigatórias foram realizadas. Entre elas, está a brucelose, aplicadas somente em fêmeas com três a oito meses de idade; a aftosa de acordo com cada região do país; a vacina anual da raiva e a contra o carbúnculo sintomático, aplicadas em animais de três meses a dois anos de idade, com intervalos de seis meses.
Outros aspectos devem ser considerados, como a sanidade do local de origem do animal e a exposição a condições estressantes, uma vez que esses fatores impactam diretamente o bem-estar e a imunidade do animal.
Outra importante característica que se deve observar no momento de adquirir novos animais para o rebanho, é analisar o seu histórico.
Alguns pontos são importantes, como:
- Histórico de patologias que já foram enfrentadas, como ocorreu o controle e medidas aplicadas;
- Por quantas fazendas esse animal já passou;
- Qual sua filiação;
- Qual a produção que essa vaca obteve em outros manejos e sob qual sistema era mantida;
- Conferir toda a vacinação;
- Qual o nível de estresse que era exposto em lugares anteriores;
- Avaliar se possui bom consumo de volumoso.
- Lembrar de checar a condição corporal, hidratação e mucosas;
- Observar a conformação de úbere;
- Verificar em qual lactação a vaca se encontra;
- Qual foi a vida útil de sua progenitora.
Quando as características citadas não são levadas em conta, podem ocorrer algumas consequências negativas no rebanho que esse novo animal será inserido, e até mesmo na produtividade da fazenda.
Se não forem acompanhadas as vacinas do novo animal, pode ocorrer proliferação de patologias na fazenda, prejudicando outras vacas. Quando não se confere a produtividade, pode-se adquirir um novo animal pouco produtivo, que muitas vezes é comprado pelo mesmo preço de uma vaca com maiores índices produtivos.
Pensando no processo de compra, é de extrema relevância que o produtor avalie a distância entre o ponto de compra e sua propriedade. Apesar da maior parte das compras de bovinos serem efetuadas pelo fator oportunidade, é necessário que as cotações e a buscas por novos animais sejam realizadas na região de interesse, visando sempre pelas curtas distâncias, de modo que os orçamentos também não fujam do previsto. Longos períodos percorridos com o animal podem desencadear uma gama de fatores estressantes, e como é visto, o estresse animal, principalmente em bovinos leiteiros, desregula todo o sistema metabólico, consequentemente atingindo a qualidade produtiva que os animais precisam expressar.
Dessa forma, sempre busque por distâncias curtas que preze não ultrapassar 12 horas de viagem, tempo que pode gerar um alto desgaste ao animal. Distâncias acima do período de 8 horas já são estressantes, e necessitam de ser bem manejadas, de forma que o animal não passe por momentos de estresse hídrico, desconforto térmico e fadiga muscular. Somando-se a isso, devem ser levados em consideração alguns cuidados com o transportes.
O transporte de bovinos exige cuidado para que seja possível preservar a integridade física dos animais. Dessa forma, é necessário que o manejo anterior ao embarque ocorra de forma tranquila, sem gritos, choques e golpes para não estressar os bovinos.
Além disso, deve-se colocar a lotação correta para cada caminhão, pois uma lotação muito elevada aumenta a chance de acidentes e pisoteamento, bem como a baixa lotação. É fundamental evitar que os animais deitem dentro dos caminhões, prática comum quando os mesmos estão cansados, feridos e doentes. Em viagens de até 4 horas raramente os bovinos saudáveis se deitam por vontade própria.
Porém, existe o risco de quedas, as quais geralmente são provocadas por condução inadequada do veículo, transporte de lotes heterogêneos, perda de equilíbrio ao pisotear outro animal deitado ou por rodovias com má conservação. Por isso, é necessário planejamento, buscando caminhões apropriados e caminhoneiros experientes.
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Texto escrito pelo Grupo de Projetização em Produção Animal da ESALQ Jr. Consultoria. Para conhecê-los melhor confira no site.