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O que você sabe sobre retenção de placenta?

POR LUMA MARIA SOUZA MACHADO

CRUZADINHA

EM 25/08/2023

5 MIN DE LEITURA

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É relativamente comum observarmos vacas com algo pendurado na vulva após o parto, em geral isto atrai moscas e preocupa quem cuida dos animais. A pecuária leiteira enfrenta diariamente grandes desafios, um deles é a retenção de anexos fetais, também conhecida como retenção de placenta, que, por trazer diversos prejuízos econômicos e produtivos, é estudada por muitos pesquisadores que buscam respostas para medidas preventivas e tratamento cada vez mais eficazes. 

Vamos entender um pouco mais sobre essa doença?

Entendendo a retenção de placenta

Retenção de placenta  é um termo utilizado quando as membranas demoram mais de 12 horas para serem expelidas após o parto. Esta é uma doença que acomete com maior incidência vacas leiteiras, quando comparado à fêmeas de corte. Na rotina das fazendas em geral se considera que vacas que ainda estão com a placenta pendurada por 12 ou 24 horas estão com retenção, isto se dá porque se a placenta não foi liberada em 12 horas dificilmente será em 24. 

É uma enfermidade considerada multifatorial pois pode estar associada a outras diversas doenças como abortos, doenças infecciosas, doenças metabólicas, hipocalcemia, distocia, partos gemelares, parto induzido, manejo nutricional, tipo de parto, estado imunológico, entre outras diversas variações específicas de cada propriedade.

É importante pensar nessa doença como uma consequência, já que quem faz o desligamento da placenta são os neutrófilos (células do sistema imune) que precisam de energia e Cálcio basicamente. Portanto, se houver desbalanceamento nutricional o risco de retenção é aumentado. Além disso, a falta de energia para liberação da placenta também pode incorrer em dificuldade para reposicionamento visceral (deslocamento por exemplo) ou produção de colostro de qualidade, entre outros, pois todos os processos de adaptação para o início de lactação necessitam de energia. Assim, se tratando de pós-parto é importante considerar que as doenças estão sempre conectadas. Confira:

Fonte: MilkPoint

 

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Quais os sinais clínicos da retenção de placenta? 

A placenta pendurada é o sinal clínico decisivo para considerar uma vaca com retenção. Mau cheiro, dor, febre em geral são sinais de complicações que estão se instalando e que evoluíram para outra doença denominada metrite ou mesmo para uma vaginite. 

Os sinais observados em um diagnóstico tardio são relacionados à infecção causada pela permanência dos anexos dentro do útero. São eles: a putrefação das membranas fetais a partir do terceiro dia pós-parto, liberação de muco fétido e de coloração variando de vermelho a cinzenta, redução da produção de leite, redução do consumo de matéria seca, apatia e prostração. 

Em geral, a retenção de placenta é uma enfermidade de fácil diagnóstico, bastando observar a expulsão ou não dos anexos no período pós-parto e acionar o médico veterinário caso não tenha ocorrido dentro do período adequado (12 horas).

Figura 1: Vaca com retenção de placenta:

Como manejar os fatores de risco? 

Já sabemos que a retenção de placenta é uma doença multifatorial. A prevenção se dá principalmente dando conforto aos animais, pensando em disponibilizar energia para os dias de pré e pós-parto, já que vários mecanismos serão acionados e vão precisar de um grande montante de calorias. 

Além disso, atenção à dieta e manejo dos lotes pré-parto podem ajudar muito como por exemplo se atentar ao tamanho do cocho. Em geral, vacas e novilhas estão juntas e mesmo que o consumo do lote todo esteja dentro do esperado, é possível que vacas dominantes comam muito mais do que novilhas. O mesmo vale para lotes pós-parto, quando existem na propriedade. Água também é importantíssimo para a manutenção de células imunes. Assim, cada propriedade deve ser avaliada individualmente para tomar conhecimento das causas e estabelecer profilaxia e tratamento adequados.

Contudo, algumas medidas de manejo podem ser adotadas para prevenir a ocorrência desta doença, como garantir o bem-estar das vacas e fornecer alimentação adequada. Outra dica importante é quanto ao manejo da propriedade. Bovinos gostam de rotina, portanto, qualquer modificação necessária precisa ser feita de forma sutil e gradual. Seja mudanças de lotes, dietas ou qualquer outra alteração na rotina dos animais, elas devem ser feitas com adaptações até a modificação completa.

Além disso, uma outra forma de prevenir é controlar as doenças que podem provocar abortos, como por exemplo a neosporose, leptospirose, IBR, BVD e a intoxicação por micotoxinas através dos alimentos fornecidos.

O grande ponto da prevenção é lembrar que praticamente todos os processos de uma vaca que passa pelo parto são dependentes do sistema imune que, como mencionado, precisa economizar energia (conforto) e ser abastecido (dieta adequada) além de sofrer o mínimo possível pela ação de um hormônio denominado cortisol, liberado em condições de estresse e que deprime consideravelmente a ação das células do sistema imune.

Tratamento

Uma vez que a retenção ocorre, não há muito o que ser feito. O importante é observar se essa vaca vai naturalmente expelir o conteúdo ou se haverão complicações em decorrência destes restos retidos que podem se tornar uma metrite ou mesmo endometrite. 

É importante ressaltar que não é recomendada a remoção manual dos anexos, pois esta manobra pode acarretar várias complicações, como, hemorragia, septicemia e ruptura uterina, agravando o estado geral de saúde da vaca.

Vale ressaltar ainda sobre a importância de não medicar o animal sem avaliação e orientação do médico veterinário ou sanitarista treinado.

CURIOSIDADE! Retenção de placenta ou anexos fetais? Existe certo ou errado?

A placenta, é a união do endométrio com as membranas fetais através das carúnculas e cotilédones, respectivamente, que formam os placentomas. Uma vez que esta relação é desfeita e carúncula e cotilédone se separam, deixa de existir uma placenta, passando a ser apenas carúncula e cotilédone, sem placentoma. Portanto, o que é expulso não é a placenta, e sim, os anexos fetais. Dessa forma, o termo técnico correto é retenção de anexos fetais! E aí, já sabia dessa?

Além da retenção de placenta, gostaria de saber mais sobre doenças que afetam a reprodução de vacas leiteiras? Está tendo alguma dificuldade com controle, tratamento e prevenção de alguma doença reprodutiva? 

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LUMA MARIA SOUZA MACHADO

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