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Hidratação de bovinos: o básico deve ser bem feito (parte 1)

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/02/2005

3 MIN DE LEITURA

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Os distúrbios hidroeletrolíticos são freqüentes nos bovinos e acompanham o curso de muitas doenças. A desidratação é a alteração do equilíbrio hídrico corporal, ela ocorre quando a perda de água e de eletrólitos é maior que a absorção, levando conseqüentemente à redução do volume de sangue circulante e à diminuição dos fluidos dos tecidos. São muitas as doenças que levam à desidratação, dentre elas podem ser destacadas: diarréia, acidose metabólica, doenças respiratórias, renais, cardíacas, torção de abomaso, entre outras. Os principais sinais clínicos da desidratação são a sede, febre, presença de mucosas ressecadas, falta de elasticidade da pele, olhos fundos, colapso circulatório, desânimo e depressão.

A desidratação pode ser classificada em hipertônica, isotônica e hipotônica. A hipertônica é a mais suave e possui discreta manifestação clínica; ocorre, geralmente, quando o animal permanece certo período sem ingerir água. A isotônica é observada nos casos de diarréia não muito grave. Caracteriza-se por perdas de água e sódio e, nestes casos, já podem ser observados sinais de desidratação. A hipotônica é o tipo mais severo e é observada nas diarréias graves, onde há grande perda de líquidos e eletrólitos. Nos casos mais graves de desidratação o organismo perde água, sódio (Na+), cloreto (Cl-), potássio (K+), bicarbonato (HCo3), glicose e, em menores proporções, o magnésio, o cálcio, os fosfatos e as proteínas plasmáticas.

Para entender melhor a magnitude de uma correta reposição de líquidos e eletrólitos é necessário conhecer as principais perdas na desidratação e seus efeitos para o organismo.

O exemplo mais comum da perda excessiva de sódio ocorre nas diarréias. O sódio é o cátion mais abundante e o principal responsável pela manutenção da pressão osmótica no líquido extracelular. Quando há perda de líquido extracelular ocorre também perda de sódio com conseqüente hemoconcentração, ou seja, redução de volume do sangue circulante. Outros sintomas advindos da perda de sódio são: perda da elasticidade da pele, fraqueza muscular, depressão, ausência de sede, perda de apetite e colapso circulatório.

O potássio é juntamente com o magnésio, um dos principais cátions do líquido intracelular. A perda de potássio produz inatividade, fraqueza muscular, diarréia, alcalose metabólica e distensão abdominal.

A perda de cloreto (hipocloremia) ocorre com resultado da perda de líquidos nas diarréias, na dilatação e, conseqüente torção do abomaso, e na obstrução intestinal. O cloro é, juntamente com o bicarbonato, um dos principais ânions do líquido extracelular.

A perda de cálcio pode levar à hipocalcemia, que por sua vez leva à insuficiência circulatória e tetania (anormalidades da contração muscular).

A perda de proteína resulta em fraqueza, perda de apetite, edema, hipotensão arterial, depressão e etc.

A hipoglicemia em bezerros se evidencia por fraqueza, depressão, extremidades frias, opistótomo, convulsões... A recomendação do uso de glicose nos fluidos de hidratação visa prevenir hipoglicemia, restabelecer a energia e, quando administrada pela via oral, influenciar a absorção de sódio no intestino e, quando por via venosa, favorecer a entrada de potássio nas células.

O objetivo da fluidoterapia é restaurar e manter a hidratação, restaurar e manter a tonicidade (osmolaridade), corrigir os distúrbios eletrolíticos e o "status" ácido-básico.

A prática da fluidoterapia é um processo pouco utilizado e muitas vezes não é utilizado corretamente, principalmente devido ao grande volume requerido de líquido e à dificuldade de contenção do animal para a administração endovenosa por longo tempo. É comum a administração de um volume insuficiente para a reposição dos líquidos e eletrólitos perdidos pelo animal. Da mesma forma, é comum a administração de soluções alcalinas em situações onde há necessidade de soluções não alcalinas. Quando consideramos a grande capacidade que uma fluidoterapia bem feita tem para determinar o sucesso do tratamento e de até mesmo, para salvar o animal, é possível entender a relevância de executar corretamente os cálculos para garantir a restauração da hidratação do animal.

No próximo artigo serão abordados como determinar o grau de desidratação, os tipos de fluido, as quantidades que devem ser administradas e as vias de aplicação. Até lá!

Fonte:

Marques, D. C. Desidratação e hidratação. In. Marques, D.C. Criação de bovinos. Belo Horizonte: Consultoria Veterinária e Publicações, 2003. p.558-566.

Phillips, R.W. Fluid therapy for diarrheic calves - What, How and How Much. Vet. Clin. of North Am.: Food An. Prac., v.1, n.3., 1985.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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