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Eficiência de ordenha na Nova Zelândia: do piquete ao piquete

POR ERIC GANDHI SILVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/06/2013

11 MIN DE LEITURA

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No primeiro artigo do blog sobre melhoramento genético na Nova Zelândia mostrei que a produção de leite não é 100% a pasto. Mas isso não quer dizer que as vacas não ficam no pasto. O único momento que as vacas ficam em galpões é durante a ordenha. Na ordenha propriamente dita as vacas se alimentam com algum tipo de ração concentrada. A maioria das fazendas utilizam um subproduto vindo da extração de óleo de um coco vindo da Malásia chamado de palm keernal misturado com aveia, trigo, melaço e minerais. Contudo no processo de ordenha que começada com a saída do piquete e termina com o retorno ao mesmo ou em outro piquete, é o processo mais trabalhoso em uma fazenda de leite e consiste em um momento de muito stress para as vacas principalmente pela restrição de alimento. A fazenda que eu trabalhei na ultima estação com 1200 vacas é uma fazenda moderna e as vacas caminhavam no máximo 40 minutos para ordenhar. Mas já vi fazendas na NZ que as vacas enfrentam caminhadas de 3 horas para serem ordenhadas. Dessa maneira indo e voltando em duas ordenhas a vaca chega a caminhar 12 horas por dia.

Figura 1: 520 vacas kiwicross sendo levadas para ordenha no módulo Whakapono da fazenda Back Track Dairies.

Fonte:arquivo pessoal

Por isso, o produtor Kiwi tem uma atenção muito grande na hora de construir os corredores de manejo do gado. Em geral, os corredores são feitos com argila compactada de forma que quando está seco não fica duro como concreto e quando está chovendo não faz lama. Na entrada da ordenha, onde forma um pouco de lama, esta nunca passa da coroa do casco. Conforto no corredor é muito importante. O custo para se construir um bom corredor fica em média de NZD$7,00/metro linear de corredores com 10 metros de largura e geralmente dura de 5 a 8 anos sem precisar repor a argila e nem compactar. A opinião do produtor sobre corredor para vaca é: se você pode correr descalço em um corredor, então as vacas podem caminhar lá.

Figura 2: nivelamento da camada de argila durante o processo de confecção dos corredores de acesso.



Fonte: arquivo pessoal


Para construção do corredor geralmente se usa retirar o solo (terra) até chegar à pedra. Geralmente os solos da NZ são rasos, dado ao tempo de formação recente. Removido todo o topo do solo, faz-se o preenchimento completo com cascalho e depois coloca a camada de argila de aproximadamente 20cm, a qual precisa ser devidamente compactada. O corredor deve ser feito com um certo declive para o escoamento da água nas laterais. Veja na figura abaixo como deve ser feito piso do corredor.

Figura 3: Corte transvessal para o projeto de confecção de corredores de acesso

Fonte:Dairy NZ

Para ter uma ideia melhor da imagem:

• Fence é a cerca do corredor;
• Sub base é até onde se remove o solo;
• Base é preenchimento de cascalho;
• A camada superior à base é a camada de argila compactada;
• Drain é onde á água da chuva será escoada.

O abaulamento não pode ser muito inclinado caso contrário as vacas irão usar as laterais do corredor, provocando um desgaste excessivo dessa área, conforme pode ser visto na foto abaixo.


Figura 4: degaste excessivo das laterais do coreedor de acesso devido ao abaulamento incorreto da superfície do corredor.


Fonte: DairyNZ

Depois da caminhada, as vacas entram no curral de espera, passando por mais stress por restrição de alimento e por estar em pé no concreto. Na estação passada, o lote mais eficiente da nossa fazenda, com 520 vacas, era ordenhado em duas horas pela manha e uma hora e meia no período da tarde com apenas um ordenhador. Nesse caso, as vacas ficam pelo menos 3,5 horas/dia em pé no concreto. Levando em conta uma lactação média na NZ de 255 dias, as vacas dessa fazenda ficam o equivalente a 37 dias em pé no concreto. Fazendas com mais de 700 vacas normalmente dividem o rebanho em grupos menores para que as vacas não fiquem muito tempo nestas condições. Para minimizar o stress o produtor de leite neozelandês tem diminuído ao máximo o tempo de ordenha, adotando cada vez mais tecnologia.


Figura 5: curral de espera com portão eletrônico para empurrar as vacas 

Fonte: arquivo pessoal


Agilidade na ordenha traz ganhos tanto em produção pela vaca, pois esta terá mais tempo para comer e produzir o leite e ganha, como também na produção do funcionário, pois este terá mais tempo para realizar outras tarefas, além de ordenhar as vacas. Certa ocasião, participei de uma capacitação em produção de leite chamada MilkSmart promovida pela DairyNZ na universidade Lincoln. Em uma das aulas a instrutora Dra. Jenny Jago fez um levantamento entre os alunos sobre quais tecnologias eram adotadas nas fazendas ali representadas. Para isso, ela relacionou em dois quadros, mostrados na foto abaixo, os equipamentos nas sala de ordenha tipo espinha de peixe (à direita) e carrossel (à esquerda) e, com um bloquinho de notas autocolantes, nós fomos marcando no quadro quais equipamentos tínhamos disponíveis nas fazendas que trabalhávamos. Fiquei impressionado com o quanto o neozelandês tem utilizado o “high imput” para aumentar a eficiência de ordenha. Como se não bastasse, a maioria dos papéis foram colocados em ordenha do tipo carrossel, onde todos os equipamentos foram marcados.



Figura 5: Levantamento dentro da sala de capacitação quanto à tecnologia empregada nas fazendas representadas



De cima para baixo são:

• auto pós dipping;
• removedor de teteiras;
• auto lavagem de ordenha;
• detector de mastites;
• auto lavagem de curral de espera;
• apartador automático;
• auto alimentador individual;
• Smartphone;
• detector de cio;
• abridor de colchete elétrico;

Em um “benchmarking” realizado em 2010/2011 pela equipe da DairyNZ coordenada pela Dra. Jago, em 80 fazendas que possuíam ordenhas em carrossel em diversas localidades do todo o país, constatou-se que as fazendas com menores plataformas (40 vacas) ordenhavam em média 149 vacas/hora durante o pico de lactação e no final da lactação, o número aumentava para 213 vacas/hora. Observou-se que a eficiência vai aumentando linearmente a medida que há um aumento no tamanho da plataforma. Veja o gráfico abaixo onde a coluna representa a eficiência de ordenha em vacas/hora no pico (peak) e no final (late) da lactação, de acordo com o tamanho da plataforma (shed size) em capacidade de vacas (bails).

Gráfico 1: Eficiência de ordenha em vacas/hora de acordo com a capacidade de vacas na plataforma de ordenha em carrossel durante o pico e final de lactação.



A fazenda mais rápida ordenhou 447vacas/hora em plataforma com capacidade para 80 vacas com dois ordenhadores. Essa relação não mudou do pico pra o final da lactação.

Outra medida de eficiência desse estudo é vacas ordenhadas/hora/ordenhador. Veja o gráfico abaixo de fazendas com ordenhas em carrossel com capacidade para 60 vacas que alcançaram a maior eficiência tanto no pico quanto no final da lactação.


Gráfico 2: Eficiência de ordenha em vacas/hora/ordenhador de acordo com a capacidade de vacas na plataforma de ordenha em carrossel durante o pico e final de lactação.

Fonte: DairyNZ

Outra tecnologia recentemente adotada na Nova Zelândia para diminuir o tempo de ordenha é o uso do “Max T”. Essa tecnologia baseada em várias pesquisas consiste em diminuir o tempo de ordenha sem ordenhar todas as vacas completamente. No entanto esse método não é aplicado em qualquer situação. A pesquisa nos mostra que o 80% das vacas são ordenhadas em uma mesma faixa de tempo. Com isso o Max T recomenda que se ordenhe todas as vacas nessa mesma faixa de tempo que pode ser calculado a partir da produção média. Para auxiliar no cálculo, o produtor usa tabela abaixo onde mostra tempo de ordenha em minutos/vaca (2ª coluna) de acordo com a quantidade média de litros/vaca/ordenha (1ªcoluna)


Tabela 1: Tempo Max T de acordo com a produção de leite por ordenha em litros/vaca
                            .
                             Fonte: DairyNZ Milking Even Smarter Take Home Notes,2013


Quando a retirada de teteiras é manual o produtor aplica o Max T de acordo com a produção de leite por ordenha retirando as teteiras da vaca no tempo determinado, mesmo que essa não tenha terminado de ordenhar. No caso de removedor de teteiras automático o produtor utiliza o Max T configurando a maquina para remover as teteiras quando a fluxo de leite ordenhado for menos que 400g/minuto.

A produção de leite por ordenha pode ser estimada a partir da tabela abaixo onde a primeira coluna mostra a produção total de leite e as colunas sequintes mostram a estimativa de leite produzido à tarde e pela manha, de acordo com intervalo de ordenha contado a partir do inicio de cada ordenha.

Tabela 2: estimativa de prdução de leite de manha e a tarde de acrodo com produção diária e intervalos entre ordenhas.

 


Fonte: DairyNZ Milking Even Smarter Take Home Notes,2013

 



O uso do Max T é restringido nas seguinte circunstâncias:

• o rebanho tem produção superior a 30 litros por dia;
• a CCS é maior ou igual a 200mil/ml

Normalmente o método tem mais resultado após pico de lactação das vacas. Antes e durante esse período as circunstâncias citadas são monitoradas com mais rigidez. De qualquer forma esse método tem ajudado a melhorar a performance de ordenha e ganho em produção. Como diz o ditado: “tempo é dinheiro”

Terminado a ordenha, a vaca volta para o piquete imediatamente. As vacas mancando, com mastites e/ou no cio são apartadas para realizar o trabalho necessário ao final da ordenha. Com isso, algumas tecnologias são indispensáveis na ora de identificar e separar os animais sem perder tempo de ordenha. Para ser eficiente a ordenha não pode parar.

Viajando por todo país ainda não vi fazenda sem identificação eletrônica. Estima-se que 93% de todo rebanho neozelandês é identificado eletronicamente. Uma vez que a vaca é identificada eletronicamente, ela também pode ser apartada eletronicamente, o que diminui a mão de obra desprendida e maximiza o uso do equipamento.

A identificação eletrônica é praticamente a base de toda robotização de manejo do rebanho. Como foi citado no primeiro artigo do blog, todo o banco de dados da LIC (cooperativa de melhoramento genético da Nova Zelândia) é compilado a partir dessa identificação. Com a identificação eletrônica é possível, sem precisar anotar nada, saber quantos litros a vaca produz por ordenha, que é uma ferramenta importante para seleção. Imaginem um controle leiteiro realizado todos os dias na fazenda e os dados de produção serem automaticamente enviados para o banco de dados da associação da raça. Muito mais confiável que as pesagens quinzenais e mensais realizadas no Brasil.

Outra facilidade é a alimentação individual automática. Quando se tem rebanhos pequenos como a maioria das fazendas de leite no Brasil é fácil você fazer uma dieta dirigida para cada vaca ou grupos produtivos, mas aqui na NZ com fazendas de 6000 vacas leiteiras, como a que estou nessa estação, é impossível saber vaca por vaca quem está entrando na ordenha e dar mais ração para esta ou aquela. Com a identificação eletrônica associada ao sistema individual você pode fornecer uma quantidade de ração específica para cada vaca da fazenda. Digamos que as vacas estão comendo em média 1kg de ração concetrada em cada ordenha, contudo o funcionário foi lá no pasto mover a cerca móvel para fornecer mais grama para as vacas e viu que as primíparas 324, 632, 553 e as vacas 230 e 180 estavam com escore corporal abaixo da meta. Dai você, como gerente, vai ao computador da sala de ordenha e pede um relatório de produção dos referidos animais. Então você constata que as duas vacas estão produzindo 20% a mais que a média do rebanho e as três novilhas estão produzindo a média, porém mais que as outras da mesma idade. Nesse caso, você decide aumentar meio quilo de ração para cada uma delas e configura a máquina pra fazer isso todas as vezes que essas vacas entrarem na ordenha e deixa a máquina fazer todo resto.

Cenários como esse acontecem em todos os dias de produção na Nova Zelândia. A alta tecnologia também é adotada no Brasil em alguns casos, mas uma experiência que estamos vivenciando aqui na Nova Zelândia é encontrar fazendas altamente técnificadas por onde quer que vamos. Como exemplo, 54% dos produtores de leite na NZ usam ordenhas em carrossel e apenas 11% usam espinha de peixe. O sistema de produção neozelandês é de baixo custo porque é eficiente. O volume de capital aplicado é altíssimo, porém os investimentos são dirigidos para o maior retorno econômico possível. Assim, eficiência é a principal tecnologia do sistema de produção de leite neozelandês.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

ERIC GANDHI SILVEIRA

Consultor pela Alcance Consultoria e Planejamento Rural
Acompanhou 8 fazendas na Nova Zelândia durante 18 meses na Nova Zelândia.

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ERIC GANDHI SILVEIRA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/10/2021

Caro André Luiz Pinotti Kita,

Obrigado pela gentileza do comentário.
O subsídio na NZ é 0,7% e se traduz em estradas asfaltadas na zona rural, fornecimento de água e energia para irrigação e consumo com taxas e seviços, etc. O concentrado é fornecido no momento da ordenha no máximo 4kg por porção. A proteína não é o maior limitante na dieta devido o alto teor desse nutriente no pasto. Na nossa fazenda usamos Barley+wheat+molasse. Da em torno de 8-10% PB. As vezes fornecemos palm keernal no piquete. Isso varia um pouco de fazenda pra fazenda mas não tanto quanto no Brasil. Essa tabela é bem acurada quanto a realidade da NZ.

Abraços
ANDRÉ LUIZ PINOTTI KITA

POMPÉIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/01/2014

Caro Eric,

Parbrns pelo artigo.
Uma pergunta que ficou mas que seria legal p nosso conhecimento. Quantos % o governo subsidia a producão, assim como os investimentos? Outro ponto que me cchamou a atenção foi em relação à dieta das vacas. O concentrado usAdo na alimentaçao é fornecido durante a ordenha ou depois dela? E o valor de proteína que apresenta assim como os ingredientes utilizados. Poderia esclarecer essas questões?

Abs e bom trabalho

André kita
ERIC GANDHI SILVEIRA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/07/2013

Prezados Ronaldo Marciano Gontijo, Alfredo davila e Henrique Oldoni
Fui hoje à uma das fazendas do grupo que eu trabalho onde estão reformando os corredores com argila. Perguntei ao responsável pela obra qual tipo de argila ele estava usando e ele me disse que era argila para olaria. Contudo eu disse que existem vários tipos mas, ele disse que só encontra dessa na região. Perguntei o tipo de trabalho pode ser feito com esse material além de corredores e ele disse pratos e xícaras. Nesse caso acredito que seja filito ou caulim. Perguntei se ele tem feito em áreas montanhosas e ele disse que sim e quanto ao problema de escorregar na chuva ele me respondeu que tratores passam muito bem mas não aconselha transitar com gado em dias de chuva nessas áreas principalmente de moto.
Espero que vocês possam desvendar melhor essa tecnologia com os materiais e tipo de solo do Brasil.

Abraços
LAUTENIR PEREIRA

UMUARAMA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/07/2013

Obrigado Eric pelas dicas. Caso queira me passar mais detalhes, pode mandar no meu email: lautenir@uol.com.br

Abraço
Lautenir
ERIC GANDHI SILVEIRA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/07/2013

Caro Lautenir Pereira,

Parabéns pela iniciativa. Acredito que será uma experiencia maravilhosa.
Faça uma análise do custo de produção quanto à como ele se compõe. Ex: adubaçao, medicamentos, funcionário, etc. Para termos uma referência de como os valores se comportariam se fossem aplicados no Brasil. Veja também como o governo apoia o produtor para sabermos o que de fato é subsídio. Por exemplo no Brasil temos facilidade no empréstimo, compra mais barata de camionetes, energia rural... Na NZ têm-se estrada de qualidade nas fazendas, água de irrigação para a maioria das fazendas fornecidas pelo governo com taxas de serviços... Eu tenho os números de quanto cada país subsidia, mas não sei no caso dos EUA como isso chega ao produtor. Se quiser ir mais além publique um artigo no milk point sobre a sua visão do sistema americano.

Abraços
LAUTENIR PEREIRA

UMUARAMA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/07/2013

Caro Eric
Concordo plenamente quando ao que você disse sobre sair fora do objetivo esta discussão. Imagino todo este pessoal juntos!!!
Gostaria de dizer que estarei indo ao USA em Setembro no Texas para visitar umas propriedades de Leite por la. Tem alguma recomendação?
Abraço
Lautenir
Umuarama PR.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/07/2013

Caro Alfredo,

Me envia seu endereço que te envio o material o mais rápido possível. Meu e-mail é: fazendavarjao@bol.com.br

Um abraço

Ronaldo
FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2013

Caro Ronaldo,

Entendo o que você expõe, só não concordo quando se tenta colocar no Brasil com extensões continentais que apenas um tipo de sistema é eficaz. Como já citei existem sistemas baseados nos preceitos NZ e adaptados a determinadas regiões do Brasil que são muito eficientes, gerando margem de retorno muito boas.

Quando se põe limitações em um sistema deve-se levantar também as limitações do outro sistema. O que fariamos com os ghost-acres do sistema confinado?

Perceba que estou fazendo apenas o papel de advogado do diabo nesse caso, já que meu projeto tende a chegar um dia ao confinamento.

Quanto a seca, o Brasil sendo um país continental posso te falar que pastagens no PA são permanente verdes o ano todo, já que lá como um amigo meu define é dividido em chuvoso e muito chuvoso...
ALFREDO DAVILA

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 09/07/2013

Dois ou três quilos do material ?
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2013

Caro Flavio,

Não estou fazendo uma simples comparação de sistemas, mas sim de países e seus mercados.
De nada adianta a eficiência neozelandesa se ela não tem aplicabilidade na realidade brasileira, temos um mercado doméstico maior que toda a produção neozelandesa e temos que atende-lo com eficiência.
Você sabe muito bem que o grande problema de nossa pecuária está na seca, é quando o gado sofre com falta de alimento, dietas desequilibradas, o que gera uma falsa ilusão de que pasto é melhor que confinamento. Eu gostaria de ver se estes mesmos produtores teriam a mesma opinião caso trabalhassem tecnicamente corretos na produção de volumosos para a seca, no manejo alimentar e contassem com a orientação de um bom nutricionista. Com certeza o cenário da nossa pecuária leiteira iria se transformar.
Não devemos nos iludir com irrigação, pois não tem água suficiente para todas propriedades, ainda as que tem devem fazer um bom planejamento antes de investir, pois não basta irrigar, tem que saber o que irrigar para obter o retorno máximo do investimento.
Na realidade não considero o custo de confinamentos e semi-confinamentos como sendo alto, quando bem conduzidos são condizentes com a realidade nacional. O que eu quis chamar a atenção foi ao fato de ambos os sistemas terem o mesmo custo de produção. Não vou me aprofundar sobre sistemas as pasto, visto que são para os iniciantes que podem fazer investimentos milionários, a maioria das regiões produtoras não tem condições climáticas de produzir a pasto, apenas semi-confinado e confinado.
Como produtor e como ser humano eu sonho com o dia que nossa pecuária leiteira saia do atraso e se torne tão desenvolvida como a suinocultura, avicultura e agricultura. Pena que parece um sonho distante, pois se no passado recente a extensão rural fracassou com a pecuária leiteira, hoje ela parece estar pior ainda. Mas a esperança é a última que morre...

Um grande abraço

Ronaldo
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2013

Caro Henrique,

Sinceramente eu não sei o que usar para fazer os corredores em declives, talvez o Eric tenha conhecimento sobre qual material usar.

Abraço

Ronaldo
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2013

Caro Michel,

Como sempre você vem com seus exageros, estes números não são a realidade das pastagens, são raras exceções. Não é apenas com concentrado que se faz uma dieta com uma forragem destas, vai ter que adicionar no minimo uns 65% de silagem de milho e depois fechar as exigências com concentrados. No caso dos EUA se você leu sobre os 80% de forragem na dieta onde eu li, você deve ter percebido que a média do rebanho é de apenas 36 litros/dia e que é uma média de 80% de forragem, mas que as vacas mais produtivas tem um maior consumo de grãos. Mas você tocou em um ponto importante, visto que os defensores do sistema a pasto desconhecem que vacas em confinamento tem sua base alimentar nas forragens.

Um grande abraço.

Ronaldo
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2013

Caro Alfredo,

Você precisa de quantas toneladas?
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2013

Prezado Eric Ghandi Silveira: Quando afirmo que a Nova Zelândia mantêm seu sexto lugar em produção mundial de leite a trancos e barrancos, refiro-me ao fato de estar, há dez anos, com a produção estagnada e sem perspectiva de ampliação, ante a patente falta de terras e a utilização do mesmo sistema, que não permite grandes alterações neste quadro. Enquanto isto, muitas nações despontam como grandes searas produtivas o que, em curto espaço de tempo, pode e deve empurrar a Ilha para uma posição pior do que esta ora ocupada.
Você diz não haver objetivo em comparar a Nova Zelândia com os Estados Unidos da América, que são tão ou mais tecnificados que ela, mas aceita a comparação com o Brasil, que está engatinhando em termos tecnológicos. Isto, para mim, é muito conveniente, não é mesmo? É como comparar um "free-stall" com um retiro a céu aberto, sob chuva, barro, estrume e sol.
Por fim, não sei de onde você tira que o Brasil tem subsídios, já que, por anos a fio, estamos brigando por eles, sem sucesso, para que possamos competir com outros países que os mantêm.
O que nós temos, no máximo, é, agora, algum financiamento para ampliação de produção, mas, não se iluda, longe está de ser um subsídio, já que pagamos juros pelo capital emprestado e, ao final, o Governo Federal não entra com nada.
A Nova Zelândia, pelo contrário, teve subsídios até que os produtores pudessem prescindir deles. Se aqui ocorresse o mesmo, já seríamos os maiores produtores mundiais de lácteos, desde que parássemos de insistir em manejos a pasto e passássemos a conduzir nossos empreendimentos por uma escala profissional de produção.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
ALFA MILK
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
HENRIQUE OLDONI

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 09/07/2013

Caro Ronaldo,
Para áreas de declive existe algum material de revestimento mais adequado, em seu entendimento, para uma melhor locomoção do gado?
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 09/07/2013

Caro Ronaldo,

Pastagem de azevem + trevo neozelandesa tem mais de 30% de PB, entre 70 e 80% de NDT e menos de 30% de FDN. Alguma semelhança com um concentrado, ou melhor? Neste caso somente é interessante suplementar concentrado se o consumo de MS se elevar. Se o efeito for substitutivo não é bom negócio.
Produtores americanos trabalham com rebanhos com 40 litros de média (isso significa ter vacas produzindo mais de 70 litros diários) onde 80% da dieta é forragem. Muitas amostras de alfafa apresentam teor de PB superior ao nível de FDN. Assim que se produz leite barato.
Claro que aqui com plantas C4 isso é impossível. Por isso é viável o uso de concentrado a fim de suplementar o nível energético da dieta, já que proteína sobra.
FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2013

Eric,

Realmente é infrutífera essa discussão, como disse anteriormente, geralmente um lado pega o pior caso do outro lado e compara ao melhor caso do seu lado... Vejo gente quebrando a pasto ou confinado, pessoas dando certo a pasto e confinado. Vejo pessoas fazendo trabalho sério e de resultado nos dois sistemas. Acredito que pelo Brasil ter muita diversidade de clima, relevo, pessoas, podemos nos dar ao luxo de escolhermos o sistema de produção de acordo com o tipo de projeto que queremos e não com o único que podemos.

A única coisa que não acredito é na pecuária leiteira não tecnificada.
ALFREDO DAVILA

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 08/07/2013

Ronaldo, não queres enviar materiais - filito - para ensaiarmos e entedermos melhor o comportamento do material.
ERIC GANDHI SILVEIRA

MONTES CLAROS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/07/2013

Prezados

Essa discussão já saiu do objetivo a muito tempo. Eu acompanho pelo celular mas ainda não tive tempo de responder , mas eu preciso intervir. Eu não vejo porque comparar os EUA com o a NZ já que aqui nao tem quase nenhum subsidio desde 89 qnto os EUA se mantém nos 10% a anos. Se vcs quiserem em uma outra oportunidade faço uma artigo comparando os dois sistemas. A NZ não esta a trancos e barrancos. Eu já conheço 90% desse minúsculo país e só tenho visto fazendas altamente eficientes, produtivas e o mais importante pessoas felizes!!!! Tanto produtores quanto funcionários... A NZ aposentou o latão de leite desde que acabou o subsidio. Quanto menos apoio eles tiveram mais eficientes eles se tornaram. E outros paises como os EUA e os da europa tambem forneceram tecnologia e conhecimento para isso. O Brasil com mais subsidio ainda está 50 anos atrás. O cenário esta mudando. Veja a fazenda Leitissimo, também essa ultima do porteira adentro santa Helena. O próprio Guilherme e seus amigos confinadores. Se estão acima da média alguém tem algo a oferecer. Eu tenho um colega que me disse que não vale a pena conhecer os EUA porque a salvação do Brasil é o pasto. Outro bitolado!!!!!! Assim como quem defende o confinamento como salvação. O objetivo desse blog é mostrar a realidade neozelandesa que de fato é dezenas de vezes melhor que o Brasil. Se tivesse a oportunidade faria o mesmo no EUA pra podermos criar o sistema brasileiro . Que acredito veemente ter muito mais potencial que qualquer outro do mundo. Só não somos melhores por causa de discussões ridículas como esta. O que nao vejo na NZ. Se alguém tem se saído melhor s primeira coisa que o Kiwi faz é questionar e nao criticar.... Me desculpe quem esta questionando. Em breve vou responde-los. Fiz esse sacrifício para intervir na discussão .
Abraço a todos
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/07/2013

Caro Michel,

Quem te falou um absurdo desses, o pasto da NZ é de melhor qualidade que a ração brasileira???? Ração que você se refere deve ser concentrado, como um volumoso pode conter mais nutrientes que concentrado? Os nomes já indicam tudo. Não pense que vai encontrar uma forrageira capaz de suprir as exigências nutricionais de uma vaca de alta produção sem o uso de concentrados, isto não existe, nem mesmo um bom feno de alfafa (20-30-40) o faz. Outro ponto importante: a formulação de dietas está cada vez mais química e menos calorimétrica.

Um abraço

Ronaldo

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