Comportamento inquieto como abanar o rabo, se esfregar, sacudir cabeça e corpo, mexer e agitar as orelhas de forma repetida além das irritações da pele, lesões e diminuição do apetite e/ou ruminação, são alguns exemplos comportamentais que as vacas estão incomodadas com a presença de muita moscas.
Nesta época do ano (primavera-verão) é comum o aumento das infestações por parasitas, incluindo a mosca-dos-chifres, devido ao clima propício caracterizado pelo aumento da temperatura e da umidade.
Identificando a mosca-dos-chifres
É possível observar que essas moscas costumam pousar sempre nos animais com a cabeça voltada para baixo, e com asas parcialmente abertas (em forma de “asa delta”), como demonstra a imagem abaixo:
Além disso, elas têm preferência pelas partes do corpo do animal longe do alcance da cabeça ou cauda, como as costas, paleta, barriga e pernas. Normalmente preferem bovinos machos e de pelagem escura, no entanto, esta preferência some em casos de grande infestação.
Em pesquisas desenvolvidas no Brasil Central, observou-se que o processo de desenvolvimento das moscas ocorre durante todo o ano. Pode haver uma sensível diminuição do processo na época de seca, todavia, não há interrupção.
Inseto pequeno, mas grandes prejuízos
O rebanho de leite enfrenta um grande desafio com a mosca-do-chifre, que além de causar muito incômodo nas vacas, também fazem com que elas comam menos e consequentemente produzem menos leite. Seu comportamento hematófago - que se alimenta de sangue - causa lesões e irritações na pele, o que deixa o animal em estado de grande estresse.
Na prática observa-se os animais com um comportamento inquieto, abanando o rabo, sacudindo o corpo, mexendo e agitando as orelhas repetidamente. Portanto, o produtor de leite precisa ficar atento a esses sinais e evitar prejuízos no seu rebanho.
Estudos demonstram que a presença desses insetos em grandes quantidades - acima de 200 - no corpo dos animais, as consequências são perda de peso e redução de até 15% da sua produção de leite. Se a infestação for ainda maior, com cerca de 500 moscas em um só animal, essa vaca pode perder 2,5 litros de sangue no ano e até 40 kg de peso.
Felizmente, existem medidas simples que podem ser adotadas para aliviar esse problema nos rebanhos leiteiros como:
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Garanta que as instalações estejam sempre limpas, minimizando o acúmulo de matéria orgânica que possa atrair e ser um local de reprodução para as moscas.
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Como as moscas-dos-chifres depositam seus ovos principalmente nas fezes dos animais, a gestão regular e adequada do esterco é crucial. Isso inclui o espalhamento do esterco nos campos ou a sua compostagem.
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Inseticidas, quando usados corretamente e de forma estratégica, podem ser eficazes no controle das moscas. É importante alternar os produtos e não usar continuamente para evitar que as moscas desenvolvam resistência.
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A introdução de predadores naturais das moscas, como os besouros esterco-fágicos, pode ajudar a reduzir a população de moscas ao consumir suas larvas.
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A utilização de cortinas nas entradas dos estábulos e ventiladores para criar correntes de ar pode desencorajar a entrada e permanência das moscas nas instalações leiteiras.
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Estabeleça um programa de monitoramento para identificar rapidamente picos na população de moscas e responder de forma adequada.
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Mantenha-se informado sobre as mais recentes pesquisas e métodos de controle. Treine sua equipe e compartilhe as melhores práticas para garantir que todos estejam alinhados no combate a essas pragas.
Sabendo dos impactos que esse pequeno inseto pode causar, melhorar o controle das moscas não apenas impacta a saúde e o bem-estar dos animais, como também afeta positivamente a produção de leite. Adotando medidas simples e sustentáveis, é possível garantir uma melhor e mais produtiva produção de leite.
Agora que você já sabe como identificar e controlar a mosca-dos-chifres no rebanho, que tal preencher a cruzadinha para fixar o conhecimento?
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