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Sustentabilidade da produção de leite

POR SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

ESPAÇO ABERTO

EM 01/12/2006

1 MIN DE LEITURA

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Um dos indicadores financeiros de grande importância para o produtor de leite é a renda líquida, resultante da diferença entre a renda bruta e o custo total da produção. A renda bruta tem como componentes as vendas de leite e de animais. Por sua vez, o custo total é igual à soma dos custos variáveis e fixos. Como o próprio nome já diz, os custos variáveis variam com a quantidade produzida, a exemplo do sal mineral, concentrado, mão-de-obra para o manejo do rebanho, medicamento, energia, combustível e outros desta natureza. São exemplos de custos fixos: administração da empresa rural, depreciação e juros sobre o capital investido.

A renda líquida, quando positiva, dá uma indicação de sustentabilidade do sistema de produção, no longo prazo. Neste caso, todos os fatores de produção são remunerados e o que sobra pode ser investido na ampliação da atividade leiteira.

Outro indicador financeiro é a margem bruta, resultante da diferença entre a renda bruta e os custos variáveis. A margem bruta, quando positiva, indica a viabilidade do sistema de produção, no curto prazo. Todavia, a perpetuação desta situação leva ao empobrecimento do produtor.

A Tabela 1 foi construída utilizando-se os dados de uma amostra de mil produtores, coletados para a elaboração do Diagnóstico da Pecuária Leiteira do Estado de Minas Gerais, em 2005. Para o total dos entrevistados, apenas 30% apresentaram sustentabilidade, no longo prazo. São os que apresentaram renda líquida positiva.

A conclusão anterior, entretanto, não tem a mesma dimensão em todos os estratos de produção de leite. Enquanto apenas 14% dos pequenos produtores terão sustentação no longo prazo, 81% dos produtores acima de 1000 litros/dia adotam sistemas de produção sustentáveis no longo prazo.

Antes de concluir, é preciso fazer uma ressalva: a indicação referente ao pequeno produtor pode não ser realizada na magnitude apresentada. Ou seja, mais de 14% dos pequenos produtores poderão ter sustentabilidade no longo prazo. Isto é possível em razão de pesados sacrifícios impostos à mão-de-obra familiar, fator básico de seus sistemas de produção.

Em resumo, utilizando-se a renda líquida como instrumento de análise, pode-se prever significativa redução no número de produtores de leite no longo prazo. Deverão sobreviver apenas os que conseguirem renda líquida positiva.


Escrito em 27 de novembro de 2006.

SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa

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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/12/2006

Prezado Sebastião,

Novamente, confirma-se a perspectiva de que o mercado do leite será assumido pelos grandes produtores, aqueles que produzem mais de 500 litros/dia (cerca de 15000 litros/mês), por questões de viabilidade financeira dos projetos. Desejo expressar que nada tenho contra o pequeno produtor (também sou um deles) mas, por ser integrante do grupo é que não almejo grandes passos rumo ao futuro próximo se não melhorar, e muito, a minha produção, passando a ser grande.

É que a velha máxima de que "dinheiro gera dinheiro" aplica-se em cheio à questão, e o produtor de dimensões reduzidas não tem de onde retirar divisas para crescer, ante o absurdo e latente desamparo em que se encontra. Nem acesso ao Programa Nacional de Agricultura Familiar (o próprio nome já nos exclui, como se a pecuária não tivesse importância alguma) lhe é destinado, ante a ausência, quase que constante, de fiador ou de renda familiar suficiente ao abono governamental a seus projetos.

Daí, o fundo do poço a que já nos referimos anteriormente. É mais ou menos a mesma situação dos tempos da saúva: ou o Brasil acaba com o preconceito ou o preconceito acaba com o Brasil ("ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil"). Exageros à parte, o produtor de leite não é o mal mas, sim, o remédio para a crise no campo. Só precisamos convencer ao Governo Federal disto. Mas, ainda o adágio popular nos alerta, "o pior cego é o que não quer ver".
MANOEL PEREIRA NETO

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/12/2006

Professor Sebastião,

Este artigo é muito oportuno, pois retrata a realidade da pecuária de leite não só em Minas Gerais, mas pode estender para demais estados da federação.

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