A produção leiteira, longevidade e fertilidade dos rebanhos são fatores fundamentais que garantem a sobrevivência e lucratividade das fazendas de leite. Sendo assim, os pontos que alteram o equilíbrio reprodutivo e a regularidade dos partos devem ser observados com atenção.
Entre as doenças que afetam sensitivamente a fertilidade e produtividade dos rebanhos de leite podemos destacar a metrite. Ela é uma doença que ocorre no período de transição, mas que gera consequências por toda a lactação. De acordo com dados de literatura, a metrite afeta 1 em cada 5 vacas em lactação, já para Hairmerl e Heuwieser (2014) a incidência de metrite no rebanho americano pode variar de 20 a 40%.
Por que a metrite causa perdas financeiras?
No contexto econômico a incidência de metrite está associada com baixa fertilidade do rebanho, aumento das perdas gestacionais (Ribeiro et al., 2016), menor produção de leite e maior índice de descarte dos animais acometidos. Ainda segundo Stojkov et al. (2015) a metrite promove elevada dor musculo-visceral uterina, o que compromete de forma sensitiva o bem estar dos animais acometidos. De acordo com Overton e Fetrow (2008) a perde econômica média de um caso de metrite gira em torno USD 358, o que em números atuais daria um montante de perda de R$ 1.897 por caso.
Como diagnosticar a metrite?
A metrite é descrita como a inflamação e infecção das camadas do útero (endométrio, muscular, submucosa e serosa). Geralmente tem maior incidência de descarga uterina clínica entre o 5 e 7 dias após o parto (figura 1), mas pode ocorrer até 21 dias pós-parto. Segundo dados de estudos é a doença que mais compromete o consumo de alimentos durante esta fase.
A metrite é caracterizada pelo aumento de volume uterino com a presença de descarga uterina fétida de coloração avermelhada ou amarronzada e de aspecto aquoso, com a presença de sinais sistêmicos como toxemia, febre e apatia. Essa descarga tem um cheiro muito característico, facilmente reconhecido por pessoas que conhecem a doença, porém pode ser diagnosticada através de uma gama de testes simples e eficazes, como a técnica de mão enluvada, metricheck, palpação retal e observação da descarga uterina na cauda do animal.
Figura 1: % de frequência de animais com descarga uterina acometidos com metrite x Dias pós parto (descarga uterina clínica)
Cortesia Dr. Bicalho (2018)
Quais as formas de tratamento?
O tratamento consiste no controle da infecção bacteriana existente no útero, a fim de impedir que ela se alastre de forma sistêmica. Uma gama de antibióticos pode ser usada para o tratamento, como por exemplo as tetraciclinas, florfenicóis, penicilinas de 2ª geração e ceftiofur, que tem sido a droga mais estudada no mundo no controle da metrite. Segundo Drillich et al. (2006), é importante observar a concentração inibitória mínima do antibiótico usado para o tratamento da metrite tanto no soro quanto no endométrio uterino, pois é na membrana e no lóquio uterino que se concentram grande parte das bactérias que necessitam ser combatidas. A Tabela 1 mostra a concentração de ceftiofur nas diferentes localidades com o passar do tempo após a medicalização.
Tabela 1: Concentração de ceftiofur nas diferentes localidades com o passar do tempo após a medicalização
Concentração de desfuroilceftiofuracetamida (DCA) em diferentes localidades antes da administração (0 h) e 2 a 168 horas após a administração de ceftiofur. A concentração inibitória mínima para E. coli é 0,5 ug/mL e para A. pyogenes, F. necrophorum e P. melaninogenica é 0,13 ug/mL.
Além da eficácia da droga nos diversos tecidos do animal, um ponto importante a ser levado em consideração é a dose mínima de ceftiofur eficaz no combate da metrite. De acordo com o estudo apresentado na Figura 2, a dose de 2,2 mg/kg é eficiente para a obtenção da taxa de cura adequada.
Figura 2: Taxa de cura após 14 dias de tratamento com diferentes concentrações de ceftiofur
Adaptado Chenault et. Al, 2004
Como complemento do tratamento e garantia do bem estar animal, o uso de analgésicos e antitérmicos, como a dipirona sódica, é recomendado. Por fim, mas não menos importante, a hidratação oral (drench) ou venosa é essencial para manter o animal com as funções fisiológicas normais, como renal e hepática, garantindo a correta atuação dos fármacos e a pronta recuperação do animal.
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